domingo, 21 de junho de 2020

泣きたい私は猫をかぶる - Olhos de Gato

Saudações.

Desta vez vou falar do longa-metragem de animação 泣きたい私は猫をかぶる (Nakitai watashi wa Neko wo kaburu), chamado aqui de Olhos de Gato, exibido na Netflix. Abaixo segue um resumo e impressões.


Desta vez tentei não revelar muita coisa da trama, por se tratar de uma obra disponível no Brasil.



Miyo Sasaki (Mirai Shida) é uma estudante do 2º ano do Ginásio, que mora na cidade Tokoname, na província de Aichi. Alegre, animada, agindo aparentemente seguindo sua vontade, sem pensar muito nos outros, ela é apelidada de "Muge", de 無限大謎人間 (Mugendai Nazoningen, "Gente Infinitamente Estranha"; aqui ficou "Musa Geringonça"). Todos os dias, ao ir para a escola, ela mexe com um colega de classe, Kento Hinode (Natsuki Hanae), por quem ela secretamente é apaixonada, e o trata com uma estranha intimidade.


O que Hinode não sabe é que Muge às vezes usa uma máscara misteriosa e se transforma em um gato, que vai para a casa do menino. Hinode a chama nessa forma de "Taro", o nome de seu cachorro falecido, mesmo sabendo que o gato é fêmea. É assim que Muge consegue ver como Hinode realmente é, debaixo de uma máscara de um estudante sério e insípido. E com isso os dois vivem uma estranha relação em que são distantes quado Muge é humana e próximos quando ela é um gato.


Muge conseguiu essa máscara quando era criança em um Festival de Verão, de um misterioso vendedor (Kouichi Yamadera). E ele aparece de vez em quando, na forma de um gato, tentando convencê-la a abandonar sua vida como ser humano.


Mas uma sequência de eventos faz com que Muge e Hinode briguem e nisso, a menina deseja se tornar gato em definitivo, para poder ficar ao lado dele, mesmo que desta forma. O misterioso vendedor, então realiza esse pedido, mas ela percebe que está perdendo a capacidade de entender a língua dos humanos...


Máscaras

O filme é uma fantasia japonesa nos tempos modernos, com uma história de juventude e crescimento. Lembra um pouco trabalhos como os do Studio Ghibli e os de Makoto Shinkai. Especialmente na estética, retratando ora uma cidadezinha típica do Japão, ora um mundo de fantasia. Isso é feito com competência em cenários que vão do bucólico ao exuberante.

Uma bucólica, aconchegante  cidadezinha do interior.
A fantástica Ilha dos Gatos.

O título original é bem pensado. Significaria algo como "quero chorar, mas finjo que está tudo bem". A expressão Neko wo kaburu literalmente seria "colocar a máscara de um gato", usada para definir alguém que esconde sua verdadeira índole e seus sentimentos. Descreve bem a situação de Muge, que se faz de alegre, de louca, mas na verdade chora por dentro.


Usar a máscara também é um jeito que Muge usa para fugir da realidade, pois vive com seu pai, que se separou de sua mãe e vai se casar novamente, algo que a menina não aceita. Mas finge que está tudo bem para não causar problemas. Mexer com Hinode com um "soco de bunda" (Hinode Sunrise Attack) também é um jeito que ela encontrou de ter contato com ele e tentar alegrá-lo.

Ou seja, apesar de suas atitudes estranhas, ela na verdade pensa nos outros. E é mostrado que inconscientemente ela bloqueia pessoas que não lhe interessam, imaginando-as como espantalhos. Ainda, no fundo, Muge se sente abandonada por sua mãe e acha que é um estorvo na relação de seu pai com Kaoru, sua futura madrasta. Ao contrário da imagem descontraída que ela tenta passar, na verdade Muge é sensível, frágil, cheia de complexos, escondendo seus sentimentos atrás de uma máscara. Ou várias, sendo uma literal e outras figuradas.

Tudo isso foi bem interpretado por Mirai Shida, que na verdade é atriz e não dubladora. Ela já atua no meio artístico desde os seis anos de idade e essa não é sua primeira experiência com dublagem, sendo que ela trabalhou na Ghibli em O Mundo dos Pequeninos, como a protagonista Arrietty, e em Vidas ao Vento, como Kayo, a irmã mais nova do protagonista Jiro Horikoshi. Ela consegue representar as várias instâncias da personagem, de acordo com a "máscara" que ela usa, ou quando as joga fora, dizendo o que pensa de verdade.

