S.H. Figuarts Kamen Rider Shin

Saudações.

Desta vez vou falar da versão S.H. Figuarts do Kamen Rider Shin, feita pela Bandai.

1. Informações
2. Modelagem
3. Articulações
4. Ação

1. Informações

Shin Kazamatsuri era um jovem motociclista que, para ajudar seu pai, o biólogo Dr. Daimon Kazamatsuri, servia de objeto de teste para suas pesquisas científicas de novos medicamentos na ISS (Institute of Super Science) para a cura de doenças como a AIDS e o câncer. Shin passa a ter pesadelos com ele transformado em um estranho monstro e cometendo assassinatos em série, que realmente aconteceram. Isso foi porque secretamente, Shin teve implantados em seu corpo genes de gafanhoto pelas mãos de seu pai, que havia sido enganado por Iwao Himuro, membro da misteriosa organização conhecida apenas como "Fundação", mercadores de armas cujo objetivo era o de criar um novo tipo de soldado ciborgue. Por terem sido usados implantes orgânicos, Shin é classificado como um Soldado Biociborgue de nível 3.

Nisso, a CIA começa a se movimentar, enviando a agente Sarah Fukamachi para investigar as ações da Fundação. E depois dos acontecimentos do filme, Shin parte para algum lugar desconhecido. Em seu relatório sobre o caso, a CIA o chama de "MASKED RIDER".

Em tempo, o nome "Kamen Rider Shin" foi dado fora da ficção, por pura conveniência para ser mais fácil de denominá-lo quando colocado junto com outros Riders ou para falar da cronologia das séries.

真・仮面ライダー序章 (Shin Kamen RIDER PROLOGUE, algo como "O Verdadeiro Kamen Rider: Prólogo) foi um especial em vídeo lançado no Japão no ano de 1992 em comemoração aos 20 anos das séries Kamen Rider. O conceito foi o de se criar um Kamen Rider mais voltado ao público adulto, daí a decisão de se lançar em vídeo, que tem uma audiência mais restrita. Sendo assim o filme tem várias cenas de violência explícita e nudez (ainda que não frontal). O visual do herói é bem mais "orgânico", lembrando um "homem gafanhoto", mais convincente que os Riders de até então em que dava para ver que eram pessoas fantasiadas, com couraças e capacetes. Shin já tinha um visual mais monstruoso e mais grotesco.

Shotaro Ishinomori já havia dito que o Kamen Rider Black seria o "Kamen Rider Nº 0", significando um retorno às origens. E o Shin Kamen Rider foi feito seguindo o mesmo conceito: uma espécie de "raiz" para a árvore genealógica dos Kamen Riders, que possui diversas ramificações. Como o título indica, este filme seria apenas o começo de uma trilogia (há quem diga que seriam cinco filmes), seguindo o processo pelo qual o personagem principal gradualmente vai adquirindo as características do Kamen Rider tradicional, com um capacete, um cinto, um cachecol e uma motocicleta, o que acabou não se concretizando. Isso não foi devido às vendas, que foram boas, ao contrário do que se acreditava, e até foi considerada a possibilidade fazer um filme para cinema. Mas após várias reuniões, decidiu-se que uma série totalmente nova teria uma aceitação mais ampla e por isso, no ano seguinte foi lançado Kamen Rider ZO.

O filme não teve uma continuação como estava planejado, mas mais tarde foi lançado um romance literário na coleção S.I.C. HERO SAGA, intitulado MASKED RIDER SHIN EDITION - 終わりの始まり、始まりの終わり (Owari no Hajimari, Hajimari no Owari, ou O Começo do Fim, o Fim do Começo), tendo como personagem principal Shin (escreve-se 新, "novo"), o filho de Shin (真, "verdadeiro"), que ele teve com a heroína Ai Asuka (Yumi Nomura) e que conta eventos posteriores. Shin (filho) seria perseguido tanto pela CIA quanto pela Fundação e usaria uma fantasia que consiste em uma máscara baseada em um herói de ficção chamado "Kamen Rider". Nisso, surge um novo inimigo mandado pela Fundação, um homem gafanhoto, que na verdade é seu pai, cuja memória se deteriorou gradativamente devido à cirurgia que o transformou em um Soldado Ciborgue de Nível 3 há vinte anos atrás. E o jovem Shin percebe que ele mesmo está sujeito a isso...

