sábado, 27 de janeiro de 2024

Divagações: As séries Ultra e a Antiguerra

Saudações.

Desta vez vou discorrer sobre o tema da Antiguerra nas séries Ultra, citando vários episódios e dando minha interpretação. Trata-se de uma visão totalmente pessoal.


Obs.: contém informações sobre os rumos da trama de várias séries Ultra, mas foram necessárias para exemplificar e ilustrar melhor.



Muita gente vê as séries Ultra como a história de um Super Herói gigante que combate monstros malvados e os derrota com a ajuda de uma força militar terráquea. Isso pode parecer uma ode ao militarismo e ao culto à violência, mas na verdade é bem o contrário.


A Corrida Armamentista

Por muitas vezes foi mostrado nas séries Ultra que o ser humano é capaz de construir poderosas armas de destruição em massa. Algumas delas capazes de explodir completamente planetas inteiros, erradicando os seres que os habitem.

O maior exemplo é o episódio de Ultraseven, no qual o planeta Gyeron é destruído por uma arma experimental, a R1. Mas surge um monstro do planeta que deveria ser desabitado, o Star BEM Gyeron, que voa para a Terra e passa a despejar a radiação da R1, ameaçando destruir o planeta.

Nesse meio tempo, Dan Moroboshi questiona seus pares e seus superiores quanto à validade de se criar armas tão poderosas, sendo que já se pensava em uma versão mais potente, a R2. E se os inimigos usassem uma arma mais forte? A resposta foi que então se deveria criar uma mais poderosa ainda para contra-atacar. Nessa surge uma das frases mais célebres das séries Ultra e que define bem a Corrida Armamentista.


"Esta é uma maratona sangrenta e interminável."


No final é decidido parar o projeto R2 ao ver que os riscos são muito grandes e os horrores que essa arma pode causar. Aparentemente a humanidade aprendeu sua lição...

Mas alguns anos depois, em Ultraman Taro, haveria um episódio duplo em que um país europeu faz um experimento com outro míssil com uma arma de destruição em massa, a Bomba Tron, desta vez alvejando um planeta chamado Mururoa, destruindo-o completamente. E mais uma vez um monstro que habitava o planeta vem para a Terra em busca de vingança, porém conseguindo o que Gyeron não conseguiu: derrotar Taro e envolver a Terra em trevas com uma fumaça negra que só pôde ser dissipada por um item milagroso do Planeta Ultra.

O principal propósito do episódio duplo é o de apresentar o Planeta Ultra e sua História, mas tem várias mensagens em suas entrelinhas. Mururoa (ou Moruroa) é o nome de um lugar que existe de verdade, um atol na Polinésia que foi usado para experimentos nucleares pela França desde 1966 e só parou em 1996, após vários protestos. Outra curiosidade é que dentro do episódio, é dito que vários países protestam contra o teste da Bomba Tron e é mencionada a França em especial, o que dá um tom sarcástico.

E no episódio é retratada a tristeza de seis irmãos que perderam seus pais no ataque do monstro. Isso sem falar na mesquinharia humana, em que existem aqueles que querem se aproveitar da situação vendendo água a altos preços, pois todos os comércios estão fechados devido à fumaça despejada por Mururoa. Isso é parte das consequências do uso irresponsável de armas perigosas em que o povo é quem paga pelos erros dos governantes.

A segunda metade de Ultraman Gaia também fala desse assunto ao questionar sobre o que são os monstros e apresentar alguns que não causariam mal aos humanos se fossem deixados em paz, mas mesmo assim são atacados devido ao medo deles se tornarem uma ameaça. Como no episódio 38, em que é criado um míssil capaz de penetrar no subterrâneo e erradicar monstros antes que eles venham para a superfície e ataquem os humanos.

O problema é que esse míssil, originalmente criado para guerras entre humanos, é extremamente perigoso, tendo um potencial muito grande de contaminar o meio-ambiente, e por isso teve seu uso proibido. Esse míssil é disparado e acaba pegando um monstro, o Tigris, que emerge ferido e ensanguentado. Ele tenta atacar a instalação de lançamento, mas acaba morrendo de uma forma altamente dolorosa, mesmo antes que Gaia pudesse fazer alguma coisa.

Nisso é levantada a questão: o que deve prevalecer é o ódio ou a compreensão?


