sábado, 21 de fevereiro de 2015

Transformers Legends Jetfire

Saudações.

Desta vez vou apresentar o Jetfire da linha Transformers Legends, feito pela Takara Tomy.







Na versão em quadrinhos, Jetfire teria sido criado pelo Comandante de Operações Militares Decepticon, Shockwave, para ser um novo tipo de guerreiro. Mas ele não foi inicializado com a Matriz da Criação, programa capaz de gerar uma nova vida Transformer, que Shockwave pensou estar em poder de Optimus Prime, o Comandante dos Autobots. Mas a Matriz (ou sua essência, nunca fica muito claro) foi passada ao jovem humano Buster Witwicky. Shockwave descobre isso e ordena que Jetfire, então uma casca vazia, traga o garoto, mas acaba sendo desmantelado por Buster, que usa os poderes da Matriz, e depois é reconstruído e reinicializado para se tornar um Autobot.

No desenho animado, seu nome foi mudado para Skyfire e ele seria um cientista cybertroniano, amigo do vilão Starscream, que teria desaparecido há milhões de anos e caído na Terra, onde permaneceu congelado. Ele é revivido pelos Decepticons para se tornar um de seus soldados, mas ao descobrir as verdadeiras intenções dos vilões, Skyfire acaba se juntando aos Autobots.





Jetfire, como produto, tem uma história bem complicada. A primeira versão do personagem era um brinquedo transformável do VF-1S Super Valkyrie, da série de animação 超時空要塞マクロス (Chou Jikuu Yousai MACROSS, "Fortaleza Superdimensional Macross"), feito pela Takatoku Toys. Mas a Takatoku acabou indo à falência e os moldes foram cedidos à Bandai. A Hasbro, diante do grande sucesso dos Transformers, começou a incorporar brinquedos transformáveis de outras linhas além da Diaclone e da Microman da Takara (atual Takara Tomy). E o Valkyrie da Takatoku estava entre esses modelos, já que a Hasbro tinha negócios com a Bandai na época. Jetfire foi comercializado com o logo da Bandai gravado no modelo e tinha até um selo da Tatsunoko Production na caixa. Mas no mesmo ano do lançamento em 1985, a Harmony Gold decidiu trazer a série Macross para os Estados Unidos sob o título de Robotech. Para evitar processos judiciais, o Jetfire teve que ser totalmente redesenhado nas versões em quadrinhos e no desenho animado de Transformers, mas o brinquedo pôde ser comercializado pois já tinha sido patenteado pela Hasbro. Transformers foi eventualmente "reimportado" para o Japão, mas por razões óbvias a Takara não pôde comercializar o Jetfire no país. Também no Japão, foi cogitado não exibir os episódios do desenho animado em que Skyfire (Jetfire) aparece, mas eles acabaram indo ao ar no final da primeira temporada.

Jetfire foi relançado em 2006 pela linha Transformers Classics com um design combinando características do Valkyrie com a versão redesenhada. Ele podia até mesmo assumir a forma Gerwalk, ainda que não oficialmente. Por alguma razão, nenhuma empresa relacionada a Macross emitiu qualquer declaração sobre isso ou abriu algum tipo de processo judicial, mesmo esse modelo tendo sido comercializado no Japão. E, ao menos até agora, o mesmo aconteceu com a versão Legends, que apresento agora.

Curiosidade: Shoji Kawamori, o desenhista do Valkyrie e um dos criadores da série Macross, trabalhou para a antiga Takara como supervisor e projetista na linha Diaclone da empresa. Mas é ignorado se ele trabalhou com modelos que seriam incorporados à linha Transformers. No site oficial da Satelight, entre os trabalhos de Kawamori, na parte em inglês consta "Diaclone/Transformers", mas na parte em japonês só tem referência a Diaclone e o trabalho é "Mecha Design". Em um anuncio da Japan Expo de 2013 com participação de Kawamori na página da empresa, Diaclone é citado como "atualmente Transformers" entre parênteses.


O conteúdo da caixa. Estão incluídas apenas as peças necessárias para concluir o modelo e o folheto de instruções.



O folheto de instruções tem uma história em quadrinhos com o personagem, que menciona que seu nome já foi Skyfire e assumiu o nome de Jetfire para lutar. Interessante que tem a participação de outros modelos da Takatoku Toys, no caso Whirl e Roadbuster, que eram o Calibur e o Gazette de Comando Dolbuck.