Shin Kazamatsuri foi interpretado por Katsuhisa Ishikawa, que mais tarde mudou seu nome artístico para Shin Ishikawa, por influência do personagem e também por seu nome original ser difícil de ler. Ishikawa conta que a maquiagem especial para fazer a cena de transformação levou duas horas para ser feita, o que foi bem exaustivo.

A personagem Sarah Fukamachi foi interpretada por Kiyomi Tsukada, conhecida por aqui como a andróide Anri em O Fantástico Jaspion. Tsukada interpretou várias personagens cômicas em Shaider e Machine Man, mas desta vez ela fez uma fria agente da CIA, algo totalmente oposto aos seus papéis anteriores. E ela desempenhou seu papel de forma convincente, demonstrando ter uma grande capacidade interpretativa. De fato, sua atuação é um dos fatores que salvam o filme.

Existem indícios de que a chamada "Fundação" que aparece no filme tem ligações, ou é a própria Fundação X, que figura nas séries e filmes dos Kamen Riders da Nova Geração, como W e Fourze. De fato, o conceito é bem parecido. Mas até agora não foi revelado nada de concreto sobre isso.

Curiosidade: Não só Shotaro Ishinomori aparece fazendo uma ponta no filme, mas também o co-roteirista do filme, Joe Onodera, que é ator e fez aparições em Machine Man e Ultraman Dyna. Em tempo, Onodera detesta que falem de sua linhagem porque quer ter méritos próprios e uma vez contou que tem vontade de esganar quem menciona isso.

O modelo foi comercializado de forma exclusiva pelo site da Bandai por tempo limitado.

O conteúdo da caixa. Pouca coisa, mas definitivamente o suficiente.

2. Modelagem

Visão de corpo inteiro e... Não. Espere um pouco.

Melhor agora. Aquela pose não combina com o personagem. De qualquer jeito, a representação é incrível. Um Kamen Rider, ou melhor dizer, um "homem gafanhoto" em sua essência mais pura. Uma aberração, que faz entender como é ruim perder a humanidade. Ou seja, um "Kamen Rider de raiz", como planejado por Shotaro Ishinomori.

Close da cabeça. Ficou bem monstruosa, bem insectóide. Uma pena que os olhos não tenham uma textura mais clara no fundo e por isso, eles parecem apagados.

Está incluída esta cabeça extra, com a boca aberta. Fica bem ameaçador, mas isso é só o começo.

Também tem esta outra cabeça, com  a boca toda aberta, assim como a mandíbula para os lados, expondo os dentes, chamados de Break Toother (o mesmo nome usado no ZO). Fica bem aterradora. O impacto visual é enorme.

O detalhamento da cabeça é impressionante, mas é uma pena que as estampas são feitas em baixa resolução, sendo possível ver as granulações.

A modelagem do pescoço é magnífica, inclusive com os músculos dos lados.

O mesmo pode ser dito do corpo, coberto por uma carapaça orgânica, que seria cinco vezes mais resistente que cerâmica. E ainda por cima, mesmo sendo ferido, sua capacidade de regeneração é cinco mil vezes mais rápida que um ser humano comum. Dá para ver os músculos peitorais e dorsais.

Curiosidade: a roupa usada para as filmagens foi feita usando moldes por cima do próprio corpo do dublê que a vestiu, Jiro Okamoto.

Os braços também ficaram muito bem feitos e as articulações foram colocadas de modo a não chamar muito a atenção.

Detalhes dos espinhos, os Spine Cutters, capazes de cortar até mesmo metal, semelhantes aos do Kamen Rider Amazon. Mesmo quebrados, eles logo se regeneram.

