domingo, 9 de fevereiro de 2020

Os Méritos de Star☆Twinkle Precure

Saudações.

Desta vez dar minhas impressões sobre o desenho animado Star☆Twinkle Precure, cujo último episódio foi exibido em 26/01/2020 no Japão. Algumas partes são ideias que publiquei no Twitter e que resolvi desenvolver aqui por ter mais espaço.



Obs.: contém revelações sobre os rumos da trama

Vide também:
Star☆Twinkle Precure - Informações Preliminares
Star☆Twinkle Cuty Figure 2 Special Set



Star☆Twinkle Precure é uma Obra-prima.

Já começo da conclusão, pois essa é a impressão que tive da série. Ela foi bem estruturada, com construção sólida, levando até o fim suas propostas. Uma delas seria "um novo começo", o que aparece no título, "StarTwinkle", dado assim intencionalmente. E de fato, a série tratou de alguns aspectos de séries anteriores, dando um passo à frente em vários deles.

Um Mundo Novo

Hikaru tem interesse em constelações, fenômenos misteriosos, UMAs (Unidentified  Mysterious Animal) e lê vários livros sobre esses assuntos. Tem mente aberta e está sempre pronta para novas experiências. Mas seu mundo é predominantemente o seu quarto, de onde ela vê as estrelas e desenha constelações em um caderno conforme sua imaginação. Isso muda quando Hikaru se encontra com Fuwa, e depois Lala e Prunce. Com isso, ela sai do quarto, ávida para ver como é o Universo, muito além da teoria e com muitas possibilidades.


Isso é uma metáfora que representaria as crianças que vão para o Jardim da Infância e têm contato com o mundo que existe além de sua família (aqui tem um relato bem interessante de como é isso). Assim como Hikaru, elas conhecerão outras pessoas diferentes delas, até com costumes e valores diversos. E haverá coleguinhas com quem elas não vão se entender no começo.

Essa situação é mostrada quando Hikaru e Lala têm desentendimentos sobre como procurar a primeira Princess Star Color Pen. Hikaru é ativa e vai na ação, procurando por vários lugares, enquanto Lala é analítica e prefere seguir dados e estatísticas. Por um tempo elas brigam, mas graças a Elena e Prunce, logo vêem que cada uma estava agindo à sua maneira, com seu próprio raciocínio. As duas só precisavam se comunicar e ver que o objetivo era o mesmo.


Mas é claro que nem sempre as coisas vão como se espera e existe um momento em que Hikaru tem de bater de frente com a realidade, e quase perde a vida junto com suas amigas. Isso acontece no episódio 10 quando as Cures enfrentam os Not Raiders em Kumarin, um planeta com condições extremamente adversas, e lá têm sua primeira derrota, sem direito a milagres ou a algum item conveniente. Hikaru se deprime e se culpa por sua impulsividade e sua ânsia em conhecer novos mundos. E vê que nem sempre é possível se entender com os outros.

Os inimigos também negam a Imaginação, dizendo que as Cures não sabem o que é viver em um ambiente hostil, o que abala Hikaru, ao perceber que essas palavras são verdadeiras. Ela se levanta mais uma vez com o apoio de suas amigas, mas a cada vez que isso acontece, os Not Raiders as refutam em um confronto contínuo.



O que é a Justiça?

Os Not Raiders aparentemente são invasores espaciais que desejam tomar o Universo para si e por isso atacaram o Palácio Estelar, a fim de roubar as Doze Princess Star Color Pens a mando da misteriosa entidade chamada Darknest.

Darknest. Sua verdadeira identidade é...?

No começo eles não são retratados com muita profundidade. São apenas os "caras maus" que vêm para roubar as Canetas e para derrotar as Star Twinkle. Em compensação, cada inimigo tem seu "modus operandi" característico. Kappard cria armas e Garuogre luta usando seu próprio corpo. E existem dois tipos de "monstro da semana". O de Tenjo é feito convertendo uma pessoa para ser um NotRay gigante. E Eyeone usa Star Color Pens corrompidas, as Dark Pens, para criar os NotTriggers.

Kappard tem a maior variedade.

Tenjo converte pessoas em NotRays.
Tenho a impressão de que ela faz isso mais com membros das famílias das Cures.

Eyeone cria monstros NotTrigger com Canetas corrompidas.
De certa forma o método mais tradicional, mas que foi o menos usado.

Essa falta de caracterização era intencional, segundo o Compositor de Série Isao Murayama. Eles deveriam parecer ser inimigos com quem não haveria chance de se conversar ou negociar. Só a partir da segunda metade do seriado é que suas motivações seriam reveladas. Apesar de seus métodos questionáveis, eles têm suas razões para fazer o que fazem e não são simplesmente o "Mal". De fato, eles possuem virtudes, como o líder deles, Garuogre, que apesar da aparência, na verdade é um homem bom.

- A responsabilidade é toda minha.
Pedindo perdão a Darknest ao invés de acusar seus subordinados. A marca de um verdadeiro Líder.

