terça-feira, 23 de outubro de 2018

ウルトラマンゼロ VR 大都会の戦慄 エレキング対ゼロ - Ultraman Zero VR - Pânico na Cidade - Eleking Vs. Zero

Saudações.

Desta vez vou falar sobre o filme em realidade virtual Ultraman Zero VR. Abaixo segue um resumo e impressões.


Um certo lugar no distrito Minato, em Tóquio. Durante uma reunião em um prédio de escritórios, surge o Monstro Espacial Eleking. Após uma fuga desesperada pela saída de emergência, se desenrola uma batalha entre o Ultraman Zero e o monstro gigante.
- Tradução rudimentar do resumo da página da Tsuburaya Productions.

Soube através de um tuíte do grande diretor Kiyotaka Taguchi que estavam exibindo Ultraman Zero VR em São Paulo. Ele deixou o link e vi que era parte da 42ª Mostra Internacional de Cinema e havia um espaço destinado a obras em Realidade Virtual no CineSesc, na rua Augusta. Como estava de férias, resolvi ir até lá para ver. E conto como foi a experiência.



Primeiro é mostrado um breve panorama aéreo da cidade de Tóquio, como se o espectador estivesse voando sobre ela.

A cena muda para uma reunião em uma empresa, que é interrompida por um funcionário afobado que liga a TV para um noticiário que avisa que um gigantesco monstro de 53 metros de altura está avançando em direção ao centro da cidade, destruindo tudo em  seu caminho. Um barulho é ouvido do lado de fora e na janela surge o Eleking, que ameaça destruir o prédio. Nisso, o Ultraman Zero vem para intervir.


Os funcionários fogem em pânico até uma saída de emergência no térreo e se deparam com Zero preso pela cauda elétrica de Eleking. O herói consegue se libertar, torce a cauda do monstro e o faz bater em um outro prédio.

O monstro fica atordoado e nisso, Zero saca os Zero Sluggers e corre em direção ao monstro. Eleking também avança em um último esforço desesperado, mas é cortado pelo herói e explode. Zero vence.


Nova Perspectiva, Nova Experiência, Novas Possibilidades...

Trata-se de um curta-metragem de 6min40seg. Não há uma história com desenvolvimento de personagens ou algo parecido. O principal é realmente a luta mesmo, mas com a possibilidade do espectador ver tudo como se estivesse lá. O filme foi exibido pela primeira vez em outubro de 2017, no Festival de Cannes, e depois em outros eventos como o BUSAN International Film Festival e agora na Mostra Internacional de Cinema deste ano.

Foi uma boa experiência. Na verdade, foi o meu primeiro contato com essa tecnologia e fiquei maravilhado ao ver que as imagens acompanhavam os movimentos de minha cabeça. A câmera se movia em tempo real de acordo com o lado pelo qual eu olhava. Olhando para cima, via o teto ou o  céu. E olhando para baixo, dava para ver o piso acarpetado ou o asfalto. Era realmente fascinante.

E funcionou bem nesse filme, primeiro mostrando a luta como se vista pela janela, do alto de um prédio. Algo que ficaria relegado a alguns segundos em um filme ou seriado, mas agora foi possível ver por mais tempo.

A cena de pânico tem vários detalhes, como pessoas se encolhendo em um canto ou ficando para trás, sem conseguir fugir. E com todo mundo correndo, dá ao espectador a sensação de que vai ser atropelado pela multidão.

E ao abrir a saída de emergência, ele se depara com a sola do pé de um gigantesco Ultraman Zero enfrentando o igualmente titânico Eleking. O ângulo de visão é exatamente como seria se uma daquelas lutas de filmes e séries Ultra seria, visto por uma pessoa comum, de baixo para cima. Os movimentos dos dois são lentos, mas isso ajuda a dar a impressão de gigantismo, de impacto. O Ultraman Zero e o Eleking estão lá mesmo, na frente do espectador.

A produção é caprichada. É possível ver os personagens refletidos nas janelas dos prédios, dando outra perspectiva para a batalha. E dá para notar que alguns carros e prédios destruídos são miniaturas, mas outros são incrivelmente reais. Mal dá para saber quais partes usaram imagens reais (se é que foram usadas) e quais foram feitas em estúdio.