A modelagem das mãos é formidável. Nos dedos é possível ver as garras, chamadas de Hi-Vibe Nails, que emitem ondas vibratórias em alta velocidade e com isso conseguem cortar qualquer coisa.

A escultura dos pés também é soberba. Não sei dizer se essas garras têm a mesma característica que as das mãos.

3. Articulações

O pescoço tem boa liberdade de movimentos, embora nada muito acentuado.

Os ombros possuem um mecanismo semelhante ao dos Greeeds, em que ele pode se deslocar bem para baixo e daí é possível erguer o braço junto com a ombreira.

Existe uma articulação giratória no antebraço. O cotovelo se dobra até o ângulo da foto.

Os pulsos possuem uma boa flexibilidade.

Nada muito notável no tronco, que gira mais na cintura que no peito.

A abertura das pernas é incrível, considerando o formato.

Os joelhos se flexionam bem. Os tornozelos não se dobram muito para a frente.

Mas conseguem girar bem.

4. Ação

Shin não tem uma pose de transformação ou um palavra-chave. Quando sua fúria chega a determinado ponto, ele começa sua mutação, que vem de suas próprias células e não de um item, como um cinto.

O processo é extremamente doloroso e a mudança é radical. Tanto que a palavra Henshin (変身) não é mais suficiente para descrever. Mais adequado seria Hentai (変態, "metamorfose", como uma larva para uma borboleta)

Shin não tem uma pose básica de luta definida. Muitas vezes ele luta com o corpo arqueado, como um animal.

Igualmente animalesco é o seu jeito de combater, usando as garras e os cortadores dos membros.

Não pude arranjar uma figura do Soldado Ciborgue Nivel 2, Goujima, e por isso vai o Alien Magma, que tem armas parecidas (e uma característica que vai ser útil).

Shin pode ser animalesco, mas isso não significa que ele não seja inteligente e também se vale de técnica, como nesta cena em que ele pára o ataque do inimigo e o arremessa.

Goujima tem bastante força e resistência, capaz de quebrar as Spine Cutters.

Mas Shin tem velocidade e agilidade, usando isso para confundir o inimigo.

Para então pular e atravessar o inimigo com as Hi-Vibe Nails.

Atenção! Cena de extrema violência! Veja com cuidado!

Com as Spine Cutters já regeneradas, Shin agarra o inimigo pela cabeça e...



... a corta fora. No filme vai a espinha junto com o pescoço.

Obs.: O Alien Magma tem a mesma força vital de uma barata e por isso não morre tão fácil (embora um catavento possa vencê-lo)! Não tentem imitar! Lembrem-se daquela lição valiosa:
"Pessoas morrem quando são assassinadas" - Shiro Emiya, em Fate/stay night


Shin Ishikawa mais tarde trabalhou em Ultraman Mebius como Kazuya Serizawa, o hospedeiro do Ultraman Hikari. Curiosamente, Hiroya Fujimiya, o hospedeiro do Ultraman Agul, também azul, foi interpretado por Hassei Takano, que foi Miyuki Tezuka, o Kamen Rider Raia em Kamen Rider Ryuki e Hayato Ichimonji, o Kamen Rider Nº 2 em Kamen Rider THE FIRST e Kamen Rider THE NEXT. Será isso uma tendência?


Agora só falta o J para completar os Riders da fase do produtor Susumu Yoshikawa. E também só falta ele para completar os Riders Clássicos.

E esta foi a apresentação da versão S.H. Figuarts do Kamen Rider Shin, feita pela Bandai. Assim como o ZO e o Doras, uma ótima representação do personagem. Ficou bem monstruoso, grotesco como tem de ser. Devido à sua natureza, não estão incluídos muitos acessórios, mas as cabeças extras são mais do que suficiente, ajudando a mostrar uma suas características mais marcantes. As articulações não são excepcionais, mas ainda assim são capazes de recriar várias situações do filme. Recomendo para os fãs dos Riders Clássicos, mas tem a ressalva da disponibilidade limitada devido à venda por tempo limitado.