As Star Twinkle também têm seus questionamentos morais. Elas buscam as Princess Star Color Pens, ou seja, esse objetivo é o mesmo dos Not Raiders. E essas Canetas estão em poder de povos alienígenas que não têm nada a ver com o conflito. Povos neutros, que possuem costumes e valores próprios, e as Canetas têm importância para eles. Pegá-las à força implicaria em ser como os Not Raiders e de fato, as Cures também são chamadas de "invasores" por esses povos. Isso é bem mostrado no episódio 8 em que elas têm de recuperar justo a Caneta de Libra e ter de decidir entre tirá-la dos Alien Kennel para salvar o Universo ou deixá-la com os eles, valorizando seus costumes.

Uma escolha difícil.
A composição da cena é muito boa, inclusive a posição da estátua, lembrando uma balança.

Outra questão envolve Yuni, a Cure Cosmo. Seu povo foi transformado em pedra por Eyeone, cientista dos Not Raiders. Para encontrar uma cura, ela se tornou a ladra Blue Cat, roubando tesouros enquanto procurava pelas Canetas que poderiam ser a chave para a salvação de seu planeta.


Nessa vem a pergunta. Em nome da "Justiça" é realmente permitido fazer qualquer coisa? Eyeone joga essa questão a Yuni após ser enganada por ela, o que fez com que seu coração fosse ferido profundamente e tirado o único lugar que a acolheu. Por outro lado, Yuni não perdoa sua inimiga pelo que ela fez com seu povo e seu planeta. De certa forma, uma roubou o Lar da outra. Como quebrar esse círculo vicioso?


"Enquanto as pessoas não se perdoarem umas as outras, os conflitos não acabarão"
- Ultraman Gaia Ep. 39


Contato com o Desconhecido

A introdução de uma Cure alienígena foi para retratar o contato com o desconhecido, como conta a produtora Akari Yanagawa. E isso não vale só para os terráqueos. Lala descobre coisas que não existiam em seu planeta e, como é de se esperar, fica confusa no começo.

Lala, ao descobrir que os terráqueos conseguem fazer contas de cabeça.
E com dois dígitos (!!!).

Sua ida à escola mostra bem isso, com vários choques culturais. Depois de alguns percalços, ela é aceita pelos seus colegas, mesmo tendo um jeito de falar diferente, e passa a participar dos eventos da cidade. Aparentemente tudo parece estar em ordem, até suspeitarem de que Lala é uma alienígena e passarem a evitá-la. Nisso, um dos Not Raiders, Kappard, desafia Lala e Hikaru dizendo que povos de planetas diferentes não podem ser amigos e um dia elas serão traídas.


Mesmo assim, Lala revela sua verdadeira identidade para proteger seus colegas e Hikaru também mostra que é Precure. Assim eles vêem que Lala lutou esse tempo todo secretamente. E ficam do lado dela quando confrontados pelo pai de Madoka, que investigava sobre atividades alienígenas.


E também é revelado que o próprio Kappard via os povos alienígenas com desconfiança e temor, menosprezando-os como "primitivos". No primeiro episódio, ele diz que "o terror paralisa o raciocínio", mas no fundo estava falando de si mesmo. E é esse receio do desconhecido que faz com que surja o preconceito, induzindo as pessoas a atacar aquilo que lhes é estranho, mesmo que não tenha intenções de causar mal.


Uma oposição a isso é uma frase que Hikaru sempre usa: "Não julgue antes de experimentar". É dizendo isso que ela oferece um onigiri a Lala e experimenta um de seus Cosmo Gummies, o alimento espacial dos Alien Summern. Seu poder de Imaginação e sua curiosidade aguçada fazem com que ela consiga abrir várias portas.


Kappard foi traído uma vez por confiar em povos de outros planetas. Essa experiência ruim foi o que fez com que ele não confiasse mais em outras pessoas. Mas o exemplo de Hikaru e Lala, assim como a atitude de seus colegas de classe, se torna o grande contraponto a essa ideia.

E isso também foi demonstrado por Elena, quando o time teve contato com um Alien Saboten, que não se comunicava com palavras. Houve vários mal-entendidos e dificuldades, mas mesmo assim foi possível transmitir os sentimentos para um ser totalmente diferente dos humanos.


Curiosamente, no mesmo ano de 2019, foram exibidas outras obras com esse tema, do contato, do convívio e da parceria entre terráqueos e seres de outros mundos. Exemplos seriam Ultraman Taiga e Cop Craft. Quando os colegas de classe de Lala a evitam, Hikaru fica ao seu lado, dizendo "Não importa o que aconteça. Lala, você é você". As mesmas palavras que Anne Yuri disse quando Dan Moroboshi revelou que era o Ultra Seven.


As palavras ditas pelos colegas de Lala e Hikaru no final também remontam a Ultraman Leo, quando a família Miyama diz que o Herói não é mais um estranho, mas alguém como elas. E tudo isso ainda lembra a última mensagem do Ultraman Ace:

"Não percam a bondade. Ajudem-se uns aos outros e tentem ser amigos de pessoas de outros países. Mesmo que esse sentimento seja traído centenas de vezes."


Máscaras e Sorrisos

Outro grande mérito da série foi mostrar o que é o "Sorriso" em todas as suas instâncias. Ele pode demonstrar alegria e felicidade, mas também pode ser usado como uma máscara para esconder suas fragilidades e até para mostrar desprezo. E isso aparece com Elena, o "Sol do Ginásio Mihoshi", que superou seus complexos de ser diferente graças ao sorriso, o maior tesouro de sua família.


