domingo, 20 de julho de 2014

Ultra Act Ultraman Taro

Saudações.


Desta vez vou apresentar a versão Ultra Act do herói Ultraman Taro feita pela Bandai.



Ultraman Taro foi exibido pela primeira vez no Japão em 1973. Koutaro Higashi é um jovem aventureiro e boxeador que andava pelo mundo e voltou ao Japão. O navio em que ele viajava foi atacado pelo Super Monstro Oildrinker, mas Higashi consegue afastá-lo. Higashi traz consigo uma flor rara, a Tigris Flower, que se revela o Grande Monstro Astromons, que ataca a cidade de Tóquio. Sentindo-se responsável, Higashi entra para o grupo de defesa da Terra ZAT (Zariba of All Territory) e tenta deter o monstro, mas é ferido no meio da luta. Nisso, ele se encontra com uma Midori no Obasan (literalmente "Tia de Verde", uma mulher que cuida dos alunos do primário no caminho para a escola), que lembra muito sua falecida mãe, e ela lhe dá um misterioso ornamento, o Ultra Badge. Higashi tenta mais uma vez atacar o monstro usando um avião da ZAT, mas é derrubado. O moribundo Higashi é levado para M78 pelos Irmãos Ultra e a Mãe dos Ultras o une ao seu filho, o Ultraman Taro, que derrota Astromons. A partir daí, Higashi passa a defender o planeta de monstros e invasores espaciais.

Ultraman Taro foi uma série bastante polêmica. Por um lado, ela desagradou aos fãs antigos mais entusiastas das séries Ultra. Uma das razões seria o fato do seriado seguir uma linha mais cômica, mais voltada ao público infantil com situações inusitadas envolvendo inimigos baseados em canções infantis, contos de fada e costumes japoneses. O conceito de Família Ultra fez com que os Ultras se aproximassem dos humanos, o que diminuiu a impressão deles serem seres divinos. A produção já começava a sofrer com a crise do petróleo e se mostrava mais pobre que as séries anteriores, o que era visível na modelagem dos monstros que era bem grotesca. Os veículos tinham um visual bem extravagante, beirando o mau gosto com cores chamativas, asas em forma de anéis e várias luzinhas em todo o corpo. De acordo com Hideaki Tsuburaya, foram todos esses fatores que afastaram os fãs mais antigos.

Por outro lado, este foi um dos poucos seriados da franquia que contou a história de pessoas que sofreram com as lutas entre o herói e os monstros, como um episódio sobre uma menina que teve a casa destruída e perdeu os pais no meio de uma delas. E um outro episódio, bem sombrio, pode ser considerado uma versão perversamente distorcida de uma canção infantil japonesa. A produção era pobre, mas era possível ver o esforço para fazer as maquetes parecerem convincentes com os ângulos de câmera e as trucagens. Ainda, os brinquedos de veículos tiveram uma boa vendagem, sendo que o visual escalafobético teve boa aceitação entre as crianças, o que era parte da estratégia da Tsuburaya Productions. Todos esses fatores agradaram ao grande público, sendo que atualmente Taro é um dos Ultras mais conhecidos e populares de todos. De fato, ele é o personagem que tem mais aparições, até mesmo em séries que não pertencem à franquia Ultra, como na segunda versão do seriado de Meninas Magicas コメットさん (COMET-san, exibido no México como Señorita Cometa) de 1978, no qual Taro teria sido o primeiro namorado da personagem-título. Nesse episódio também são contadas as circunstâncias que fizeram com que Taro voltasse a M78, uma vez que no final de seu seriado, ele havia decidido ficar na Terra e viver como um ser humano (embora não faça parte da cronologia oficial).

Existe uma versão em quadrinhos de Ultraman Taro escrita por Ken Ishikawa, da Dynamic Production, parceiro e amigo de Go Nagai e criador das séries Getter Robo. Nele, Koutaro Azuma (outra leitura possível para 東, "higashi") é escolhido pela Mãe dos Ultras para ser o Ultraman Taro e defender a humanidade de monstros que seriam gerados de sentimentos negativos das pessoas. O estilo extremamente violento de Ishikawa está presente, com monstros ainda mais horríveis que os de Ultraman Nexus. Cenas de decapitações, mutilações e antropofagia são comuns. O conceito dos Ultras é diferente do seriado, sendo que eles seriam iguais aos humanos e as formas Ultra seriam trajes espaciais, e a Mãe dos Ultras é representada como um ser divino com o formato de uma esfera de energia. Os Ultras teriam vindo à Terra na aurora dos tempos e ensinado aos antropoides várias técnicas como o fogo, incentivando sua evolução. Interessante notar que foi nessa época também que foi contada a origem do planeta Ultra em M78 dentro do seriado de TV, consolidando os conceitos do Povo Ultra.



