Saudações.
Foi exibido recentemente o último episódio de Ultraman Ace no Canal Oficial da Tsuburaya. Abaixo segue um resumo e impressões.
Direção: Masanori Kakehi
Roteiro: Shinichi Ichikawa
Efeitos Especiais: Kouichi Takano
Obs.: contém informações sobre os rumos da trama.
Obs.2: as legendas usam tradução automática do inglês para o português e por isso podem não ser muito precisas.
Um disco voador é perseguido por outro, aparentemente de uma origem diferente e é abatido. A TAC vai para investigar, mas não encontra sobreviventes. Nisso, eles encontram um trio de meninos batendo em uma estranha criatura. Eles vestem máscaras de Zoffy, Ultraman e Ultraseven e dizem estar impedindo a invasão da Terra por em alienígena malvado, mas ele está ferido e não oferece resistência.
Hokuto/Ultraman Ace repreende os meninos, dizendo que os Irmãos Ultra não abusam dos mais fracos e identifica o alienígena como uma criança Alien Simon. Nisso surge Yapool, que reúne as energias malignas de Monstros Terríveis derrotados criando o Jumboking, o Rei de todos, e começa a destruir a cidade, exigindo que entreguem o Alien Simon.
Jumbo King é poderoso demais e a TAC é forçada a bater em retirada. Os meninos que até então estavam maltratando o Alien Simon se oferecem para ajudá-lo e o levam junto com Hokuto para sua base secreta. Hokuto tenta se transformar em Ace para enfrentar Jumboking, mas é detido pelo Alien Simon, que imobiliza sua perna por não querer que ele se machuque.
Jumboking destrói metade da cidade e desaparece. Yapool manda um ultimato para que entreguem o Alien Simon, caso contrário destruirá a outra. A TAC se prepara para usar uma nova arma experimental para deter o Super Monstro, mas sem sucesso. Hokuto se encontra com os meninos novamente, que reuniram mais companheiros dispostos a ajudar o alienígena indefeso.
Mas Hokuto descobre que o Alien Simon era na verdade Yapool disfarçado, controlando secretamente Jumboking. Tudo era um plano para forçar Ace a deixar a Terra e ao mesmo tempo minar a bondade no coração das crianças.
Como resolver essa situação? Nisso, Hokuto parte para a última batalha e deixa com as crianças um Último Desejo...
Questionando a Justiça
Esse não foi só o último episódio de Ultraman Ace, como também foi a despedida definitiva de Shinichi Ichikawa das obras voltadas ao público infantil. Enquanto trabalhava como roteirista principal no seriado, ele percebeu que era muito difícil falar sobre Justiça em um programa de Super Heróis. Pode parecer estranho, mas foi realmente isso o que ele sentiu.
Ichikawa, em vida, contou em entrevistas que uma das mensagens do episódio era a de tomar cuidado ao se usar a palavra "Justiça". Porque para ele nem tudo o que um "herói" faz pode ser considerado realmente "bom" ou "certo".
Sua intenção era a de mostrar um dos grandes "pecados" das Séries Ultra: a de que elas incutiriam nas crianças a ideia de que tudo era uma "luta pela paz da humanidade", uma "luta pela justiça". Porém se preocupava com que tipo de "justiça" seria essa que essas séries queriam ensinar, pois tinha em mente que se isso fosse feito de forma errada poderia levar as crianças ao culto à violência e ao militarismo.
Isso pode ser visto na cena com os três meninos no começo do episódio batendo no Alien Simon só por ele ser um alienígena, usando máscaras dos Heróis Ultra. E Hokuto os adverte dizendo que os Irmãos Ultra nunca atacam sem motivo e defendem os fracos e indefesos.
Assim Ichikawa questionava: ao se colocar uma máscara de "justiça" era permitido intimidar os mais fracos e cometer chacinas? Deve-se enxergar as coisas apenas pela falsa dicotomia de "bem" e "mal"? E mencionou a Guerra do Vietnã como o maior exemplo dessas questões. Ichikawa dizia que se as crianças entenderam assim a mensagem das séries de super heróis de até então, ele teria culpa nisso e este episódio seria sua confissão.
O roteirista relutava em mencionar a palavra "justiça", pois até mesmo os nazistas a usavam em seus discursos e faziam o que faziam por achar que aquilo era "o melhor para o mundo". Foi por isso que em Kamen Rider, ele sugeriu colocar na narração do começo que "o Kamen Rider luta pela Paz no Mundo e pela Liberdade da Humanidade" ao invés de "luta pela justiça", embora essa ideia tenha desaparecido com o tempo.
Por outro lado, o roteirista sabia que existiam aqueles que se mostravam como o "lado fraco" e se aproveitavam da bondade das pessoas para cometer maldades. Como o Yapool disfarçado em uma criança Alien Simon, e essa era a outra mensagem do episódio.