Os Erros do Passado

E na mesma série, o episódio 39 fala de um cientista, Kondo, que teve que fabricar uma arma biológica para uma guerra, mas acaba transformado em um monstro por ela.

O episódio teve a ousadia de falar da Guerra do Pacífico, com muitos elementos que remontam a experimentos do antigo exército japonês. E nesses experimentos, foi descoberto um meio de reforçar seres humanos, o que poderia criar supersoldados. O cientista foi contra e por sua rebeldia foi a primeira cobaia, o que o transformou em um monstro que matou a todos ao seu redor.

Essa parte remete à Unidade 731, que teria conduzido experimentos com seres humanos, porém sendo uma unidade de pesquisas para controle de doenças na fachada. Esse tema é considerado tabu no Japão e quem fala dele ou reconhece sua existência é considerado "antijaponês".

Também é contado nesse episódio que a filha desse cientista teria morrido em um bombardeio, sendo que seu amigo, Hirano, lhe traz as cinzas de seu corpo cremado. E o cientista, agora o monstro Tsuchikera, se exila no fundo de um pântano.

No entanto, a radiação liberada pelo míssil disparado no episódio anterior faz com que ele perca a razão e comece a destruir tudo ao seu redor. Felizmente, graças ao Ultraman Gaia, Kondo consegue recuperar sua humanidade por um tempo e então poder morrer em paz.

Vendo bem, a tragédia de Kondo se deveu ao desenvolvimento e ao uso de armas pensando apenas em derrotar o inimigo a todo custo, sem pensar nas consequências. Mesmo assim, ele perdoou a todos e por isso decidiu se exilar ao invés de buscar vingança, acabando com o ciclo de ódio, até ser afetado pela radiação. O episódio então termina com esta frase:

"Enquanto as pessoas não se perdoarem umas as outras, os conflitos não acabarão."

Às vezes temos que admitir nossos próprios erros, nossos próprios crimes para acabar com um conflito. E essa frase do final soa como um pedido de perdão por essas atrocidades, considerando os elementos que remetem à Guerra do Pacífico.

Admitir os erros do passado também foi tema da linha de história de Ultraseven 1999. Nele, o Herói descobre que o que os Nonmalt disseram na série clássica era verdade. Que os terráqueos atuais eram uma espécie invasora que expulsou os aborígenes do planeta, forçando-os a fugir para o mar. E todas as informações referentes a esse povo passaram a ser guardadas como material altamente secreto, chamado de Arquivos Ômega, apagando até mesmo sua história da existência.

Ao descobrir tudo, os próprios terráqueos decidem publicar todos os materiais desses arquivos para o espaço sideral, demonstrando que eles evoluíram durante esses milênios, deixando de serem bárbaros para se tornarem civilizados. Mas é tarde demais, pois o ódio acumulado pelos Nonmalt por todas essas dezenas de milênios é muito grande e Ultraseven tem que tomar uma decisão que implica em infringir as leis do universo.


O Medo do Outro

É em Ultraseven 1999 que também vemos que uma coisa que faz com que uma guerra comece é o medo do "outro". Um medo representado pelo Comandante Kaji, que organizou o Projeto Friendship, com o intuito de atacar outros planetas que fossem potenciais invasores de forma preventiva, antes que eles fizessem algo.

Muitas vezes a Terra já foi alvo de ataques assim, de entidades que viram os humanos como uma ameaça em potencial. Então o Projeto acaba se tornando um pretexto para que outros seres ataquem o planeta. Pois eles também têm medo de que nós possamos destruí-los sem nenhum motivo aparente, movidos só por suspeita, e nos tornarmos uma ameaça à paz no universo.

Uma outra ocasião em que o medo do "outro" trouxe consequências desastrosas foi em Ultraman 80, em que é descoberta uma civilização subterrânea que existia já há milhares de anos, em paralelo com os humanos da superfície. Um comandante despreparado desconfiava dos Subterrâneos e nisso viu em uma tela alguns deles entrando em discordância com seres humanos em um acampamento. Eram mostradas imagens, sem áudio e então, movido pelo temor, logo ordenou um ataque em escala total sem tentar investigar as circunstâncias.

Isso acabou despertando um monstro subterrâneo, o Gomora II, que felizmente foi detido por 80, mas não antes de cerrar as portas que levavam ao mundo subterrâneo e com isso eliminando uma oportunidade de ambos os povos se conhecerem e prosperarem juntos.

