sábado, 4 de junho de 2011

Robot Spirits Side MS RX-78-2 Gundam

Saudações.

Desta vez vou apresentar a versão Robot Spirits do primeiro Gundam, feita pela Bandai.



Mobile Suit Gundam foi um novo marco na história da animação japonesa de robôs. Ele trouxe conceitos até então inéditos nesse tipo de desenho, com personagens e conceitos mais próximos do real, em que os robôs não seriam mais vistos como super heróis, mas como armas de guerra. O desenho criou uma franquia que se estende até os dias de hoje e tem uma base de fãs tão ávidos quanto os de Guerra nas Estrelas.

A história se passa em um futuro próximo em que a humanidade avançou ao espaço e criou gigantescas estações espaciais habitáveis, chamadas de Colônias. Os povos das colônias do chamado Ducado de Zion se rebelam contra o povo da Terra e passam a lutar por sua independência. Para isso eles criam armas que consistem em um robô gigante tripulado: os Mobile Suits. Para contra-atacar essas armas, o governo da Terra cria o Projeto V, no qual eles também usariam Mobile Suits de fabricação própria. Um desses Mobile Suits seria o Gundam.

As tropas de Zion então atacam uma colônia onde os robôs do Projeto V estariam para destruí-los antes que fossem utilizados. No entanto, um jovem chamado Amuro Ray consegue por acidente um manual de instruções e encontra o Gundam desativado. Seguindo as instruções, ele ativa o robô e consegue repelir o ataque de Zion, mas acaba tendo de abandonar a colônia onde morava e fugir junto com a nave White Base.

Apesar de ser um civil, Amuro é o único que tem habilidade o suficiente de utilizar o Gundam para defender a nave e pilota o robô para sobreviver. Só que Amuro é um rapaz pacato, tímido e que não gosta de lutar, diferente dos pilotos de robôs dos desenhos de até então, mais ou menos como o Shinji de Neon Genesis Evangelion, chegando até a fugir da nave em uma ocasião. Mas a convivência com a tripulação da White Base, o confronto com soldado de Zion Ramba Ral, o encontro e a triste despedida com Lalah Sune e a rivalidade com Char Aznable fazem com que ele se desenvolva para se tornar um soldado.


Gundam foi um desenho revolucionário, no qual a guerra era vista como um confronto de ideais e não como uma luta do bem contra o mal, como nos desenhos de até então. Ainda, as lutas eram de exércitos contra exércitos e não mais duelos, sendo que os inimigos não eram monstros, mas robôs que seguiam o mesmo conceito dos personagens principais. Tudo isso gerou o gênero que mais tarde seria conhecido como Real Robots, em contraste aos Super Robots representados pelo Mazinger Z ou pelo Voltes V. Ironicamente, em sua primeira exibição em 1979, Gundam não obteve sucesso e acabou sendo cancelado, mas anos depois, ele seria revisto e reavaliado e se tornou popular em sua segunda exibição em 1982. Foi nessa época também que surgiram os kits plásticos de montar de robôs da série que são populares até hoje.

Curiosidade: Amuro Ray foi dublado por Tooru Furuya, que fez a voz de Joe Kaisaka, do Pirata do Espaço e mais tarde dublaria Seiya de Pégaso em Cavaleiros do Zodiaco, Yamcha em Dragon Ball e Tuxedo Mask em Sailor Moon. Amuro é seu papel mais representativo e por isso ele é chamado até hoje para dublar o personagem.


O conteúdo da caixa. Além das mãos intercambiáveis, o modelo vem com vários tipos de armamentos.


Visão do corpo inteiro. O modelo tem aproximadamente 12 cm. Ao vê-lo, me vem a cabeça a expressão "simple is best". É uma forma bem sóbria, comparada com os Gundams atuais, sem asas, canhões, V.S.B.R.s, rifles destruidores ou funnels. A série Robot Spirits é famosa por aliar a elegância da silhueta com a flexibilidade das articulações. E diferente da série Chogokin, essa série não usa partes em metal e representa em sua maioria os chamados Real Robots.


O rosto do Gundam, que é altamente conhecido e se tornou também o rosto da Bandai. Ele é tão característico que qualquer robô com esse rosto pode ser chamado de Gundam, vide o exemplo dos modelos da série G Gundam.


Detalhe da articulação do pescoço, com uma conexão esférica na base e uma giratória na cabeça. Uma fórmula bastante usada e altamente eficiente.