As pessoas teriam a tendência a ajudar aqueles em posição mais vulnerável e isso poderia se tornar uma chance a ser explorada. Como no episódio 31 de O Regresso de Ultraman, também escrito por Ichikawa, em que aparece um alienígena invasor, o Alien Zeran, disfarçado em um menino surdo-mudo e que se usa dessa condição para desacreditar Hideki Go/Ultraman. Um demônio com cara de anjo, como diz o título do episódio.
Ou seja, ao se ajudar uma pessoa de forma incondicional, corre-se um risco de que ela não esteja falando a verdade e deseja nos prejudicar.
Foi uma situação muito complicada para Hokuto, já que para provar que o Alien Simon era na verdade Yapool, ele teria que ir contra o que disse às crianças no começo do episódio. Mesmo assim ele atirou em Yapool e suas ações tiveram influência nas crianças que estavam por perder a bondade ao ver que ela seria frágil diante do medo do Monstro Terrível. Nisso, a única solução que Hokuto encontrou foi revelar sua verdadeira identidade, o que significaria sua partida definitiva da Terra, como foi alertado por Yuko.
Foi por isso também que Ace deixou aquele "Ultimo Desejo", que era necessário, pois senão as crianças cresceriam de forma errada, não confiando nos outros e deixando de ajudar quem precisa por medo de ser prejudicado.
Esse "Último Desejo" também era a resposta de Ichikawa aos Cinco Juramentos Ultra escritos por Shozo Uehara no final de O Regresso de Ultraman. Ele não gostava em especial do quarto de "Não depender da força de outros", já que para ele as Séries Ultra e tudo o que foi construído até agora foi resultado da união da força de várias pessoas: o próprio Ichikawa e Uehara, além de Mamoru Sasaki e Tetsuo Kinjo.
Ichikawa contou em uma entrevista que normalmente as mensagens que um Herói deixaria ao partir teriam um teor de "lutar contra as adversidades tendo a justiça no coração", "defender a humanidade" ou algo assim. Mas esse tipo de coisa só valeria para o mundo da ficção, sendo que na vida real não devemos guerrear com ninguém.
Em outra entrevista, Ichikawa relata que quis colocar o Ace como algo parecido com Jesus, já que ele mesmo era cristão protestante. Alguém capaz de "perdoar setenta vezes sete vezes mesmo sendo traído sete vezes". Por isso a mensagem tinha aquele teor pacifista e Ichikawa acredita que ela pode não ter feito sentido na época, mas se tornou mais adequada para os tempos atuais.
A Derrota de Shinichi Ichikawa?
Ultraman Ace passou por muitos percalços, pois a audiência caía a cada episódio. Durante sua fase de planejamento, a intenção era a de se criar algo novo, com vários elementos que diferenciariam a série da anterior, O Regresso de Ultraman. Para isso foram chamados três roteiristas, tendo Shinichi Ichikawa como principal, mais Shozo Uehara e Shigemitsu Taguchi como secundários.
Um desses elementos seria a transformação/combinação de Seiji Hokuto e Yuko Minami para formar o Ultraman Ace. Outra seria o advento de Yapool, um inimigo fixo. E a terceira, os Monstros Terríveis (超獣, "Choujuu", Super Monstros), que seriam feitos para serem armas invasoras e muito mais poderosos que os monstros (kaiju) comuns. Mas as coisas não ocorreram como planejado.
A transformação/combinação, em especial, foi ideia de Ichikawa, com a intenção de restaurar o aspecto divino e misterioso do Herói, representando um ser transcendental que tinha dentro de si a "coragem" do homem e o "desejo de paz" da mulher, mas ao mesmo tempo não era nenhum dos dois. Algo realmente absoluto que poderia fazer a Justiça, já que para ele o ser humano não teria direito a isso.
Como o Herói não seria homem nem mulher, Ichikawa chamou o personagem primeiramente de "Ultra Hunter", sem o "man", para então se tornar o "Ultra Ace". Porém, esse nome já estava registrado pela Marusan e acabaram tendo que chamar o personagem de "Ultraman Ace", o que já invalidava a ideia de Ichikawa.
O momento em que um "Adão" e uma "Eva" se unem para se tornarem um ser completo. No conceito original eles formariam uma cruz. |
O problema era que os outros roteiristas, Uehara e Taguchi, não conseguiam compreender esse conceito. Uehara atribuía isso ao fato dele mesmo "não ser um homem de religião" e ficava na dúvida sobre como ficavam Seiji e Yuko dentro do Ace ou o que acontecia com eles nessa hora. Taguchi era cristão, mas para ele também a ideia não era muito clara, apesar de achá-la interessante. Isso sem falar que era mais difícil escrever as histórias, pois Seiji e Yuko tinham que ficar sempre juntos e eles tinham que ter o mesmo espaço de participação.
