Sci Fi Revoltech Giant Robo

Saudações.

Desta vez vou apresentar a versão Revoltech do Robô Gigante.

Sci Fi Revoltech é uma ramificação da linha Revoltech que engloba personagens de filmes e seriados de efeitos especiais japoneses ou não, como Alien, Gamera e até mesmo Batman. A linha também engloba personagens de desenhos em computação gráfica como "Toy Story" e animações em "stop motion" como "O Estranho Mundo de Jack".

E desta vez, a série nos traz um personagem que muita gente com mais de 30 anos deve conhecer aqui no Brasil: o Robô Gigante. Ou melhor dizer, muita gente com menos de 30 vai se lembrar do desenho animado feito em 1992, mas desta vez estamos falando do antigo Robô Gigante, aquele do seriado japonês de 1967, feito pela empresa Toei. Robô Gigante, ou Giant Robo foi criado por Mitsuteru Yokoyama, um dos maiores mestres dos quadrinhos japoneses, ao lado de Osamu Tezuka, Shotaro Ishinomori e Go Nagai. A história é de um robô gigante controlado pelo menino Daisaku Kusama através de um dispositivo de controle de voz disfarçado em um relógio de pulso.

No seriado, Daisaku conta com a ajuda da Unicórnio, agência especial designada para manter a paz no mundo, semelhante às equipes de defesa da Terra dos seriados do Ultraman. Para se identificarem, eles usavam uma senha: "Cartão de Napoleão", que deveria ser respondida com a frase "Diamante 15". A saudação deles consistia em esfregar o polegar em uma das falanges do indicador com a mão fechada, emitindo um som característico (confesso que tentei várias vezes fazer esse som, mas nunca consegui). O inimigo é a Quadrilha BF (Big Fire), criada pelo alienígena Imperador Guilhotina, que planeja a dominação do mundo. Para isso, ele usa monstros e robôs gigantes, além de espiões, alienígenas e até mesmo armas bacteriológicas.

A caixa vem em formato de "livro", fechado com um velcro e traz informações bem interessantes sobre o seriado. Uma delas é que esse foi o primeiro seriado da Toei em que foram utilizadas explosões com técnicas que são usadas até hoje pela empresa em outras séries, como Goseiger e Kamen Rider W. Outra é a confirmação do que muitos fãs já sabiam: o Robô Gigante foi mesmo inspirado na Esfinge de Gizé, do Egito. A idéia da Esfinge se transformando em um robô foi usada mais tarde em outra história de Mitsuteru Yokoyama, "Mars", cuja adaptação para desenho animado foi exibida no Brasil pela Animax sob o título de "Mars the Terminator".

O conteúdo da caixa. O Robô Gigante usava armas instaladas dentro de seu corpo e nunca equipamentos externos. Por isso, ele só vem com um jogo de mãos intercambiáveis (que por coincidência são quase as mesmas do Ultraman da versão Ultra Act), o Revol Container para guardá-las e um pedestal com uma plaquinha com o nome do seriado e o ano em que foi exibido pela primeira vez. Desta vez o pedestal não acompanha nunhum tipo de suporte. Também está incluído o Revol Chip e folhetos de propaganda.

O corpo inteiro do Robô Gigante. Podemos ver que é uma representação bem fiel ao seriado. Um desenho simples, mas que demonstra o conceito de um "gigante de ferro". Podemos ver moldes de rebites por todo o corpo e "sanfonas" nas articulações, características dos robôs da época.

O rosto é bem simples e se assemelha muito à Esfinge de Gizé, que foi base da inspiração do robô.

Um aspecto que o modelador teve cuidado de reproduzir foi a face do robô, que parece ter várias expressões de acordo com o ângulo por onde ela é vista. Às vezes, o robô parece ter uma expressão de tristeza e algumas vezes de coragem. E tudo isso sem a necessidade de partes extras.

Outro detalhe interessante são as pinturas que simulam sujeira. Até mesmo as "sanfonas" parecem empoeiradas. Isso é bem fiel ao traje usado nas filmagens, que sempre terminava sujo de poeira. Infelizmente o "V" do peito não é removível e não pode simular aquela cena em que ele dispara essa parte como um míssil para derrotar um de seus piores inimigos, o GR2.

As "sanfonas" na verdade são rígidas e escondem as articulações Revolver Joint. Elas podem ser giradas para que não atrapalhar nas poses.

O cotovelo não conta com as Revolver Joints, mas podem ser dobradas até esse ângulo e na dobradiça existe uma "sanfona" esculpida como se estivesse dobrada.

Os joelhos têm duas Revolver Joints cada e assim como os cotovelos, possuem "sanfonas" esculpidas que se revelam quando o joelho é dobrado. As coxas se movem só um pouco para a frente (um "clique"), mas não tem problema. O robô não era muito ágil no seriado mesmo.

