S.H. Figuarts Body-kun Rihito Takarai Edition Pale orange Color Ver. & S.H. Figuarts Body-chan Kentaro Yabuki Edition Pale orange Color Ver.

Saudações.

Desta vez vou falar das protoformas Body-kun e Body-chan, da linha S.H. Figuarts feitas pela Bandai.

1. Informações
2. Modelagem
3. Articulações
4. Acessórios
5. Ação



1. Informações

S.H. Figuarts é a linha-padrão de figuras articuladas da Bandai, que deriva da antiga Souchaku Henshin, de figuras em que era possível equipar com armaduras para representar os personagens  e emular a transformação (装着 Souchaku, "equipar"; 変身 Henshin, "transformação"). No princípio o S.H. da denominação se referia mesmo a Souchaku Henshin, mas mais tarde ela passou a designar o conceito da linha: "Simple Style Heroic Action", algo como "Ações heroicas com estilo simples". Ou seja, uma figura de tamanho colecionável, de aproximadamente 14 cm, que poderia fazer poses elegantes.

Em 2016 foram lançadas as protoformas Body-kun e Body-chan, destinados a desenhistas para servirem como referência. E junto havia um livreto com dicas sobre como utilizá-las para isso. Foi um sucesso de vendas, o que motivou à fabricação de novos modelos, desta vez com a supervisão de dois desenhistas famosos.

A protoforma masculina, Body-kun, teve a supervisão de Rihito Takarai, quadrinista e ilustradora, famosa especialmente em obras de fantasia e no gênero BL (Boys Love), que fala sobre relacionamentos amorosos entre homens. Entre seus trabalhos figura 10 COUNT, que se tornou referência no gênero BL, traduzido para várias línguas, mas infelizmente ainda não foi lançado no Brasil. Em fantasia, seu trabalho atual é graineliers, publicado na G Fantasy, da Square Enix.

A protoforma feminina, Body-chan, teve supervisão de Kentaro Yabuki, cuja obra mais famosa é To Love-Ru, comédia romântica de ficção científica com tons de erotismo, com roteiro de Saki Hasemi, publicada na Shonen Jump. Outra obra representativa é BLACK CAT, de aventura e totalmente escrita e desenhada por Yabuki. To Love-Ru foi publicada no Brasil pela Editora JBC e o desenho animado de BLACK CAT foi exibido pela Animax.

O conteúdo das caixas. Nesta versão estão incluídas apenas mãos intercambiáveis. A versão Deluxe inclui acessórios para representar várias situações fantásticas ou cotidianas. Também está incluído um livreto com dicas de poses e de como utilizar os modelos para desenhar.

No canal oficial da Bandai do YouTube existem demonstrações dos próprios desenhistas de como utilizar os modelos:

Rihito Takarai usando a Body-kun.

Kentaro Yabuki usando a Body-chan.

No Blog Super AHAM! existem informações sobre as versões anteriores, sendo que uma delas é a versão DX. As poses e situações são muito bem feitas, dando uma sensação de envolvimento. Recomendo a visita:

Espaço Action Figures: Body Kun S.H. Figuarts (Grey)
Espaço Action Figure: Review Body Chan (Flesh) S.H. Figuarts


2. Modelagem

A protoforma Body-kun tem músculos definidos, mas nada muito exagerado. É só que a cor não é uniforme, parecendo que o peito e o baixo-ventre parecem cobertos por um tipo de armadura.

A Body-chan é um pouco rechonchuda, sem músculos, mas com bastante carne. A coloração também não é uniforme, mas a diferença de cores e texturas não chamam tanto a atenção quanto no  Body-kun.

Em ambos o rosto é plano, sem olhos. A Body-chan tem um sorriso esculpido.

Como dito anteriormente, o Body-kun tem hipertrofia moderada. Mesmo assim os músculos abdominais são visíveis, assim como os das costas e do peito.

Por outro lado a Body-chan tem acúmulos de gordura, mas nos pontos e na medida certa. Mas a silhueta é bem irregular, sendo possível ver as quebras de linha.

O braço do Body-kun é fino, porém robusto. O da Body-chan é mais delicado.

O mesmo pode ser dito das pernas. Em ambos elas são bem definidas, com as coxas e as panturrilhas.

3. Articulações

O movimento do pescoço é bom, como é esperado, uma vez que não há adereços ou cabelo para interferir.

Os braços do Body-kun têm boa liberdade de movimento. Os antebraços podem ser girados.