Kaoru (Ayako Kawasumi) é boa pessoa e tenta se aproximar de Muge, mas...

O próprio Hinode também tem de fazer algo parecido com Muge, pois queria ser artesão ceramista como seu avô. Mas como seu pai faleceu, ele deve estudar para um dia sustentar a casa, desistindo de seus sonhos. Seu consolo é se encontrar com a gata, que ele não sabe ser Muge, ao ter que suprimir sua vontade de aprender o ofício de seu avô, e se dedicar aos estudos, sem poder expressar o que pensa de verdade.


Produção

O filme foi dirigido pelo genial Junichi Sato, que fez vários trabalhos na Toei Animation, entre eles Sailor Moon, Ojamajo Doremi e recentemente HUGtto! Precure, sendo que desta vez age em conjunto com Tomotaka Shibayama, que já trabalhou no Studio Ghibli. O projeto começou em 2016, passando um bom tempo preparando o roteiro para só depois iniciarem o trabalho de animação.

No começo, Shibayama era apenas um diretor-auxiliar do filme, mas com o tempo, foi assumindo outras atribuições e no fim se tornou diretor, desde quando a primeira versão do roteiro ficou pronta. E esse é seu primeiro trabalho dirigindo um longa metragem.

O roteiro é de Mari Okada, que mostra mais uma vez que sabe retratar problemas familiares complexos e os conflitos da adolescência. Segundo Sato e Shibayama, a história no começo era diferente, sendo que os personagens seriam todos estudantes do primário, ao invés do ginásio. E que a história seria com Muge, Yoriko (amiga de Muge, interpretada por Minako Kotobuki) e Hinode indo ao Mundo dos Gatos para uma cerimônia de casamento. Esse era o plano de Okada, mas depois de várias discussões e devido a dificuldades de se chegar nessa cena final, decidiu-se fazer uma história de amor apenas com Muge e Hinode.


Os diretores contam que tiveram cuidado na representação dos quartos dos dois protagonistas, de modo que fosse possível ver a história de vida e as personalidades deles. Por exemplo, o de Muge tem um beliche, apesar dela ser filha única, sendo que a parte de baixo é seu "esconderijo", coberto por uma cortina, onde a menina pode ser ela mesma. Na parte de dentro existem livros de contos infantis, como se ela estivesse presa em sua bolha, cheia de imaginação. Tem também uma ilustração de um espantalho, assim como livros e brinquedos sobre as estrelas, dadas a ela por seu pai, como uma tentativa de se aproximar de sua filha e ter algum assunto em comum para conversar.


Já no quarto de Hinode, existem brinquedos de dinossauros, jogos e um enfeite em forma de cachorro no cordão da luminária, mostrando que ele gostava de cães, assim como a coleira de Taro. Também pode ser vista uma luva de beisebol, usada para brincar com seu pai quando ainda era vivo. A ideia de Hinode gostar de cerâmica vem do fato do produtor Koji Yamamoto e do diretor Shibayama serem da cidade onde se passaria o desenho. E o grande produto local eram justamente as peças de cerâmica artesanal.


Foi usada animação digital em todo o filme, inclusive com computação gráfica em algumas partes do cenário como nos carros e na cena em que Muge volta da escola e entra em sua casa, com a câmera fechando o campo de visão acompanhando o movimento dos personagens. Os diretores mencionam que a equipe já estava familiarizada com esse formato digital, até mais que outras empresas, e assim foi possível trabalhar mesmo remotamente, sem a necessidade de transporte de pessoal e de materiais. O problema foi fazer reuniões para acertos, pois nesse caso eles ainda estavam acostumados com a forma presencial.

A animação digital permitiu uma integração melhor dos personagens com os modelos em CG.

A animação foi feita pela Studio Colorido, e esse é o segundo longa-metragem da empresa, sendo que o primeiro  foi Penguin Highway, de 2018, com o qual figurou na categoria de Animação na Japan Academy Film Prize em 2019. O estúdio fez ainda alguns comerciais de TV de altíssima qualidade para a Marukome, uma marca de produtos alimentícios do Japão, e a rede de lanchonetes McDonalds. Esses comerciais são pequenos curtas animados, com histórias comoventes, que associam valores ao que eles anunciam, e Shibayama trabalhou como diretor de animação em um deles, a Parte 2 da propaganda do McDonalds. Esta matéria do Blog Sushi POP fala melhor sobre esses comerciais.