Elena era a que parecia ser a mais resolvida do time, mas na verdade não sabia o que queria para a sua vida e se arvorava em sua família. O futuro que ela vislumbrava era fazer isso pelo resto da vida, sem ter seus próprios sonhos e nem pensava em ter um. Esse dilema é semelhante ao de Nao, na versão em romance literário de Smile Precure!. A cena em que Elena bate levemente em seu rosto para não demonstrar sua tristeza é marcante. Como se ela colocasse uma máscara para esconder suas feridas, que ao mesmo tempo a machuca ainda mais. E provavelmente era isso o que a dubladora Kiyono Yasuno quis dizer quando mencionou que Elena guardava uma sombra.


No decorrer do desenho, ela acaba ficando sem tanta caracterização em relação às suas companheiras, se limitando a ser uma "super garota" que salva todo mundo. Mas isso foi uma armadilha narrativa criada pela equipe. Foi para mostrar que mesmo uma pessoa que parece segura de si mesma na verdade guarda traumas e tristezas. Igualmente sem caracterização era sua oponente principal, Tenjo, retratada no começo como uma mulher arrogante, que tratava seus soldados como "peões", até chamando-os assim. Mas mais uma vez, havia algo escondido.


Tenjo usava uma máscara o tempo todo, desta vez de forma literal, para mostrar uma superioridade que ela nunca teve em seu planeta de origem, onde era ostracizada por seus semelhantes. Foi bem interessante retratar o povo de Tenjo, os Alien Guten, como Tengu, pois no Japão existe a expressão 天狗になる (tengu ni naru), que significa "ser arrogante e ver os outros como inferiores". E o sorriso que Tenjo via em seu planeta era o do menosprezo e o da falsidade, em seu lado negativo, ao contrário do que Elena acreditava. Uma máscara, como Tenjo diz.


Esse confronto é outro avanço feito por Star☆Twinkle ao abordar ambos os aspectos do Sorriso e descobrir seu verdadeiro sentido. A última luta de Elena e Tenjo resume todo o assunto de forma emocionante. E tudo isso foi construído aos poucos durante a série, discretamente, em uma caracterização que parecia rasa, mas que era proposital. Era mais uma máscara criada pela equipe, que teve seu clímax no episódio 43. Um excelente trabalho de narrativa.


Um Grande Passo

Madoka seria um tipo bastante frequente na série: a da filha de família rica, presidente do Conselho Estudantil, que tem muitas habilidades, mas ao mesmo tempo acaba sobrecarregada de tantas responsabilidades. De fato, no começo era assim, em uma vida em que tinha que, como diz a própria Madoka, "andar em uma corda bamba".

Madoka muitas vezes era colocada nas sombras, mesmo sorrindo, como que para mostrar sua condição.
É Hikaru que a leva para a Luz...
... para conhecer as coisas boas da vida.

Então ela se encontra com amigas e descobre que existem mais coisas além da escola, dos estudos e dos deveres familiares. Até aí ela se parece com outras personagens assim da franquia, mas aqui existe mais um passo à frente.

Madoka tem um  pai severo que lhe impõe duras provações e uma educação rígida. Mas ao contrário do que se poderia imaginar, ela não o odeia. Pelo contrário, Madoka o respeita e o admira, usando seus ensinamentos para lutar e para ajudar as Cures em certas situações.

Usando a maior arma em um leilão, seja na Terra ou no Espaço.
Na verdade é a mesma técnica de advogado, segundo Ryuichi Naruhodo (ou Phoenix Wright, como queira).

Ainda assim, seu pai insiste em tentar controlá-la, impondo que ela vá estudar no exterior e que corte relações com suas amigas. Nisso, Madoka finalmente faz sua escolha. A cena em que ela dispara a Selene Arrow tendo a imagem de seu pai no fundo é o resumo de seu desenvolvimento. Madoka se liberta do jugo de seu pai, mas leva consigo seus ensinamentos para abrir seu próprio caminho. Um grande passo não só para ela, como para as séries Precure ao mostrar uma nova caracterização de uma fórmula muito utilizada.


Ou seja, a série não nega o valor de se dar uma educação rígida. É dada a mensagem de que os filhos às vezes não seguirão o que foi determinado pelos seus pais. Mas tendo bases firmes, poderão descobrir o que é melhor para eles por si mesmos. O mesmo pode ser dito de Hikaru, que teve um avô severo que lhe deu uma boa educação e com isso ela tem suas ideias do que é bom ou não.


Amizade e Individualidade

Yuni é outro grande passo dado pela equipe. Geralmente os novos personagens acabam roubando o espaço das outras, que perdem participação. Por ser mais uma Cure alienígena, ainda havia o risco dela acabar ofuscando Lala, tomando sua posição, mas isso não acontece. É verdade que são dados a ela episódios para explicar sua situação e suas motivações, porém apenas o suficiente.

Alienígena, antropozoomórfica, transmorfo.
Tinha tudo para roubar as atenções, mas não foi o que aconteceu, graças à habilidade da equipe de produção.