Uma vantagem dessa tecnologia é poder desviar o olhar da luta e observar as pessoas assistindo o combate, em tempo real. Alguns ficam em pânico, sem saber o que fazer. Outros torcem para o herói. E tem aqueles que tentam gravar tudo com seus smartphones. Dá até para encontrar uns elementos escondidos. Entre os funcionários está Hyouri Takahashi, o vocalista da banda Katokutai, usando óculos. É ele que aponta para a janela dizendo "O que é aquilo?!", quando aparece o Eleking.

Hyouri Takahashi, no meio da multidão. Não, ele não se transforma no Ultraman Zero.

O diretor é o próprio Kiyotaka Taguchi, de Ultraman X e Ultraman Orb, com assistência de Masayoshi Takesue, de Ultraman R/B. E realmente essa obra só poderia ser feita por Taguchi, que sabe quais são os melhores ângulos para mostrar os dois personagens gigantes de forma avassaladora.

Um outro ponto interessante é que o título é mostrado como em Ultra Seven, com aquele fundo em amarelo e vermelho animado. Agora é possível ver esse fundo cobrindo tudo em 360°.

Imagine estar flutuando em um espaço coberto com esses padrões.


... Porém com limitações

O impacto inicial é grande e dá para sentir novas possibilidades para os filmes de monstros. Por outro lado, é possível notar algumas limitações. Por exemplo, Zero não usa raios e nem lança os Zero Sluggers como bumerangues, se limitando a segurá-los como facas. Seu estilo de luta não é aquele acrobático, com pulos e chutes giratórios, se parecendo mais com um Ultra tradicional. Ele também não fala, embora os gritos sejam do dublador original, Mamoru Miyano.

Ainda assim  a angulação é impressionante!

No meio do filme existem cortes de cenas para outras perspectivas, ora com o expectador do lado do Eleking, ora vendo a luta mais uma  vez por cima. A imersão poderia ser maior se fosse sem cortes e sem essas mudanças de visão. Nada muito relevante, mas nessas cenas o chão fica borrado.

E uma pena que o som era estéreo e não Surround. Por isso, os sons da direita ficavam na direita e vice-versa ao invés de acompanhar a visão do espectador. E uma poltrona com vibração ajudaria a criar um clima mais envolvente. Mas ainda assim é uma boa experiência.

Costumo passar mal em jogos com visão em primeira pessoa (e por isso tive que me afastar). Mas desta vez, por alguma razão, não senti quase nada, a não ser um leve desconforto. E isso porque eu vi o filme mais de cinco vezes seguidas. Porém, no dia seguinte acordei com uma tremenda dor de cabeça. Sendo assim talvez seja bom não abusar.

Originalmente o filme foi exibido junto com Ultra Fight VR, uma versão em realidade virtual do antigo programa de TV, com o Ultra Seven e o Ultraman Zero enfrentando Guts e Icarus com recursos pobres, um aspecto que foi emulado. Mas infelizmente não foi disponibilizado pela Mostra. Os motivos são desconhecidos.

Abaixo segue o trailer, disponível no Canal Oficial da Tsuburaya no YouTube, com visão em 360°. É possível mover a câmera clicando na tela e segurando com o botão do mouse. Com isso dá para ter uma ideia de como é.



O filme estará disponível até o dia 31/10/2018. Esse é só um dos filmes em Realidade Virtual disponíveis e é possível ver outros durante a sessão. Ou é possível ver o mesmo várias vezes até terminar o horário. O espectador fica em uma poltrona giratória com uma unidade VR na cabeça, que pode ser usada até junto com óculos. Para se ver cada filme, basta olhar para o título e esperar o ícone em forma de relógio encher. O filme tem legendas em inglês, mas que ficam em um lugar fixo. Dependendo do ponto  de vista, elas não ficam visíveis. Se bem que nem é preciso ler para entender o que está acontecendo.


Paciência, Preparação e Sorte

Antes de ver é preciso ter alguns pontos em mente.

A entrada é gratuita e os ingressos podem ser pegos uma hora antes de cada sessão. E tendo a Carteirinha Plena do Sesc, é possível pegar até uma hora e meia antes, com certa prioridade.

Os ingressos para o espaço de Realidade Virtual devem ser pegos com um monitor que fica fora do balcão de bilhetes. Pergunte para ele(a) se há uma vaga. Só podem entrar sete pessoas de uma vez em cada sessão. Sendo assim os ingressos esgotam rapidamente e nesse caso é preciso voltar uma hora depois. Sendo assim, não se trata de um programa para ir ver com a família e/ou com os amigos. É melhor ir sozinho(a).