Sendo assim, Robô gigante, ação!

-GROFF!!!

Na verdade, o som que o robô emite seria "Masshh" ou "Ma". Mas eu sempre ouvi como um "Groff". Não sei. Acho que combina mais.

A figura consegue representar bem a pose de ataque do robô.

Esta é a arma mais emblemática do Robô Gigante, os mísseis dos dedos. O modelo acompanha um par de mãos feitos especialmente para representar essa cena e os mísseis tem até as pinturas nas pontas iguais às do seriado.

Esse é o Soco Megaton, o golpe fatal do Robô Gigante, que pode tontear ou até mesmo derrotar um inimigo.

O Robô Gigante também podia disparar lasers de seus olhos.

Esta é a Cruz de Fogo, usada contra o vampiro espacial Draculan. Até hoje eu fico pensando se o Daisaku sabia que o robô tinha essa arma ou se o robô simplesmente obedeceu e deu um jeito de criar essa cruz de fogo. É certo que ele tinha um lança-chamas na boca, mas é implausível que ele tenha usado isso.

As Revolver Joints dão bastante mobilidade à figura, sendo possível criar golpes originais, como essa queda de joelhos por cima do inimigo.

As poses de vôo. Muitas vezes o menino Daisaku e seu amigo, o bonitão mas meio abobalhado Juro Minami voavam na palma da mão do robô e nem sentiam os efeitos da altitude e da força G, apesar do robô poder voar a velocidades maiores que a do som.

Com uma estatueta do Robô Gigante que eu ganhei de presente. À primeira vista nem dá pra saber qual deles é o articulado.

Sessão Nostalgia. Se tivesse o Fantomas ia ficar perfeito.

Podemos ver uma diferença de altura que invalida um pouco o nome do Robô Gigante. Mas se considerarmos que na ficção o Ultraman tem 40 metros e o Robô Gigante tem 30 metros, podemos ver que a escala não está totalmente errada.

Com isso tivemos a apresentação da versão Revoltech do Robô Gigante. Assim como todos os Revoltechs, essa figura requer um pouco de prática e estudo para poder ser utilizada com todo o seu potencial. às vezes é necessário desmontar a parte do corpo, virar a Revolver Joint para o ângulo e o lado desejado e recolocar tudo no lugar. Ainda, as "sanfonas" podem atrapalhar um pouco para quem não tem prática. Mas passando pelo período de aprendizagem, temos a melhor representação possível do Robô Gigante. A figura é um pouco "dura", mas o Robô Gigante tinha movimentos "duros" mesmo e por isso esse aspecto não chega a ser um problema. E o mais importante é ter uma representação fiel de um personagem que não víamos há muito tempo.

Ao longo do seriado, o Robô Gigante deu sinais de que havia criado vida e vontade própria, como na vez em que a Quadrilha BF se utilizou de uma cópia de Daisaku e roubou o controle do Robô Gigante, usando-o para destruir a cidade. O robô soube distinguir o Daisaku falso do verdadeiro e frustrou os planos da Quadrilha BF. E no último capítulo, ele chegou ao ponto de ignorar as ordens de Daisaku e levou o Imperador Guilhotina, cujo corpo poderia explodir como uma bomba atômica se fosse atacado, para longe da Terra e colidiu com um asteroide, salvando o mundo. O final do Robô Gigante foi um dos mais tristes, mas também um dos mais bonitos da história dos seriados japoneses. Muitas crianças (eu inclusive) choraram no último capítulo. Outra pessoa que chorou copiosamente foi um dos produtores da série, Tohru Hirayama, apesar de ter rejeitado uma ideia de dar um final feliz para o robô. O Robô Gigante acabou sumindo no espaço.

Mas um milagre aconteceu.

Ultraman estava passando por perto e salvou o Robô Gigante no último momento. Ele devolveu o robô são e salvo a Daisaku e agradeceu pelo Robô Gigante ter cuidado das coisas enquanto ele estava fora e o Ultra Seven estava ocupado cuidando de outros invasores. O Robô Gigante foi desarmado e se tornou uma atração em um parque de diversões, fazendo a alegria das crianças. Dizem que mais tarde, ele recebeu um convite do renomado diretor Yasuhiro Imagawa para participar de um novo desenho animado que incorporava elementos de outras histórias de Mitsuteru Yokoyama. O robô havia ganhado um pouco de peso depois de tantos anos de inatividade, mas aceitou mesmo assim. Por isso ele aparece um pouco mais "pesado" no desenho.

Se isso tudo é verdade? Bom, aí depende da imaginação de cada um.