Yuni passa a maior parte do tempo distante do resto do grupo. De fato, ela mesma não se considera como parte dele e só pensa em sua missão de salvar seu planeta natal. Hikaru e suas amigas até fazem aproximações e ela corresponde, mas não de forma efusiva. Elas são suas amigas, mas só isso. De resto, ela age sozinha e ninguém se incomoda, embora seu item especial precise das Star Color Pens, que as outras Cures possuem.


Isso também pode ser visto em Hikaru, que no começo parece ser uma típica "Cure de rosa", que geralmente tem muitos amigos. Mas seu grande diferencial é que em um episódio, Hikaru conta que preferia ler sobre os assuntos de seu interesse do que fazer amigos e não tinha nenhum problema com isso. Agora que tem amigos, as Star Twinkle mais Fuwa e Prunce, ela passou a curtir esses momentos compartilhados, mas ainda assim ainda gosta de ficar sozinha às vezes. Ou seja, Hikaru não sente necessidade de ficar com as amigas o tempo todo e nem faz questão (a não ser para salvar todo mundo). De fato, ela não sugere a Lala ou a Yuni que venham morar em sua casa. Cada Cure tem sua própria vida particular e isso é respeitado.


Parte desse aspecto aparece no golpe combinado final, o Precure Star Twinkle Imagination, em que a frase é "Juntando vários corações", quando o mais usual seria "Juntando nossos corações em um" (e de fato era assim no primeiro ataque grupal, o Southern Cross Shot). Elas não são uma massa uniforme em que todas pensam igual, mas sim várias formas de pensar convergindo para um mesmo objetivo. Estrelas de brilho próprio que juntas formam uma Constelação. E daí também vem o slogan da série: "Desenhando no Espaço a Imaginação que é só minha". Isso não é dito só por Hikaru, mas por todas as Star Twinkle, que desenharão seus ideais, seus próprios sonhos no Universo.


Nota: um pedido de desculpas, pois traduzi de forma errônea o slogan nas Informações Preliminares. Me soou egoísta e por isso coloquei como "nossa imaginação", mas agora entendo o verdadeiro  sentido da frase. Mais uma prova de que tudo foi planejado desde o começo.


A Força dos Homens

Uma coisa que sempre digo é que um grande mérito das séries Precure é o de enaltecer a força feminina, mas sem desmerecer os homens, que também têm sua importância. E isso apareceu desta vez com Prunce, o Mascote Espacial.


Prunce é um cara legal, altamente prestativo, dedicado à sua missão, e zela pelo bem-estar das Cures e de Fuwa. Ele pode não ter força para derrotar um inimigo, mas houve muitas vezes em que sem ele a história não avançaria ou, na pior das hipóteses, as Cures teriam morrido.


Isso sem falar que ele é simpático. Apesar da aparência inumana, Prunce é um cara como qualquer outro, que tem um fraco por garotas bonitas, mas geralmente se dá mal. Porém, nessas horas nunca é dito algo como "esses homens..." ou "homem é fácil de enganar". Prunce é simplesmente Prunce. A interpretação de Hiroyuki Yoshino foi magistral para um personagem que redefiniu o conceito de "homem de geleia".


E tem o pai de Hikaru, Youichi, que teve grande influência em sua vida. De fato, é dele que Hikaru herdou a curiosidade por espaço, UMAs, fenômenos misteriosos e o "Kira Yaba~☆". Uma influência semelhante à dada por Daijiro, pai de Dai Sawamura, o Policial do Espaço Shaider, o que fez com que ele resolvesse pesquisar sobre os povos antigos. Youichi tem a mesma importância da mãe de Hikaru, Terumi, que lhe ensinou a gostar do que ela gosta sem se importar com o que os outros dizem.

- Kira Yaba~☆
(CV: Akio Ohtsuka)

Outro homem indispensável na série é Ryotaro Sorami, o "Velho Ryo", que cuida do Planetário da cidade. Um sábio que orienta Hikaru e Lala quando elas se sentem perdidas, usando as estrelas e constelações. Um dos poucos que conhece o segredo do time e demonstra compreensão, oferecendo o Planetário como refúgio às vezes. E é graças ao velho Ryo que o tema de Constelações ganha sentido, funcionando como uma metáfora para simbolizar as ligações entre pessoas e povos. E também se conecta ao tema de Imaginação e à curiosidade para desbravar novas fronteiras. Isso foi bem colocado no Cruzeiro do Sul e na estrela Deneb.

Em busca de Sonho e Aventura.
Constelações ganham outras formas, de acordo com a visão e a Imaginação.


SF

Akari Yanagawa disse que Star☆Twinkle seria um SF (Sukoshi Fushigi, "um tanto misterioso, maravilhoso"), definição criada por Fujiko F. Fujio e trocadilho com Science Fiction, com um tom de fantasia. E isso foi cumprido ao apresentar conceitos e temas de obras de ficção científica que eram frequentes no século XX sob um enfoque atual.

As Star Twinkle viajam pelas estrelas e se encontram com várias raças alienígenas, com formas e costumes diferentes dos terráqueos. Alguns até que superam a compreensão humana. Os próprios planetas também têm climas e condições características. E até existem breves explicações sobre os ecossistemas desses planetas.