Existem fãs que dizem que o Gomora II era uma arma dos Subterrâneos, mas agora não há meios de se confirmar ou negar isso. E caso fosse, também não há como saber se era armamento para invasão ou para auto-defesa. O fato é que os Subterrâneos nunca mais apareceram nem mesmo em Ultraman Mebius, que teria amarrado várias pontas soltas das séries Ultra clássicas, o que pode indicar que eles não tiveram mais interesse nos povos da superfície.

Em Ultraman Taro temos outro exemplo do que o medo do que não compreendemos pode causar. Nesse caso os monstros, no episódio duplo com o King Tortoise, a Queen Tortoise e o Mini Tortoise, que têm sua ilha destruída por ordens de um comandante estrangeiro que os via como potenciais ameaças, quando na verdade eles só atacaram por terem seus ovos roubados por humanos gananciosos. E nessa, a Queen Tortoise acabou pagando com sua vida. Isso teve ainda outras consequências no episódio com o Alien Miracle, que cuida de uma menina que teve sua casa destruída e seus pais mortos no meio da luta de Taro contra os Tortoises.

O exemplo mais clássico é o episódio 33 de O Regresso de Ultraman, em que um alienígena pacífico, o Alien Mates, que veio para observar o clima da Terra, foi assassinado por uma turba de humanos cegos pelo medo dele ser um invasor. Mesmo ele tendo salvo um menino e detido um monstro, sacrificando toda a sua força, impedido de voltar ao ser planeta de origem, e tendo sua saúde deteriorada pelo ar poluído da Terra.

Isso teve consequências em Ultraman Mebius, sendo que o filho desse alienígena veio em busca de vingança, mas foi convencido pelo jovem Herói de que ainda havia esperança e se retirou. Se não fosse por isso, poderia ter se iniciado uma guerra entre a Terra e o planeta Mates.

O medo do outro é algo mais trivial do que imaginamos e faz parte de nosso cotidiano. Por exemplo quando vemos alguém com comportamento, aparência, etnia, religião, ideologia diferentes das nossas próprias.

Os povos da Terra têm medo um do outro. Medo de ser invadido. Medo de ser dominado. Por saberem que os humanos podem ser gananciosos. Por não se conhecerem uns aos outros e paradoxalmente saberem de que atrocidades eles mesmos são capazes, como apontou o M1 em Ultraman X. É o medo do outro que faz com que ataquemos e que eles nos ataquem por nos ver como uma ameaça em potencial.


Antiguerra e Ufanismo

Mesmo assim, nas séries Ultra é mostrado que existem aqueles que são realmente maus, gananciosos e egoístas, além dos seres humanos. Seres com quem não se pode conversar, mesmo que eles saibam falar o idioma dos terráqueos.

Há inimigos que se aproveitam da bondade humana com más intenções. É o caso do Alien Zeran em O Regresso de Ultraman, que se disfarçou em um menino portador de deficiência auditiva e provocou Go por telepatia, para que ele o atacasse e com isso fosse desacreditado. Uma estratégia semelhante a de Yapool no último capítulo de Ultraman Ace, em que um de seus sobreviventes assumiu a forma de uma criança Alien Simon.

Em Ultraseven existe mais um caso nesse sentido, no episódio duplo com King Joe, em que um foguete terráqueo de exploração cai no planeta Pedan e seus habitantes confundem isso como uma invasão, mandando o robô gigante como retaliação. Dan negocia com eles e tenta falar ao alto comando da TDF, argumentando que é preciso primeiro confiar no outro. Mas acaba sendo traído, pois os Alien Pedan veem que a Terra tem vários recursos aproveitáveis e decidem invadir o nosso planeta.

Porém, no episódio seguinte, o argumento funciona com o Alien Annon, em uma circunstância semelhante, em que um foguete de exploração da Terra caiu em seu planeta e o alienígena viu isso como invasão. Desta vez, Seven consegue convencer o alienígena, que parte em paz, porém deixando claro que não irá tolerar invasões futuras.

Também surgem aqueles que se usam de uma invasão silenciosa, se apresentando como amigos como o Alien Zarab, de Ultraman, ou a União das Formas de Vida Inteligentes do Espaço de Ultraseven Evolution, uma organização de fachada que propôs um tratado falso de paz.