A antena (?) da cabeça pode ser trocada por outra de material flexível e mais difícil de quebrar. É recomendável fazer isso, mas ela cai a toda hora.



As articulações dos ombros. As ombreiras seguem o mesmo conceito usado na versão SH Figuarts do Kamen Rider OOO.


Os cotovelos têm articulações duplas e se dobram, fechando completamente.


Além das conexões esféricas com dobradiças nos pulsos, o braço também pode ser girado. Isso tem a ver com outra característica descrita na segunda parte.



O torso teve que ser modificado do desenho para se tornar flexível.



As placas protetoras da cintura são articuladas e não interferem muito nos movimentos. As da parte da frente de trás em especial podem ser até inclinadas.



Detalhe da articulação da coxa, que tem boa abertura e pode ser girada.


Entre as coxas existe um conector para o Soul Stage.



Os joelhos também possuem articulações duplas e podem ser dobrados até a posição da foto.


Detalhe da articulação do tornozelo. Além de ser girado, ele pode ser dobrado de modo a dar mais estabilidade ao modelo.





O pé tem uma dobradiça no meio e tem moldes de propulsores na planta.


Com isso, o Gundam pode fazer várias poses, como essa com o Beam Rifle, um rifle de raios que na época só poderia ser equipado em uma nave. No entanto, com o tempo ele se tornou armamento convencional e foram criados vários meios de rebater seus ataques.



O rifle possui articulações na mira e no outro cabo.



Esta peça é o Super Napalm, que pode ser instalada no rifle.


Com isso, o Gundam ganha um pouco mais de poder de fogo.



O escudo possui um conector articulado que se prende ao braço.



O conector pode ser trocado por este outro para ser instalado nas fendas das costas.


O escudo tem um visor, pelo qual o Gundam pode olhar para atirar. O visor é só um buraco, sem nenhuma peça transparente.


O Beam Saber, outra arma padrão do Gundam, que consiste em uma espada com uma lâmina de energia. O exemplo mais famoso desse tipo de arma é o sabre de luz usado em Guerra nas Estrelas, mas em Rydeen, um desenho japonês de 1975, o robô herói já usava uma lâmina de energia para aumentar o alcance de sua espada.


O modelo vem com duas espadas, que de fato foram usadas assim no desenho.


O modelo vem com essa peça de efeito que simula a espada se movimentando. É bom para representar a vinheta de intervalo.


Também está incluído um cabo mais longo que pode ser segurado com as duas mãos.



A Hyper Bazooka. É grande e detalhada, mas um pouco difícil de colocar. No desenho, o Gundam usa duas dessas ao mesmo tempo. Também existe um conector no meio para prender a bazuca em uma fenda nas costas do Gundam quando não está em uso.


A Beam Javelin, uma lança usada só na versão em longa metragem. É uma extensão do Beam Saber e eu me lembro que tentei rever a cena em que essa arma se extendia em câmera lenta quando vi pela primeira vez no Betamax da minha avó.


Por causa disso eu não me lembro de como ele usou essa arma.



A ponta é feita de plástico transparente, muito bonita. As pontas dos espinhos são bem afiadas e por isso não devem ser dadas a crianças. A ponta pode ser desmontada como na foto.


Por alguma razão a ponta da frente também se separa. Da até para fazer essa pose, como se o Gundam jogasse um dardo de energia (ele não faz isso no desenho).


Este é o Gundam Hammer, uma maça com corrente e com uma âncora na outra ponta. A corrente é de metal mesmo, o que lhe garante flexibilidade.



O cabo e a bola podem ser trocados...


... para formar o Hyper Hammer, uma bola de espinhos maior e propulsionada por foguetes. Eis uma arma que não combina com o Gundam, mas é muito legal.





Também está incluída essa peça que serve para segurar a corrente e que pode ser conectada na cintura do Gundam.



Os orifícios da lança e da bola são do mesmo tamanho e com isso é possível criar armas originais, como esse chicote com ponta de energia e essa maça gigante.


Gundam com todos os equipamentos.

- Ufa! É preciso ser um Super Robot para carregar todo esse peso!


O tamanho é compatível com os kits em escala 1/144 das séries Gundam. Na foto o Rig Shokew da série V Gundam, sem pintura, só montado, que eu ganhei de presente há alguns anos atrás.


Apesar de ser um modelo de produção em massa, o Shokew é de uma geração mais avançada que o primeiro Gundam e por isso conta com mais recursos como o Beam Shield, um escudo de energia que anula os raios do Beam Rifle.