O conteúdo da caixa. O número de mãos intercambiáveis é adequado e estão incluídas armas e uma peça de efeito.



Visão de corpo inteiro. Uma representação fiel, mas com musculatura mais delineada. Mais uma vez lembra uma versão em quadrinhos. Taro costuma ter várias representações como figura e esta não perde para nenhuma delas.



Close do rosto. A representação é bem fiel, até com os furinhos nos olhos para o ator que veste a fantasia. A aparência é basicamente um "Ultra Seven de chifres", algo que mais uma vez desagradou Tooru Narita, o designer de Ultraman e Ultra Seven.


Diferente do Ultra Seven, a "crista" não é removível e ela nem se torna um bumerangue cortante. A máscara de Taro foi usada para fazer a fantasia do Ultra Seven no seriado subseqüente, Ultraman Leo, mas se esqueceram de colocar as orelhas.


A placa peitoral tem um desenho diferente da do Ultra Seven, com protuberâncias redondas ao invés das cavidades retangulares.


A grande diferença é que Taro tem uma Luz de Aviso. Está incluída uma peça para representá-la no vermelho piscante. No meu exemplar ela não fica muito firme, sendo necessário cuidado para não perdê-la.


Além dos peitorais mais grossos como no original, os músculos do abdome são bem definidos.





- TARO!!!
Quando Higashi se encontrava em dificuldades, a Ultra Badge em seu braço brilhava e então ele se transformava no Ultraman Taro. Para isso, ele fazia uma seqüência de movimentos semelhantes às poses de transformações dos Kamen Riders. O ator Saburo Shinoda conta ficou uma noite inteira na frente do espelho tentando criar essa seqüência e tentou várias até achar uma que ficasse boa.



Está incluída uma mão para representar a cena em que Taro fica gigante.


O sistema de articulações é o mesmo dos outros Ultra Acts. Com isso é possível representar a pose de luta característica do Ultraman Taro. E só agora percebi que a fiz errado em outras fotos.


O modelo tem um sistema de troca de pulsos semelhante ao do Regresso de Ultraman.


Estão incluídos três pulsos. Este com o King Bracelet, que ele ganha da Mãe dos Ultras no meio do seriado...


... este, com o Taro Bracelet, usado nos primeiros capítulos...


... e finalmente mais um sem o bracelete.



Com isso é possível representar Taro na versão inicial e na versão depois de ganhar o King Bracelet.




O funcionamento era semelhante ao do Ultra Bracelete do Regresso de Ultraman, sendo que o Taro Bracelet se transformava na Ultra Lance.




O King Bracelet aumentava de tamanho e foi usado para disparar raios, choques elétricos e até mesmo como uma lente para concentrar a luz solar e descongelar Taro em uma ocasião. Ele também serviu como mordaça para o pássaro-monstro Birdon.


O bracelete também se transformou em um balde de água, que está incluído na versão Ultra Act da Mãe dos Ultras.



Estão incluídas mãos para segurar os acessórios.





- RAIO STORIUM!!!
É possível representar os passos para disparar o raio fatal de Taro, mas a parte em que é preciso juntar as mãos no alto é um pouco difícil de fazer.



A peça do raio é bem longa e presa à mão esquerda. A colocação é bem difícil e devido ao sistema de troca de pulsos, muitas vezes a articulação fica presa dentro da mão e retirá-la é bem difícil.


A modelagem da peça é igual a de outros raios da linha.



No seriado o raio sairia também do braço direito, mas não foi possível representar isso no modelo.




Está incluída uma placa peitoral intercambiável, entortada de forma a facilitar a pose do raio.


Sem a placa entortada, o braço só chegaria a este ponto.



Mas com ela é possível formar a pose em "T" com os braços sem grandes problemas.


Outro uso para  placa seria representar a pose do Taro Cutter.


Também pode-se representar esse raio que foi usado na versão em quadrinhos por Ken Ishikawa.


No seriado, Taro não usava a joia da testa para disparar raios, mas nas versões de Ken Ishikawa e Mamoru Uchiyama isso foi feito várias vezes.



O golpe mais poderoso de Taro é o Ultra Dynamite, no qual ele se inflama e se auto-explode junto com o inimigo. Taro só consegue usá-lo e sobreviver por ter um coração mais forte que o dos outros Ultras e é por isso que ele consegue recompor seu corpo após a explosão. Esse é um golpe perigoso, que pode diminuir a vida de quem o usa. Um amigo de Taro, Elf usou esse golpe para se sacrificar e impedir uma invasão de Baltans na série em quadrinhos de Mamoru Uchiyama.



A "tampa" para o conector do Brothers Mantle está presente.


Assim como no Ultra Seven, a colocação é mais difícil devido à placa peitoral.