Planeta Kennel, onde chovem ossos e quem tem mais pelos no corpo é mais bonito.
Planeta Kumarin. Gravidade duas vezes maior que a da Terra com variações extremas de temperatura.
Planeta Icenow, totalmente congelado onde a beleza é definida pelo acessório do nariz.

Mesmo assim existem raças que são vistas com estranheza, como o povo de Yuni devido aos seus poderes metamórficos. Eles habitam o planeta Rainbow e são liderados por Oliphio (Kouki Miyata), uma entidade andrógina e imortal. É dito que os Alien Rainbow "são todos Oliphio e vêm de Oliphio", porém não se sabe se isso é algo literal ou metafórico. Mas Hikaru tem mente aberta o suficiente para aceitar isso sem problemas.

"Todos somos filhos de Oliphio, que é nosso pai e nossa mãe. E eu mesma sou Oliphio. Nós somos um."
Parece ser difícil de entender, mas...
- Ah, é sua família!
- É... Pode-se dizer que sim.
Essa capacidade de simplificação de Hikaru só é rivalizável pela de Imatuba Kei Matoba, de Cop Craft.


Diversidade e Uniformidade

O maior de todos os méritos foi o de falar da Diversidade, mas com uma abordagem diferente da série anterior, de forma mais discreta. A produtora Yanagawa muitas vezes contou que uma das premissas de Star☆Twinkle é a de mostrar um mundo em que a diversidade é parte do dia-a-dia e não um ideal a ser realizado. E isso teve sucesso.


Lala, ao frequentar a escola, tenta se adaptar ao ambiente até deixando de terminar suas frases com "-run", como é de costume. Hikaru sente que Lala estava se reprimindo e mostra que isso não é necessário e que ser diferente dos outros não é uma coisa ruim. E no episódio seguinte isso é passado por Lala a Touma, irmão de Elena, que tem complexos por ter pais com costumes diferentes dos outros. E depois percebe que está tudo bem em ser do jeito que é.

Em Yes! Precure 5 já havia uma Cure descendente de estrangeiros, a Urara/Cure Lemonade, cujo pai era francês e a mãe era japonesa. Mas esse aspecto foi mais explorado em Star☆Twinkle com Elena.


Não é falado de racismo de forma direta. Muitas vezes, o problema vem de dentro dos próprios personagens, que se sentem diferentes e ficam incomodados quando alguém faz algum comentário nesse sentido, embora sem intenção de ofender. Mas existem referências discretas, como um trecho do discurso de Martin Luther King Jr. no epísódio 39. E também é nesse episódio que é contado como Elena superou seus complexos ao encará-los e perceber que cada um é diferente do outro. E por isso o mundo é divertido.


O oposto disso é visto nos NotRay, a infantaria dos Not Raiders, que usam trajes especiais se tornando soldados sem face. Uma massa uniforme que se usa da vantagem numérica e de sua força para subjugar seus inimigos. O próprio Garuogre, para proteger seu povo e para recuperar a prosperidade deles, resolve se submeter ao comando de Darknest, abdicando de sua vontade própria. Isso significaria o sacrifício da individualidade em troca de força.


A definição suprema dessa ideia de "Diversidade e Uniformidade" vem na luta final, quando as Cures enfrentam um último inimigo que planeja destruir o Universo, caótico com ideias conflitantes, e recriá-lo para que tudo seja plácido, uniformizado. A solução a princípio seria apagar esse inimigo da existência, o que deixa Hikaru consternada. Mas ela e suas amigas encontram outra solução para enfrentar a última batalha.

O embate é curto, porém intenso. Só que no fim o oponente não é eliminado e nem muda suas convicções, mas decide partir em paz para ver como será esse mundo, jurando retornar para destruí-lo caso julgue necessário. Isso foi acertado, pois se o inimigo morresse ou se "convertesse", implicaria em eliminar quem pensa diferente, o que iria contra o princípio da Diversidade.



Pensando com suas próprias cabeças

A mensagem de Akari Yanagawa de fazer as crianças "verem com seus próprios olhos, pensarem com suas cabeças e se levantarem com seus próprios pés" é a mesma de Shozo Uehara, embora seja discutível que ele tenha tido alguma influência direta. E estranhamente, vários dos temas que ele tratava em suas histórias apareceram em Star☆Twinkle, mas sob um enfoque atualizado.

Um exemplo é a representação do planeta natal de Lala, Summern, em que as vidas de seus habitantes são guiadas pela Mother AI (Artificial Intelligence), desde as designações para seus trabalhos até com quem as pessoas irão se casar. Essa era uma questão bastante frequente, especialmente nas obras de Tokusatsu, como Ultra Seven, no episódio 43 em que Dan e Soga caem em um planeta em uma situação parecida. E também foi abordado em Fresh Precure!.


Mas ao contrário dessas duas obras, a Mother AI não é opressiva e nem força os Alien Summern a seguirem suas instruções, agindo apenas como uma ferramenta de apoio. Mesmo assim, os Summern confiam totalmente nela, deixando tudo em suas mãos, inclusive suas capacidades de decisão. Eles conseguem várias facilidades e vivem felizes, mas acabam involuindo, tendo problemas até mesmo para correr, por usarem Hoverboards para se locomover, inclusive dentro de suas casas. Uma "distopia idílica" em que uma disfunção da AI pode causar um desastre. Como quando os Not Raiders hackearam o sistema.