A dublagem também foi feita de forma remota, com prazos apertados. Minako Kotobuki comenta que ao fazer suas partes, recebeu o áudio com as falas de Mirai Shida, para então compor a personagem. Kotobuki elogia o trabalho de Shida, sendo que só de ouvir sua voz falando e lendo o roteiro, teve facilidade para imaginar as situações.


Uma Decisão Ousada

O filme originalmente foi feito para o cinema e ia estrear no Japão em 05/06/2020. Mas devido à crise do COVID-19, decidiu-se distribuir o filme pela Netflix, com exibição simultânea para todo o mundo.

De acordo com o produtor Yamamoto, havia dúvidas se com a pandemia seria mesmo possível fazer a exibição no cinema, visto que caso houvesse mais adiamentos aumentaria ainda mais a competição de salas para exibição em datas posteriores, pois muitos filmes acabariam encavalados. Foi feita uma conversa com os diretores, que viram que não adiantaria se apegar à exibição nos cinemas e preferiram que a obra fosse levada ao público em uma data próxima à da que seria a estreia. E com isso foi decidido pelo streaming pela Netflix, que ofereceu condições boas para isso.

Sato já conta que, apesar de ter o som ajustado para o cinema, o que o filme quer contar não é algo tão grandioso, mas sim a história de adolescentes que estão procurando seu lugar no mundo. E por ser um tema tão próximo às pessoas não haveria nenhum problema em se ver em casa, na situação atual.

O produtor comenta que o marketing de filmes para cinema e para streaming são bem diferentes. No cinema, o que mais conta é a bilheteria da data de estreia. Sendo assim, é preciso fazer com que o filme seja conhecido até essa data. Já no streaming, a questão é fazer a obra ficar na boca do povo o máximo de tempo possível e então é necessário fazer um trabalho de divulgação nesse sentido. Por isso, eles tiveram que revisar várias estratégias desde o início.

Uma decisão rara (até onde sei, inédita) e até arriscada, mas pelo menos permitiu que mais pessoas tivessem acesso à obra. Pessoalmente fico contente em poder ver agora um filme que em condições normais só conseguiria ver seis meses ou um ano depois, quando fosse lançado o Blu-Ray ou, com muita sorte, fosse exibido nos cinemas daqui. Resta saber se terá retorno, o que pode estimular outras produtoras a fazer algo parecido.

Serão disponibilizados vários produtos relacionados, assim como versões em livro, por Mamoru Iwasa, e em quadrinhos, por Kyousuke Kuromaru. A versão em quadrinhos tem uma amostra no link e a história tem um desenvolvimento um pouco diferente, com mais detalhes das loucuras de Muge e é contado que ela e Hinode teriam se encontrado em um Festival de Verão quando eram crianças.


Um Filme Agradável

Conforme dito na página oficial, o desenho teria duas grandes mensagens: a de que só percebemos o valor das coisas diante da possibilidade de perdê-las para sempre. E que podemos não perceber, mas existem pessoas nos apoiando e que também precisam de nós.

O filme consegue entregar isso, mostrando o que se passa na cabeça da Muge, seus problemas, seus conflitos, cujas atitudes condizem com o título do filme. O mesmo pode ser dito de Hinode, que no fundo é parecido com ela. E o (re)encontro dos dois, quando um descobrir o outro e se descobrirem dentro de si mesmos, operará mudanças para que eles resolvam suas questões.

Outro ponto a se notar é a própria Muge transformada em gato. Os diretores contam que tiveram muito cuidado em fazer com que o visual transmitisse uma sensação de pelugem, embora sem exageros. Que parecesse macio, fofo, mas sem desenhar os pelos com detalhes. E houve muitos estudos sobre os movimentos dos gatos para se fazer as animações, inclusive mencionando que quando correm, eles fazem galopes com "suspensão simples" e "suspensão dupla", uma atenção que uma pessoa comum não tem (como eu). Méritos de Masafumi Yokota, que cuidou dessa parte de animação.