Diferente da versão americana, que é comercializada aqui, Jetfire vem no modo avião, que é bem parecido com o Super Valkyrie. O "Fast Pack", em especial, chama bastante a atenção.


Assim como no original do original, o F-14 Tomcat, as asas são retráteis.



O "Fast Pack" é preso por dois conectores.







O "Fast Pack" é removível e com isso o avião se aproxima do F-14, embora as asas lembrem o F-15 Strike Eagle.


A cabine pode ser aberta e tem até dois assentos moldados.


Dos dois lados existem moldes de metralhadoras.



O trem de pouso é retrátil.


A arma é para ser colocada em um conector no nariz, mas não fica muito bonito.


Deixo a arma guardada no fundo do avião para ficar fiel ao original (me refiro ao Valkyrie). Na verdade não tem nenhum conector e por isso não fica firme.



Detalhes das entradas de ar das turbinas.




Detalhe das turbinas.


A transformação não é muito complexa, embora tenha várias pontos com travas e por isso é necessário ler atentamente as instruções.



A transformação deste bloco é a mais delicada. Se feita de modo incorreto, pode quebrar a peça conectora (marcada com um círculo), que já é fina.



É preciso exercer uma LEVE pressão com os dedos nos pontos marcados por um círculo.


Com isso é possível liberar o bloco, que fica como na foto.








Outro ponto a se notar são os conectores dos ombros, para que eles fiquem firmes.


Aí é prosseguir com a transformação. Depois da primeira vez nem é preciso ler as instruções.





Finalmente é virar o "Fast Pack" para cima. Ele fica em uma articulação giratória e por isso é possível fazer a transformação com ele conectado (embora seja mais fácil tirar).



Modo robô. É bem parecido com o modo Battroid do Valkyrie. Mas a silhueta é um pouco mais robusta. A proporção é muito boa, com formas bem elegantes.



Close do rosto. Lembra o Valkyrie, mas também se parece com um Patlabor. As "antenas" não são canhões laser e são completamente estáticas.



A máscara é removível e por baixo está a cabeça do modelo do Jetfire usado na versão em quadrinhos e no desenho animado, com dois olhos, nariz e boca.



Visão de corpo inteiro sem o "Fast Pack" e as armaduras.


Deixando só a máscara é possível representar o modelo como se fosse um... er... VF-1J?



A cabeça tem uma peça transparente por trás, que quando colocada sob a luz faz com que os olhos pareçam brilhar.


Funciona com a máscara também e os olhos ficam bem alinhados. A partir de agora deixo só de máscara.




O pescoço tem uma articulação giratória na base e uma vertical na ligação com a cabeça.




Os ombros possuem várias articulações e com isso boa liberdade de movimentos.



Os antebraços possuem articulações giratórias, o que ajuda bastante.



Os cotovelos possuem articulações em catraca e podem se fechar bem, até o ângulo da foto.


Uma pena que os pulsos não possam ser girados.


O painel que no original seria a cabine é falso e essa é a parte que eu não gostei muito. Dentro tem circuitos moldados, assim como um símbolo Autobot esculpido.


A cintura também não pode ser girada. Uma pena.




As coxas possuem um complexo sistema de articulações em catraca e giratórias, com boa abertura.



Os joelhos também possuem articulações em catraca e podem ser bem dobrados, até a posição da foto.


Os pés são estáticos, se limitando apenas a poderem ser esticados.


Interessante que exitem propulsores moldados na parte de baixo. No Valkyrie, a parte que seria a turbina do avião se torna as pernas do Battroid. Talvez seja uma referência a isso.




As armaduras das pernas são conectadas de modo a deixar as rodas livres.







O modelo consegue fazer várias poses. Algumas eu fiz tendo em mente o Valkyrie.


A arma de mão é este rifle.



A arma tem um mecanismo de mola para disparar um míssil, que voa a uma boa distância. Eu deixo sem, porque para mim essa arma dispara balas (gunpod).


É possível instalar a máscara na arma, mas não sei qual o sentido disso.




Existem conectores de 5 mm na arma e nas armaduras dos braços e das pernas.


Com isso é possível criar outras configurações para a arma de mão.


Não sei como essa arma pode ser útil, mas isso é bem típico de Transformers.



O chato é que sem a armadura do braço, ele fica desse jeito, com a parte oca à mostra.