A perseguição às Cures, que acabam sendo acusadas de um crime que não cometeram, mostra uma sociedade em que tudo é vigiado e em que é quase impossível escapar. Até mesmo os familiares de Lala apelam para que ela se entregue, acreditando na AI e que isso será para o bem dela. Mais uma vez, uma distopia, ainda que mostrada de forma eufêmica.


Ironicamente é graças à AI pessoal de Lala, que teve contato com outras culturas e formas de pensar, que as Cures conseguem uma chance de salvar o planeta. Esses eventos operam mudanças no planeta Summern em que seus habitantes repensam suas atitudes e passam a tentar ser menos dependentes da AI.

Andar com os próprios pés, sem hoverboards. O período de adaptação será longo.

Isso pode parecer uma negação à Diversidade, uma vez que houve interferência em uma cultura, mas na verdade trata-se de um efeito do intercâmbio entre os povos da Terra e os de Summern em busca de algo melhor. Discussão para se encontrar uma solução em comum, até mesmo misturando ideias é um dos caminhos, como mostrado em KiraKira☆Precure A La Mode. E esse intercâmbio também aparece nos visuais de Hikaru e Lala no último capítulo.

Mesmo assim, o intercâmbio cultural não implica em auto-negação ou na destruição de algo. As Star Twinkle aprendem muito uma com a outra e reveem certos aspectos de suas atitudes. Mas no fundo, elas não mudam suas essências. Hikaru continua sendo Hikaru. Lala ainda é Lala. Elena é Elena, Madoka é Madoka e Yuni é Yuni. Todas com seu brilho próprio.



Obra-prima

Com tudo isso, vejo que Star☆Twinkle cumpriu suas propostas iniciais. Conseguiu falar da partida para um novo mundo, sobre o contato com seres e pessoas diferentes, das dificuldades de integração e também da Diversidade. Tudo isso sem fazer tanto alarde quanto no ano anterior.

Isao Murayama conta que faz suas histórias para as crianças, sem colocar algo que elas só compreendam depois. Ele faria algo que seja visto só uma vez na vida e até esquecido. Felizmente esse intento não foi cumprido. As histórias de Star☆Twinkle também falam ao coração de quem é mais crescido conforme visto acima.

O fato de se ter uma Cure de pele mais escura, ideia do diretor da série Hiroaki Miyamoto, também teve sucesso. Kiyono Yasuno conta em uma entrevista que quando foi a um evento nos Estados Unidos, a Anime Central, uma menina negra, com um Star Color Pendant no peito, veio a ela para dizer que gostava da Cure Soleil. Uma prova de que as séries Precure podem alçar voo e ganhar o mundo, que era uma das intenções da produtora Yanagawa.

A série abordou temas que seriam complicados para as crianças, mas de modo que fosse entendível para elas. E conseguiram manter o mais importante: a Diversão. Foi uma obra divertida, acima de tudo, com várias situações cômicas.

Yuni sendo FDP.
Uma das caras mais engraçadas da série.

As composições de cenas também são ótimas, mostrando o estado de espírito de cada personagem usando luzes e sombras. E existem muitas outras construções metafóricas.

Assim como Hikaru leva Madoka no episódio 9 para conhecer o mundo...
... passando das sombras para a luz...
... Madoka puxa Hikaru pela mão para a segurança no episódio 11.
No mesmo episódio. Hikaru, deprimida, fica nas sombras.

E Star☆Twinkle ainda traz uma forte mensagem anti-guerra de compreender o outro, deixando de lado o temor e o preconceito. De ter a consciência de que todos são "Homens do Espaço", apesar de virem de planetas diferentes. Que o Universo não é de ninguém em particular.


Uma direção firme com um objetivo definido. Personagens carismáticos e bem aproveitados de forma equilibrada. Com isso eu digo mais uma vez:

Star☆Twinkle Precure é uma Obra-prima.


E não podemos nos esquecer da maior mensagem do desenho:

Tokusatsu é a Magia do Cinema! Outro mérito de Star☆Twinkle foi o de passar isso para os espectadores.

8 comentários:

  1. Olá! Como vai?
    Excelente descrição, tão bem escrito que não há o que acrescentar.
    Havia algumas questões abordadas ao longo da série possíveis de se notar, outras tão sutis que tornaram-se clarificadas através da explicitação. Muito boa!
    Desde o princípio dava para perceber que cada personagem desempenhava seu papel de modo magistral e mesmo com perspectivas diferentes, as Cures moldavam o rumo do enredo e dos próprios caminhos. Os Not Raiders eram vilões interessantes, cada um com seu próprio passado, com feridas abertas que foram cicatrizando ao entrarem em contato com as Guerreiras, foram sendo trabalhados e esmiuçados ao longo da metade para o fim da obra. Yoshimasa fez um ótimo trabalho!
    Penso que talvez não seja uma simples coincidência tantas produções estarem falando ao mesmo tempo sobre diversidade ou convívio com outros povos. São temas atuais, emergentes, extremamente fundamentais quando falamos de busca por melhores condições de vida ou tentativas de sobreviver em meio a tantas mudanças. Digo, Star Twinkle e Cop Craft (que foram as obras que assisti, aqui citadas) abordam sobre aproximações de seres humanos com outros seres, de forma sensível, passível de adaptação e paulatino, buscando mostrar que não somos todos iguais, ao contrário, somos sim diferentes e que apartir desta a coexistência a pluralidade pode ser alcançada, entretando há questões altamente complexas que perpassam, como o preconceito por exemplo. Akio Otsuka? Oh, havia esquecido dele na trama! Como gosto de sua voz! Hiroyuki Yoshino também foi outro seiyuu que combinou perfeitamente com o personagem, o Prunce.
    Há uma parte do fandom de Precure faz comparativos entre as séries, às vezes muito duras dos quais críticas negativas acabam se destacando e inferiorizando outras. Talvez Star Twinkle tenha sido escrita para abordar assuntos como estes citados de modo mais condizente com a faixa etária para o qual se destina, de maneira a falar através de metáforas e ocultadas, mas acredito que o "alarde" da anterior tenha causado o que se chama o "impacto pelo desconhecido", algo que até então as pessoas estavam desacostumadas a encontrar em séries para este público alvo. A forma como se alcança o público pela linguagem faz toda a diferença, mas não vejo problema, para outros... Todas tem suas contribuições, algumas até acrescentam o que as antecessoras deixaram em aberto. Essa é a graça da franquia, a continuidade e os laços que uma vai amalgamando entre as outras.
    Star Twinkle Precure já deixou suas marcas na história. Cumpriu seu propósito inicial e fez um ótimo trabalho!

    Abraços!

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    Respostas
    1. Obrigado, Melissa!

      Na verdade tinha mais coisa para escrever, mas resolvi deixar para quando saíssem as S.H. Figuarts de cada personagem. E espero que saiam.

      O temor do diferente e o preconceito são assuntos antigos, tratados desde a época de Ultraman. Por isso tracei vários paralelos entre essas séries. Mas pelo menos Star Twinkle aparentemente se passa em um mundo que evoluiu e os humanos aprenderam suas lições. E achei interessante esse assunto do contato com outros povos voltar à tona. Ronin me contou que Carole & Tuesday também fala disso.

      Acho que é até natural já que, ao menos em teoria, as distâncias estão cada vez mais curtas e é possível se comunicar com gente de outros países muito mais facilmente que antes. Achei que com isso, um conheceria o outro e todos passariam a ao menos se compreenderem. Mas não foi o que aconteceu, visto que as polarizações parecem mais acirradas que antigamente.

      Em HUGtto! houve mesmo um impacto inicial. E a equipe viu que tinha que fazer a coisa de forma mais discreta. Aquele relato do Shozo Uehara continua vivo ao falar das pressões de certos grupos que podem causar embaraços. E que é preciso usar de inteligência e discrição para tratar de certos assuntos. Foi nisso que eu vi que estavam usando as mesmas técnicas dos antigos Mestres de usar monstros e alienígenas como metáforas para tratar de temas sociais. Até um dos roteiristas de Star Twinkle, o Yuji Kobayashi, trabalhou nas séries Ultra e é grande estudioso do assunto, mas não sei dizer se ele fez sugestões nesse sentido.

      A performance do Yoshimasa Hosoya foi ótima. O Kappard no começo parecia ser um cara vaidoso, convencido, cheio de pose. Mas quando tocavam em um assunto que era seu ponto fraco, ele logo perdia a calma. Usar essas duas instâncias do personagem é difícil, mas o Hosoyan conseguiu sem problemas. Akio Otsuka também conseguia mudar rápido do "pesquisador sério" ao falar com a Madoka para o "aloprado Kira Yaba~" ao ver a Lala, o Prunce e a Fuwa (Precure). Otsuka tem currículo extenso, então ele tira de letra. O Prunce já é um caso bem interessante, pois tanto em situações cômicas quanto sérias, ele fazia aquela voz "caricata". E conseguia transmitir frustração ou seriedade com ela.

      Senti que houve grandes evoluções na franquia em Star Twinkle. Um exemplo é a história da Elena que falou do sorriso de um jeito que não foi abordado em Smile!. Na verdade era o que faltava: falar do lado negativo. Achei muito bom isso. E assim as séries vão se desenvolvendo mais e mais. Mas todas e cada uma delas é um trabalho único, cada uma com sua proposta. E isso cabe no conceito de Diversidade de Star Twinkle.

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  2. 2019 foi o ano dos animes com temas de diversidade e imigração, e vejo que Star Twinkle foi mais um que conseguiu abordar os assuntos com esmero.

    Me chamou a atenção ao ler a matéria que o desenvolvimento de personagens parece ser muito cuidadoso e detalhado, sendo que até os vilões ganharam sua profundidade ao longo da série. Dá pra ver que cada personagem possui sua trajetória e que isso reflete em suas personalidades. Me interessei bastante pela Yuni, pela descrição é a que tem a história que mais gostei, e o visual dela também é bem legal. Curioso que essa personagem não estava presente nas divulgações iniciais, pelo menos não que eu me lembre. E também gostei da Lala, que eu já tinha mencionado em outra matéria. Dessa vez as garotas alienígenas foram as que me interessaram mais, geralmente quem me chama a atenção sãos as Cures rosas hehehe. Mas as outras parecem interessantes também, fiquei bem intrigado ao ver que a Madoka se assemelha muito ao Uryu Ishida de Bleach (até no arco e flecha eles combinam), é quase como se eles fossem respectivamente as representações feminina e masculina dos filhos de família rica rigorosa, mas suas personalidades são bem diferentes. E essa história da menina negra que gosta da Cure Soleil é bem bacana. Às vezes parece bobagem quando falam de representatividade em personagens, mas é em momentos assim que a gente vê que isso é mais forte do que parece, principalmente para as crianças, que procuram ver suas imagens nos heróis e heroínas.