É preciso dispor de bastante tempo e ter muita paciência, além de preparação espiritual. Eu mesmo cheguei às 13h30min, ou seja, uma hora antes da primeira sessão, mas os ingressos já estavam  esgotados. Tive que voltar várias vezes para ver se tinha uma vaga. Só consegui na sessão das 18h30min. E ainda assim foi porque alguém desistiu. Ou seja, além de paciência, foi preciso muita sorte. Houve um risco muito grande de eu não ter conseguido ver.

E é bom ser educado, sem brigar ou discutir com o monitor ou qualquer funcionário do Sesc. Trata-se de um evento totalmente gratuito, sem ter nem mesmo a necessidade de se fazer um cadastro. Sendo assim, não tem cabimento fazer reclamações caso não se consiga ver. Lembrar-se de que é um representante dos fãs das séries Ultra. Causar brigas ou confusões pode manchar a reputação de todos os fãs.

Ou seja, não há garantias de que as coisas sairão como planejado. Se me perguntarem se vale a pena fazer todo esse sacrifício, só digo que é uma boa experiência, que tem que ser vista sem expectativas muito altas.

4 comentários:

  1. Fala, Usys! Eu tenho um óculos VR e já tinha visto esse trailer, que me pareceu bem legal. Puxa, nessas horas que eu sinto AINDA mais falta de São Paulo... Aqui na cidade já rolaram mostras do SESC, mas acho difícil que essa venha para cá. Não gosto muito de ver filmes 3D, pois me dão dor de cabeça, mas uma imersão em VR por alguns minutos apenas já é algo que eu iria ver, com certeza.

    Dica interessante mesmo! Abraço!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, Nagado!

      O software está disponível para venda, mas não encontrei ainda uma loja que mandasse para cá. Mas acho que já vi o bastante.
      Pelo que eu soube, exibiram em Minas Gerais. Pode haver uma chance ainda. E quem sabe com mais conforto, pois desta vez foi bem concorrido para ver. Cheguei a ver uma pessoa levar o último bilhete da sessão na minha frente!

      Excluir
  2. Que legal esse evento! Deve ser uma experiência bem interessante ver uma luta de gigantes em realidade virtual, e o fato de ser o Ultraman acho que ainda deve rolar uma vontade de torcer pelo herói hehe.

    Nunca experimentei nenhum equipamento de VR, pensei que nessas sessões o público ficava em pé, acho até que seria mais imersivo, mas acho que dá pra compreender porque tem que ficar sentado, evita possiveis acidentes com pessoas caindo. Pena que o som é em estéreo, deve tirar um pouco da imersão. Imagina como seria com aquele áudio explosivo das salas Imax, que chega a causar vibrações. Cada passo dos gigantes seria um susto e tanto hehehe!

    Esses vídeos com visão 360 são bem legais, lembro que o Omelete usou essa tecnologia por um tempo. Pena que dependendo da máquina e da internet só dá pra assistir com qualidade baixa.


    Ah que susto, quando o Ultraman deu o primeiro grito de ataque pensei que na sequência ele ia gritar "DENSETSU NO YAMADA TAE!!!"

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, Ronin!

      Esse deu trabalho para ver. Fiquei a tarde toda esperando por uma vaga e até vi pegarem até o último ingresso de uma sessão. Mas valeu a pena. Pensei que fosse me sentir mal com o equipamento VR, mas até que não deu tanto problema. E logo depois da cena em que abrem a saída de emergência já dá de cara com a sola do pé do Zero!

      No meu computador anterior eu não conseguia ver direito. De fato ele até quebrou. E agora finalmente consegui ver essa do YouTube.

      Ainda bem que ele não chamou a Lendária YAMADA TAE! Senão o Eleking ia virar comida de morta-viva! Vendo de perto ele parece ser bem saboroso. E imagina ela aparecendo gigante na frente da tela! Só de ouvir o berro ia me fazer arrancar o equipamento VR!

      Excluir

Peço que os comentários sejam apenas sobre assuntos abordados na matéria. Agradeço desde já.

Dicas de lojas e onde comprar nos links: https://usys222.blogspot.com/p/sobre.html