Mas de nada adianta ser mais avançado se o piloto não sabe usar todo o potencial da máquina. E isso o Amuro sabe fazer melhor do que ninguém.



Tive sorte mais uma vez e consegui um exemplar da primeira leva (por que eu não tenho essa sorte na hora de apostar na Mega Sena?). Ela vem com uma bazuca, um rifle, um escudo e um lançador de napalm extras.


Com dois escudos a silhueta fica bonita, mas ele não tem como atacar a não ser golpeando com um deles.


Com dois rifles fica bem.


Duas bazucas. Pensando bem ele aparece assim no confronto final.




O modelo tem conectores especiais (Hard Points) em várias partes do corpo e no escudo e as armas possuem "abas" para serem instaladas nesses pontos. Na verdade elas servem para segurar as armas quando não estão em uso ou para conectar o escudo, no caso do braço.


No entanto, isso abre possibilidades para brincar um pouco e criar novos armamentos, como esse instalando o Super Napalm no braço e imitando a metralhadora giratória do Gundam Alex da série em vídeo War in the Pocket.


Com dois Super Napalms!


Gundam Full Power! "Simple is Best"? Eu disse isso?!


Configuração concentrada só no ataque e sem defesa.


Configuração "Escaravelho".


Double Beam Rifle e Double Napalm!


Double Bazooka!


Nova arma! Gundam Hyper Mega Bazooka Beam Napalm Launcher! Só não me pergunte como ele segura essa arma. Ah, sim. Na verdade dá para colocar os Beam Sabers na ponta também, mas acabei esquecendo.


Com isso os personagens principais da série Super Robot Wars estão reunidos. Na verdade o Gundam e o Mazinger têm o mesmo tamanho, mas isso ajuda na imagem de que o Mazinger é mais resistente e o Gundam é mais ágil.


Ufa! Assim fica bem melhor. No final, "Simple is Best".

E assim tivemos a apresentação da versão Robot Spirits do primeiro Gundam. Posso dizer que esse é o modelo definitivo de "action figure" do Gundam. Tem articulações aos montes, é bem modelado e ainda por cima abre possibilidades para novas configurações (se bem que a maioria é mais para piadas). A série Robot Spirits segue um vetor diferente de linha Chogokin, representando os robôs em plástico e se concentrando nas articulações. Comprei para experimentar e me agradou muito, apesar de gostar mais de Super Robots. Recomendo para quem é fã de Gundam e não tem paciência para montar os kits de plástico e quer um modelo totalmente articulado... e mais!

Em tempo, recentemente saiu uma nova versão deste modelo com mais Hard Points e conectores, mas sem o pacote de armas extras. Fico na dúvida se eu pego esse também e dou um jeito de pintar o anterior para virar o Gundam G-3.



.........

......

...

Ai, eu não resisto!


- METEORO DE PÉGASO!!!

Como é o mesmo dublador... Pelo menos no Japão.

2 comentários:

  1. Depois de alguns anos, voltei para ler a matéria na íntegra! Que figura incrível! Fazia tempo que eu estava namorando os model kits da série Gundam 00 e até cheguei a olhar a versão mais nova lançada pela Bandai que é semelhante a esta apresentada aqui. O que me desanimava muito era a escala 1:144,que achava muito miudinha! Mas fiquei bobo com o tanto de acessório que esse aí veio! Resumindo, na visita à Limited Edition, acabei pegando o RX-78 e tem muita coisa parecida com esse Robot Spirits, mas só tem o escudo, rifle, dois sabres e um par de mão extras.

    Como sempre, excelente review, fotos incríveis e informações muito importantes e interessantes que eu não veria em qualquer lugar!

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    1. Obrigado, Adelmo!

      Os caras estão regulando! O resto eu entendo, mas só dois pares de mãos? E mesmo 1:144 é um tamanho considerável para mim, visto que o Gundam não é um robô muito grande, só com 18 metros de altura. Ao menos comparado com brutos de 57 metros como o Com-Battler V ou de 200 metros como o Gunbuster.

      Gundam é um assunto amplamente discutido e abordado, e por isso tem sites com informações aos montes. Então fiquei com medo de "chover no molhado". Muito foi mais na memória, dos vídeos que eu vi quando era menor e de revistas antigas, dos primórdios dos kits de Gundam. E sonhava em ter um, o que era quase impossível na época.

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Peço que os comentários sejam apenas sobre assuntos abordados na matéria. Agradeço desde já.

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