A Body-chan consegue erguer bem os ombros. O sistema de articulações é bem diferente do Body-kun.

A Body-chan tem articulações extensíveis nos ombros, o que dá mais mobilidade.

O Body-kun não tem nenhum mecanismo nesse sentido.

O pulso do Body-kun se movem bem pouco, mas a articulação fica bem escondida.

O da Body-chan é o contrário. A articulação é exposta, mas tem grande liberdade de movimentos.

O tronco do Body-kun se move incrivelmente bem.

O da Body-chan também, mas as quebras da silhueta incomodam e em alguns ângulos não fica muito natural.

A abertura das pernas é quase igual nos dois modelos.

Em ambos é possível girar a coxa. 

As articulações das pernas cumprem bem seus papéis. Os joelhos conseguem se fechar bem.

Ambos possuem uma articulação em dobradiça no tornozelo, o que dá mais estabilidade ao modelo.

4. Acessórios

Estão incluídos estes cinco pares de mãos intercambiáveis.

Também há estas, com os dedos entrelaçados em posições diferentes. A colocação é surpreendentemente fácil.

Existe esta outra peça para representar mãos dadas. Mas as mãos são iguais, ou seja, não dá para colocar o Body-kun de mãos dadas com a Body-chan. Só um Body-kun com outro Body-kun e uma Body-chan com outra Body-chan.

Não é exatamente um acessório, mas a parte de trás do tronco tem um conector para bases-suporte (não incluídas nesta versão).

5. Ação

Traduzindo um pouco o livreto, em ambas as figuras as costas devem formar um "S" ao fazer uma pose. A diferença é que a figura masculina projetaria o quadril para a frente.

E a feminina para trás.

Outro ponto é o lado para onde se voltam as articulações. Em figuras masculinas, as pontas dos cotovelos e joelhos geralmente ficam voltados para fora.

E nas femininas é para dentro.

Ficaria algo assim. O Body-kun inspira força e a Body-chan delicadeza.

Trocando as poses.

O Body-kun até consegue se manter em um pé só sem suportes, mas a Body-chan não consegue por ter pés pequenos.

Exemplos de poses possíveis.

Graças ao conector para bases com suporte é possível fazer cenas de saltos.

Poses de luta sem muito sentido.


Usando todas as articulações possíveis.


Estas poses têm que estar presentes.


Esta pose não fica muito perfeita, pois os joelhos não dobram de modo que a coxas encostem nas panturrilhas. No conjunto DX tem pernas intercambiáveis que permitem fazer melhor.

Pose usando os dedos entrelaçados.

Outra possibilidade é fazer flexões.


Meditação.


Alongamento.

O Pensador (Ver. Século XXI)?

Com as outras mãos com dedos entrelaçados é possível fazer algumas situações cômicas.

Esta outra peça seria para representar as figuras de mãos dadas. Mas é que só pode ser feito com figuras do mesmo gênero. Para pares de gêneros diferentes é preciso ignorar o tamanho da mão.





Com as mãos para segurar objetos é possível empunhar armas.

Também é possível fazer poses de dança.


Em tempo, a dança é algo que não pode ser subestimado e é tão difícil de se fazer quanto cenas de luta. Uma prova é que no desenho animado Ballroom e Youkoso (informações nesta matéria do Anime Brilliant Blog) há um diretor de animação de ação dedicado para essas cenas.

Ouvi dizer que um bom desenhista é aquele que consegue fazer poses cotidianas de forma natural. De fato é mais difícil do que parece.

E esta foi a apresentação das protoformas Body-kun e Body-chan, feitas pela Bandai sob a supervisão de Rihito Takarai e Kentaro Yabuki. Elas são bastante flexíveis e a modelagem tenta ser próxima do real. Mas senti que elas são um pouco mais difíceis de usar do que as figma Archetype, parte devido à ausência de partes maleáveis. O pescoço também não é removível, o que limita as possibilidades. Mesmo assim, a presença de mãos intercambiáveis unidas dá margem a muitas outras, embora limitadas apenas a figuras de mesmo gênero. Poderiam ter incluído peças com mãos de gêneros diferentes. O folheto tem só algumas dicas, mas que são fundamentais para se fazer poses. E elas cumprem bem seu papel de se ser modelos para poses. Um desenhista deve tirar 100% das possibilidades dessas figuras. Eu recomendaria a compra do conjunto DX, por ter muito mais acessórios, mas com as versões convencionais é possível fazer alguma coisa.