Até em Ultraman Cosmos, que tinha uma proposta pacifista, figuravam os Alien Noir, que transformavam monstros em ciborgues para servirem como escravos e viam outras formas de vida como material para serem mercadoria. Diante da frieza e do desprezo que os Noir tinham por outros seres, e ao ver o resultado do que eles faziam, Musashi/Cosmos se enfureceu e destruiu uma nave com um grupo deles sem hesitar. Tem coisas que nem mesmo um pacifista consegue suportar.

E existem inimigos com os quais não se pode dialogar, como as Feras Espaciais de Ultraman Nexus, que devoram outras formas de vida simplesmente por ser sua natureza. Ou aqueles cuja própria existência ameaça a vida de outros, mesmo sem ter más intenções, como o Kemular, do primeiro Ultraman, que espalhava gás venenoso matando tudo ao seu redor e destruindo tudo ao andar pela superfície. Nesses casos não há outro jeito a não ser lutar para sobreviver e em que não se pode perder.

Não é descartada a necessidade de se ter meios de defesa contra seres hostis, nocivos e perigosos. Para isso existem as forças de defesa da Terra e os próprios Guerreiros Ultra, que se usam de meios para combatê-los. Mas é mostrado que a violência não deve ser o primeiro recurso, e sim o último. E que deve-se limitar apenas à defesa de seu próprio território e não atacar outros mundos, como disse o então Capitão Furuhashi em Ultraseven 1999, mostrando que aprendeu sua lição.

O grande perigo é quando há excessos. Quando as armas construídas são poderosas demais como a R1, de Ultraseven e o Raio D4 que figura em Ultraman Z, ou o Projeto Friendship de Ultraseven 1999. Quando deixam de ser um meio de defesa para se tornar um meio de agredir até mesmo quem nunca fez nada, apenas por suspeita.


Boas Intenções, mas...

Mesmo assim podemos dizer que aqueles que querem criar mais armas e mais poderosas são realmente maus? Nem todos. A questão é bem mais complexa e tem um outro lado.

É certo que o General Hiiragi, do episódio de Ultraman Gaia mencionado acima, disparou o míssil movido pelo medo. Mais foi por ter visto de perto a destruição que os monstros podem causar e para que não houvesse mais humanos sendo sacrificados nesses ataques. Sua visão é de que se for para proteger a humanidade, é permitido destruir o meio-ambiente e outros seres. Então, seus objetivos são nobres, mas não os meios, e os resultados de suas ideias vêm de forma contundente. Felizmente ele consegue se redimir mais tarde.

Em Ultraman Dyna temos a figura do Comandante Gondo, extremamente hostil, um dos "Falcões" da TPC, que inclusive tenta construir algo que tivesse a mesma força do Herói, o Terranoid. Só que essa nova arma acaba sendo capturada pelos Sphere e se volta contra os humanos, como que mostrando que existem forças com as quais não se deve mexer. No fim, Gondo se sacrifica para que Asuka recupere seus poderes, mostrando que apesar de tudo ele também tinha a intenção de proteger a Terra e os terráqueos.

E novamente o Comandante Kaji, de Ultraseven 1999, agia daquele jeito por ter perdido seus companheiros em uma luta contra invasores alienígenas na época em que era um membro do Esquadrão Ultra e foi impedido for Furuhashi de perseguir os inimigos após expulsá-los da Terra. Kaji então passou a ter uma postura radical para proteger a humanidade, financiando a indústria armamentista que, segundo ele, "não estava contaminada por um pacifismo molóide". E resistiu até o fim para que Ultraseven não visse o Arquivo Omega, por temer as consequências para a raça humana, que teria invalidado seu direito de habitar o planeta. Só que acabou caindo na paranoia militarista e suas ações quase destruíram o planeta.

Todos esses personagens acabavam como os "vilões da história", tendo o ódio dos espectadores. Mas no fundo, suas intenções eram boas, visando a defesa da Terra, sabendo que os monstros eram perigosos e que os alienígenas podem se usar de ardis altamente inteligentes para dominar o planeta. E guardavam segredos que poderiam causar discórdia até mesmo entre os humanos, destruindo a ordem. Ainda assim, suas ações acabam causando desastres.


Uma Mensagem de Paz

Muita gente vê as séries Ultra como a história de "um super herói gigante que mata monstros malvados" quando nas histórias acima, é mostrado claramente que isso não é verdade. Com tudo isso, pode-se dizer que as séries Ultra são um enorme tratado antiguerra. Falam dos perigos e dos horrores da Corrida Armamentista e das consequências de se temer o que é diferente, o que é desconhecido. De se suspeitar do outro.