Também é possível colocar os disparadores em vários locais do robô.


Posicionando os disparadores é possível representar esse "ataque total", usado pelos Valkyries nos jogos Super Robot Wars α.


Esse ataque também é usado na historinha em quadrinhos.



No avião, os disparadores podem ser equipados no "Fast Pack"...


... ou nas asas, que não têm o seu movimento prejudicado e ainda abrem um conector na parte de baixo para a arma. Mas pessoalmente não gosto dessa configuração.








Mais algumas fotos com o modo avião.







Mais algumas fotos usando peças de efeito.


- Você está sempre no meu caminho!
Poses de luta corporal também funcionam, embora a cintura não gire.








Cena de batalha.


O modelo está disponível no Brasil, na linha Transformers Generations, mas tem algumas diferenças. Por exemplo, na versão daqui as armas e o "Fast Pack" têm pintura cromada vermelha, enquanto na versão japonesa elas não têm pintura nenhuma.




A versão japonesa tem detalhes pintados a mais, como a faixa vermelha do peito, o preenchimento em preto de espaços nas pernas e mais um contorno vermelho no tornozelo.



E assim tivemos a apresentação do Jetfire, da linha Transformers Legends, feito pela Takara Tomy. Trata-se de um brinquedo feito para crianças, mas mesmo assim o modelo é incrivelmente elegante e bem feito. A transformação não é muito complicada, ainda que haja alguns "pontos-armadilha" e não sabendo executar certos passos pode acabar quebrando o modelo. Por ser da classe Leader, ele é bem grande (aprox. 25 cm) e isso, somado à já mencionada elegância faz com que o modelo seja altamente atraente. A semelhança com o Valkyrie é outro ponto a se notar, mas sinto que a intenção era a de relembrar o brinquedo que foi o Jetfire. Talvez por isso ele não consiga assumir a forma do Gerwalk e tenha uma transformação diferente (embora guarde algumas semelhanças). O uso de peças extras para reproduzir a versão brinquedo e a versão dos quadrinhos/desenho animado foi uma boa sacada. O modelo está disponível no Brasil, com as diferenças mencionadas. Se me perguntarem se vale a pena importar o modelo japonês, eu responderia que é mais fácil e mais barato comprar por aqui, descobrir um jeito de remover a pintura cromada dos acessórios e fazer as aplicações extras de pintura por conta própria. Mas a faixa de preço é outro fator a se considerar, já que por aqui, ao menos na data em que esta matéria foi escrita, ele sai por aproximadamente R$ 300,00, que definitivamente não é barato.

5 comentários:

  1. Prezado, fiquei interessado no suporte utilizado para exposição de movimentos do Jetfire. Qual é a especificação dele para que eu possa comprá-lo?

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    1. Saudações!
      Trata-se do Soul Stage (ou Tamashii Stage) for Mechanics, da Bandai.
      Vem em conjuntos de três.

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    2. Valeu cara. Outra. Li uma vez que pinturas douradas no plástico tornam ele quebradiço. Tem um modelo desse Jetfire que tem armas pintadas metalizadas de vermelho. Já ouviu falar de alguma situação em que essas armas racharam facilmente ou coisa semelhante.

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  2. Valeu cara. Outra. Li uma vez que pinturas douradas no plástico tornam ele quebradiço. Tem um modelo desse Jetfire que tem armas pintadas metalizadas de vermelho. Já ouviu falar de alguma situação em que essas armas racharam facilmente ou coisa semelhante?

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    1. Eu conheço a "Síndrome do Plástico Dourado" ou GPS (Gold Plastic Syndrome), um jargão muito utilizado por fãs de Transformers. Mas nesse caso o problema não era na tinta, mas na própria estruturação do material. Para fazer com que o plástico tivesse um brilho dourado eram feitas misturas de materiais desde sua fabricação. Só que o resultado era que ele ficava quebradiço e por isso esse processo foi descontinuado.

      Agora a metalização (Vacuum Metalizing) não tem esse problema, pois é um outro tipo de processo, de colocar uma película por cima do plástico a vácuo. Tanto que eu tenho um Walther P-38 Robo (Megatron) de 1983 e não é quebradiço. Só que descasca em algumas partes. Felizmente, os mais modernos não descascam tão facilmente. Só quebraria se o plástico-base fosse de baixa qualidade, mas nunca ouvi falar disso no Jetfire.

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