No total foi um filme agradável de se ver. Pode não ser algo grandioso como outras obras do tipo, mas ainda assim tem seu charme. Um filme simpático, que apesar de compartilhar de temas e elementos de outras obras, tem seu brilho próprio. Pode não fazer derramar lágrimas ou coisa do tipo, mas dá para sair com uma sensação boa.

O diretor Sato também comenta que espera que os espectadores, ao verem este filme, pensem novamente sobre a convivência com seus familiares, já que todos têm de ficar mais tempo dentro de suas casas devido à pandemia e às vezes sentem que não suportam mais ficar perto deles. Repensar na importância daqueles que são caros para nós.

A duração do filme é de 1h44min e por enquanto só está disponível com legendas. A versão dublada em português deve demorar mais um pouco, devido ao COVID-19, pois a Netflix está resguardando a saúde dos dubladores. Quando sair, é possível que mudem a pronúncia do apelido da protagonista, que originalmente seria algo como "mugue", para "muge" mesmo, considerando que traduziram a origem como "Musa Geringonça".

Abaixo, o clipe oficial da canção-tema, 花に亡霊 (Hana ni Bourei, "Fantasma em uma Flor"), da dupla Yorushika, com cenas do filme. Não entrega muita coisa, então dá para ver sem problemas para ter uma amostra da arte.



Em tempo, Rie Hikisaka, que foi a Hana/Cure Yell e Nao Tamura, a Emiru/Cure Macherie de HUGtto! Precure fazem uma ponta interpretando duas personagens menores no filme. Talvez por convite de Sato.


Links

Página Oficial do Filme
Link para a Netflix (necessária inscrição mediante mensalidade)

6 comentários:

  1. Salve, Usys!

    Não conhecia esse título e já está anotado, pois gosto muito de histórias de cotidiano. E quando tem um toque sobrenatural, pode ficar ainda mais interessante. E também gosto de gatos, aliás, todo mundo aqui em casa gosta, o que pode render um bom animê pra ver em família. Realmente, lembrei de Makoto Shinkai ao ler sua matéria. Não estou assinando Netflix, mas tentarei encontrar. Tomara que entre também na Amazon.

    Abraço!

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    1. Obrigado, Nagado!

      Se gosta de gatos, então vai adorar esse. E, mais uma vez, é um filme simpático, agradável e tem um bom drama humano. Pode não ser majestoso como os de gigantes do ramo, mas dá umas boas horas de entretenimento. Aqueles comerciais dão uma boa ideia do que esperar.

      Agora se vai para a Amazon um dia eu não sei. Consta como "Obra original da Netflix", que inclusive consta nos créditos em japonês. Não sei se permitem exibir em outras plataformas nesse caso. Mas quem sabe?

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  2. Confesso que quando vi a sinopse lá na Netflix não fiquei muito interessado. Mas lendo a matéria essa impressão mudou, ainda mais sabendo dessa adaptação de "Musa Geringonça" que ficou show demais hehehehe!

    Eu achava que a garota tinha essa transformação de nascença. Vejo que sendo um tipo de talismã de transformação deixa a história bem mais interessante e misteriosa, ainda mais com a participação de um personagem que quer transformá-la em gato em definitivo. E parece bem interessante a dualidade da protagonista, mostrando que a máscara não é apenas uma ferramente física.

    Eu não sabia nada sobre esse filme, achava até que já tinha lançado há algum tempo no Japão. Agora vejo que esse foi um dos afetados pela pandemia. Ainda bem que o estúdio tinha condições de lançar o filme em plataforma de streaming, sem perder tanto comparado com o cinema. Seria complicado mesmo deixar para lançar com outras várias produções que estão na fila, incluindo os filmes internacionais. Quero só ver a confusão que vai ser os cronogramas de cinema quando a pandemia passar.

    Vou botar na minha lista, agora fiquei interessado em assistir!

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    1. Obrigado, Ronin!

      A Muge tem várias facetas, que vão da menina maluquinha que não se enxerga até a melancólica, que sente que não tem lugar no mundo. É uma personagem complexa, embora não dê essa impressão, já que a atuação é fluida.

      Essa foi uma tremenda novidade para mim, de trazerem um filme que seria para o cinema, só no Japão, para o streaming, para todo o mundo. Até queria que viessem mais filmes nesse sentido, concomitando o lançamento nos cinemas de lá com o streaming para o resto do mundo. Mas é claro que não vai mais haver algo tão conveniente assim.