E ao mesmo tempo, também não nega que existem aqueles que são realmente maus, gananciosos ou simplesmente ameaçam outros seres por ser sua natureza, assim como a necessidade de se ter meios de se defender deles. Mesmo assim, não se pode haver excessos e sempre pensar, sem se deixar levar pelo ódio, pelo medo e pela suspeita. Ter o discernimento para analisar corretamente caso a caso e não por generalizações.

Não perdermos de vista que o objetivo de se ter força é tão simplesmente o de proteger aqueles que nos são caros, e não necessariamente exterminar o lado oponente. Como disse o ator Hideo Ishiguro em um evento de Ultraman Orb:

"O mais importante para o Herói não é ser o mais forte, mas sem proteger alguém."

E também o tema de encerramento de Ultraman X.

"Para que ter essa Força?
É para defender
Mas por que eles nos atacam?
Devemos mesmo derrotá-los?"

As séries Ultra, no fim, são uma alegoria da situação atual da humanidade, que nos faz repensar nossas ações, como foi proposto por Tetsuo Kinjo ao usar-se de fantasia para falar de temas delicados, enquanto Shozo Uehara foi mais direto. Porque o "Alienígena", o "Monstro", pode ser uma representação de outra nação ou de outras pessoas diferentes de nós. E nos levam a questionar a necessidade de sempre buscar armas mais e mais poderosas só para nos resguardarmos, mas que podem acabar se voltando contra quem as usa. 

Nessa eu sinto que cabe uma frase de Taro Okamoto:

"Os humanos são todos iguais, mas por existirem fronteiras eles se tornam agressivos em uma corrida armamentista construindo até bombas atômicas. Eu gostaria de saber na realidade por quem, para quem e o que eles pretendem "defender" com isso."

Foi por isso também que Ultraman Ace deixou seu Último Desejo ao partir da Terra e deu a Z esse nome para que ele fosse o Último Herói. Almejando que não mais houvesse guerras, como o roteirista principal da série clássica, Shinichi Ichikawa, queria. Para que não houvesse o militarismo e o culto à violência. E que se mesmo assim for necessário apelar para as armas, ter em mente que vai matar alguém que tem uma família e causar tristeza, como Haruki aprendeu em Z, e estar preparado para carregar o rancor do derrotado, como mostrado em Ace.


Apresentei aqui apenas alguns dos vários episódios das séries Ultra que falam sobre a Antiguerra. Existem muitos outros que abordam o assunto, desde as obras mais antigas até as mais novas, mostrando que esse espírito não se perdeu. De fato, a mais recente, Ultraman Blazar, é o grande resumo de tudo o que foi dito aqui. E ela apresenta uma solução possível: a de se comunicar e compreender o outro, entendendo que assim como o tememos, ele também nos teme. E assim superar as barreiras.

Essa é a Mensagem de Paz das séries Ultra, necessária para os tempos de agora, em que presenciamos várias guerras e continuamos a produzir armas de destruição em massa, mostrando que não aprendemos nada com o passar dos anos. Mas que pode nos levar a uma reflexão.

Um comentário:

  1. Obrigado, Escritora!

    Se a gente for tentar enumerar todos os episódios que falam do assunto, teríamos uma enorme coleção de livros. E sempre dá para trazer mais exemplos.

    Realmente é um bom ponto a se levantar, sobre Taiga e Geed, pois mostra que nem todos os alienígenas pensam igual. Alguns deles podem ser pacíficos, diferente de compatriotas que tenham atacado a Terra. Como os Alien Pegassa em Ultraseven Evolution, divididos entre aqueles que querem viver com os humanos e os que querem vingança por terem seu lar destruído. Na AIB dá para ver vários alienígenas que querem ajudar a defender o planeta, enquanto o Fukuide é o contrário. Bem observado esse ponto, o que enriquece o assunto.

    Não é uma coisa fácil, mas temos que continuar tentando. Pelo menos para mantermos a humanidade.

    ResponderExcluir

Peço que os comentários sejam apenas sobre assuntos abordados na matéria. Agradeço desde já.

Dicas de lojas e onde comprar nos links: https://usys222.blogspot.com/p/sobre.html