    A descrição das meninas explorando os planetas me lembrou RobiHachi hehehehe! Será que em algum momento elas não passaram por dois carinhas e um coelho robô fugindo de um maluco colorido e seus capangas?

    Fiquei interessado, vou botar esse na minha lista. Tá certo que vai demorar pra ver, já que tem uma montanha de coisas na fila, mas uma hora vai, se deu certo até com KiraKira Precure a la Mode, uma hora esse também vai XD

    Agora fiquei pensando uma coisa, não me lembro de ter visto nenhuma Figuarts dessa série, sendo que já até começou uma nova série Precure. Será que rolou algum problema ou a Bandai só está atrasada mesmo? Os visuais são bem legais e renderiam ótimas figuras, tomara que não deixem passar.

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    1. Obrigado, Ronin!

      Esses são temas importantes para os tempos atuais em que, ao menos em teoria, deveríamos ter um conhecimento maior das coisas, agora que as informações estão mais acessíveis. Mas não é bem isso o que acontece. E a gente vê os conflitos que ocorreram em Cop Craft, por exemplo.

      Essa foi uma das séries mais bem estruturadas da franquia. Ao ler as entrevistas e matérias sobre o desenho, vi que a produtora Akari Yanagawa deu o sangue para fazer e promover Star Twinkle e soube escalar pessoal competente.

      A Yuni veio no meio da série e acabei não conseguindo uma figura dela. Por isso não consegui falar sobre ela em outras matérias. Mas é uma personagem bem interessante, tanto nos momentos cômicos quanto nos sérios. Sumire Uesaka fez um bom trabalho. Já a Lala aparentemente é preferência universal. Todo mundo gosta dela, inclusive o Ken Akamatsu, o autor de Love Hina.

      Curiosamente, a Madoka tem várias cruzes (ou uma estrela de quatro pontas) na roupa e é um elemento frequente em seus ataques. Isso também remonta ao Uryu Ishida. E existem vários personagens de Precure que lembram os de outras séries, como os vilões de HUGtto, que se parecem com personagens de FATE.

      E foi bem legal a Yasuno Kiyono falar desse episódio nos Estados Unidos. Para mostrar que todo mundo precisa de um ídolo. Alguém em quem se inspirar. O bom é que não deixaram a Elena ser perfeita demais, senão pareceria favorecimento, e deram direitinho uma sombra para ela.

      Pensando bem, essas viagens podem remontar a RobiHachi, com a diferença de que não tem picaretagens. De fato, elas se encontram com um carinha com a voz do SugiYang em um desses mundos. E eu tenho certeza de que se o Ikku e o Prunce se encontrassem, eles iam sair para beber em algum lugar e conversar sobre como é duro ser ama-seca.

      A Bandai ainda está fazendo as da série anterior, HUGtto! e só falta uma para completar o time. Espero que continuem, embora eu tema que eles irão se preocupar com marcas mais lucrativas como Marvel ou Guerra nas Estrelas, agora que eles têm a licença. Isso sem falar que figuras articuladas das Star Twinkle seriam um tremendo desafio, como por exemplo as ombreiras da Lala, que são globos transparentes e dentro dá para ver os ombros. Fazer isso sem deixar articulações expostas é uma tarefa difícil. Mesmo assim fico na torcida.

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  3. Ótimo texto, me fez ter uma visão melhor da série, tanto o trabalho artistico, quanto as musicas, desenvolvimento de personagens fora do padrão comum, fizeram de StarTwinkle aklgo a ser lembrado.

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    1. Obrigado, André Silva!

      Foram vários pontos que notei e compilei nesta matéria. O chato é que ficou muito longa. Da próxima vez tenho que diluir e distribuir melhor durante a série. O pessoal de Star Twinkle fez um bom trabalho o que rendeu bons resultados. Conseguiram criar boas personagens e passar sua mensagem. Por isso é uma série memorável... embora eu me lembre de todas.

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    2. Pois é, o que mais me impressiona em Precure é a capacidade das equipes de produção de cada série conseguir fazer você ficar com algo na memória, seja nas músicas, personagens, trama, resoluções de conflitos pessoais, é incrivel como conseguem isso em uma série destinada ao público infanto-juvenil.

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    3. Li em uma entrevista uma vez que é exatamente por ser para o público infanto-juvenil que eles não podem fazer algo simplório. Porque as crianças conseguem ver quando estão mentindo para elas e que são um público muito exigente. Não se pode fazê-las de bobas. E é isso o que o pessoal da Toei e outras empresas como a Tsuburaya tem em mente.

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Peço que os comentários sejam apenas sobre assuntos abordados na matéria. Agradeço desde já.

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