      Pensando bem agora, a representação da cidade também lembra Irodzuku. Só de olhar me dava saudade. E o clima do filme é bem agradável. Dá para ver quando tiver um tempo, já que é meio longo, para uma animação. Para mim foi uma boa experiência.

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  3. Olá!

    Este foi um dos filmes que mais gostei entre os recentes lançados (ainda que de forma não oficial, como foi o caso deste). Até o momento, "Tenki no Kou", do Makoto Shinkai (2019) e "Kimi to, Nami ni Noretara", Yuasa Masaaki (2019) foram relativamente bons, mas não chegaram a me agradar tanto quanto a história da Muge. Apesar de serem mestres no ramo da animação, os filmes citados acabaram "abraçando muitos temas de uma vez só e se perderam em determinados pontos". Isto é, se trata de uma opinião pessoal.

    Nakineko já estava na lista para acompanhar desde a época do lançamento do vídeo promocional, chamou atenção pelo fato das máscaras e da transformação da protagonista. Fiquei contente em saber que o Brasil foi um dos países contemplados pela distribuição do material na Netflix, embora deve ter sido duro para os produtores e diretores terem que abrir mão da exibição nos cinemas. Por outro lado, é como você disse "é arriscado" mas permite que mais pessoas tenham acesso a obra. Devido à crise, muitas produções previsaram se reorganizar e se reinventar.
    O interessante da história é a maneira como representaram os conflitos internos e externos da protagonista, os detalhes, até mesmo os cenários que dizem muito da personalidade ou do estado emocional dos personagens. O uso da simbologia das máscaras que tem muita relação com a maneira dela lidar com a realidade, entre encará-la e fugir. E o Hinode, apesar de ser apresentado com menos complexidade que a Muge, também passava por problemas familiares e pessoais. Há muito material de análise psicológica.
    Saber que Junichi Sato esteve à frente deste projeto dá um gás maior para assistir; ele fez um belo trabalho em HUGtto!. Hanae conseguiu captar bem o personagem, impressionante quantos trabalhos ele tem conquistado nos últimos tempos. Foi inesperado ver Minako Kotobuki no elenco, logo pensei: "Ué? Você por aqui? Não estava estudando na Inglaterra?" Mas agora ficou explicado. E também foi bom ver a participação, mesmo que modesta, do Ono Kensho. E Yamadera, o que dizer desta lenda? (...).
    A matéria ficou bem compilada nos pontos principais do longa-metragem, sem dar spoilers ou grandes revelações para quem ainda pretende assistir.

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    1. Obrigado, Melissa!

      Infelizmente ainda não vi esses filmes, então não consigo comentar. Mas creio que Nakineko foi bem em mostrar temas próximos, como os problemas e conflitos da adolescência. Quando estamos tentando nos encontrar e achar um lugar no mundo. Isso que eu achei bom.

      Ouvi falar do filme pela primeira vez no Twitter do Junichi Sato e até tinha achado interessante, mas acabei pensando que não iria conseguir ver por ser uma obra para cinema. E de repente veio essa surpresa. O pessoal apostou alto, abrindo mão de algo grande, mas acho que não tinham como competir por uma vaga nas salas de cinema com outras produtoras maiores de conteúdo, já que a Colorido é uma empresa pequena ainda.

      E pensar que Junichi Sato teve que coordenar este projeto junto com HUGtto! por um tempo, o que mostra sua habilidade. Nessas também deu para ver a capacidade de improvisação de soluções do pessoal, que teve que finalizar os trabalhos em condições adversas, até com trabalho remoto. Mas ainda bem que eles conseguiram concluir o filme. Minako Kotobuki teve que ser mais uma vez a "amiga da protagonista que segura as pontas" e apesar da participação relativamente reduzida, cumpriu bem seu papel. E é bom ver o pessoal construindo sua carreira, como o Natsuki Hanae. Já o Yamadera representou bem o vendedor, com uma interpretação "pegajosa", rasteira, mostrando um personagem altamente suspeito.

      No total achei um bom filme. Não teve uma grande repercussão (ao menos não ainda), mas gostei muito mesmo assim. Torço para que o fato de ter ido para o mundo inteiro tenha ao menos suprido os custos e eles consigam ter algum lucro. Mas isso só o tempo dirá.

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