A peça intercambiável para o conector para bases com suporte também está presente.


Com isso é possível representar Taro em sua pose de vôo.


Nessa época era muito usado o salto com piruetas usando-se um trampolim.


Depois de um salto desses, no qual era emitido um som característico, Taro desferia um chute, o Swallow Kick.


Taro também conseguia soltar raios das pernas.



Finalmente aquelas mãos em formato de "V" dos outros Irmãos Ultra podem ser usadas para representar a origem do Ultraman Taro.


Os Irmãos Ultra participaram várias vezes do seriado. E pelo menos dentro dos conceitos, Taro seria o mais forte de todos.


Taro também seria o único filho por parte de sangue do Pai dos Ultras e da Mãe dos Ultras.


Um dos nomes provisórios de Taro seria Ultraman Jack. Mas na época houve um caso de sequestro de avião (nisso era usada a palavra em inglês "Hijack") e por causa disso decidiram não usar esse nome. Ao invés disso, optaram por "Taro", que seria um dos nomes mais comuns no Japão. O nome "Ultraman Jack" passou a ser usado mais tarde para designar o Regresso de Ultraman.


- Eu sou Tong-chan!
- Eu sou Nan-chan!
No jogo ヒーロー戦記 (HERO Senki) para Super Famicom, existe uma piada com os nomes de Koutaro Higashi e Koutaro Minami, o Kamen Rider Black. Higashi significaria "leste" em japonês e Minami seria "sul".


Um personagem chamado Ultraman Taros aparece no desenho Imagin Anime, protagonizado pelos Imagins do seriado Kamen Rider Den-O, que quase rouba o papel principal de Momotaros. O episódio em que ele aparece tem referências a vários outros desenhos e seriados e um personagem se preocupa com as despesas com copyright.


No 4º Festival Internacional de Cinema de Okinawa em 2012, alguns episódios de Ultraman Taro foram exibidos junto com Kamen Rider V3 e Comet-san na categoria Respect Hero & Heroine. Estas séries foram escolhidas por serem tão populares quando os seriados que lhes deram origem e por terem influenciado outras séries subseqüentes.
Obs.: até onde eu sei ainda não existe uma figura da Comet-san de 1978.


Saburo Shinoda já anunciou que não vai mais atuar como Koutaro Higashi. Sendo assim, atualmente a voz de Taro é feita por Hiroya Ishimaru, que foi Kouji Kabuto em Mazinger Z e é o dublador oficial de Jackie Chan no Japão. Ishimaru interpretou Ultraman Taro no filme ウルトラマン物語 (Ultraman STORY) de 1984, que conta sobre a infância do Ultraman Taro. Quem interpretou Taro em sua fase infantil foi Masako Nozawa, a lendária dubladora de Son Goku nas séries Dragon Ball.




Ultraman Taro também apareceu em Ultraman Mebius como o instrutor do Ultra novato. Tanto que a pose de luta de Mebius é muito parecida com a de Taro. E Taro ainda tem papéis proeminentes no filme Mega Batalha na Galáxia Ultra e no seriado mais recente, Ultraman Ginga.


- Puxa, Taro! Você está em todas, hein?
- Pois é. Vendo bem agora...
 Isso tudo comprova a popularidade do personagem e sua importância na franquia Ultra e até mesmo fora dela.



E assim termino a apresentação da versão Ultra Act do Ultraman Taro, feita pela Bandai. A linha Ultra Act já consolidou seu estilo e trouxe mais uma vez uma figura de qualidade. O interessante é que este modelo agrega quase todas as técnicas desenvolvidas ao longo da linha, como as placas peitorais intercambiáveis e os pulsos para os braceletes. Um defeito seria a troca dos pulsos, que não é tão suave quanto o Regresso de Ultraman, o que dificulta um pouco o uso dos pulsos intercambiáveis. A Luz de Aviso também não fica muito firme e como ela é microscópica, o risco de perdê-la é muito grande. O mesmo pode ser dito das "tampas" dos conectores para o Brothers Mantle e para a base com suporte. Mas no total, é uma figura sólida de um personagem de altíssima importância no Multiverso Ultra. A matéria ficou um pouco longa, pois há muito o que falar deste personagem, cuja participação se estendeu até mesmo fora de sua franquia e não conheço muitos heróis que tenham conseguido esse feito. Sendo assim, a figura é totalmente recomendada para os fãs das séries Ultra.

2 comentários:

  1. Seu blog, seus artigos e fotos são simplesmente sensacionais! Parabéns meu amigo!

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    1. Obrigado, Major!
      Sempre me esforço para fazer o melhor que posso. E conto com seu apoio!

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Peço que os comentários sejam apenas sobre assuntos abordados na matéria. Agradeço desde já.

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