Sendo assim, esse conceito foi eliminado no episódio 28, com Yuko sendo literalmente mandada para a Lua. Curiosamente, só muitos anos depois surgiria um personagem como Ichikawa definiu, que transcendia o conceito de gênero: Ultraman Justice.
Yapool era um inimigo difícil de ser definido. Cada roteirista acabava tendo sua própria interpretação e visão, o que gerava desencontros. O mesmo valia para os Monstros Terríveis, que não tinham tanta diferença dos monstros comuns. Era algo abstrato demais e assim, Yapool acabou sendo derrotado no episódio 23, deixando só os Monstros Terríveis. Taguchi chegou a comentar que ao tirar Yuko e Yapool do seriado ficou mais fácil escrever as histórias.
Ou seja, quase todos os elementos que caracterizavam Ace e eram seus diferenciais foram o que causaram a queda da audiência. Assim, o seriado teve que passar por reformulações, inclusive introduzindo um novo personagem, o menino Dan, aproximando o seriado do anterior, Regresso. E com histórias mais voltadas ao cotidiano, ao contrário do que Ichikawa propunha, de seguir uma linha de Ficção Científica.
Ichikawa já havia saído do seriado no episódio 13, em que ele crucificou os Irmãos Ultra, um elemento que ele reprovava desde o começo, mas mesmo assim fez essa concessão. Para o roteirista um Herói tinha que ser solitário, pois tendo uma família ele ficaria preso a um determinado grupo e o favoreceria. Apesar de ser cristão, Ichikawa detestava o conceito de família, que ele definia como "uma das representações do egoísmo devido aos laços de sangue". Só que, ironicamente, esse era o grande elemento que garantia a popularidade de Ace, visto que os episódios com eles e com o Pai dos Ultras tiveram audiência maior.
É por isso que muitos dizem que Ultraman Ace foi a "declaração de derrota" de Shinichi Ichikawa e o último episódio foi um "desabafo". Agora ficou claro que era uma declaração de desagravo com as séries de Super Heróis, que ao seu ver incitavam à violência e à luta, algo que ele tentava não glorificar. Como no episódio 48, que marcou seu breve retorno a Ace, e nele, ao ser derrotada, a Mulher Yapool deixa a mensagem de que "o vencedor sempre carregará consigo o rancor do derrotado". E esse "rancor", essa "maldição" era uma das tônicas de Ichikawa e o resultado da violência.
Cena do episódio 48. Esse é o destino do vencedor. E o seu fardo. |
Ele só voltou ao seriado ao ser convencido pelo produtor Youji Hashimoto e por Uehara, seu amigo de longa data. Segundo Ichikawa, o produtor Hashimoto bem que poderia ter simplesmente o abandonado, mas mesmo assim o chamou e com isso pôde ter a oportunidade de concluir seu trabalho, assumindo sua responsabilidade como Roteirista Principal. Isso fez com que Ultraman Ace não fosse sua "declaração de derrota" e ele pôde manter sua reputação para continuar sua carreira em obras adultas, longe das de Super Heróis voltadas para crianças.
Muitos anos depois, o produtor Hiroyasu Shibuya, de Ultraman Mebius, contatou Ichikawa, pedindo para usar o Último Desejo de Ace em um episódio. O roteirista ficou contente em saber que Ultraman Ace finalmente foi compreendido depois de tantos anos, e deu sua permissão.
Assim, o Último Desejo foi útil para que Seii/Ace reanimasse o novato Mirai/Mebius, que estava quase por perder a confiança na humanidade ao ver a ingratidão de Hirukawa e por consequência a feiura humana. Desta vez apresentado como seu Eterno Desejo e ganhando uma amplitude maior, sendo citado até hoje. O seu "desabafo", o seu "desagravo" acabou se tornando a mensagem mais necessária para os tempos atuais.
Divagações: O que devemos fazer?
Como nós, telespectadores, podemos interpretar o episódio? Abaixo segue o meu entendimento:
Com tudo o que foi visto acima, é bem difícil definir o que é Justiça ou colocá-la como um conceito absoluto. E aqui temos um dilema. Devemos ajudar toda e qualquer pessoa sem ver a quem, de forma totalmente incondicional? Ou devemos discriminar aqueles que são diferentes de nós e desconfiar de todos eles já que podem querer se aproveitar de nossa ingenuidade?
Esta questão já foi abordada em O Regresso de Ultraman com o episódio 31, mencionado acima. Porém, como que em contrapartida, temos o episódio 33, de autoria de Shozo Uehara, que fala da feiura dos humanos, que ao temer e odiar os que são diferentes acabam assassinando um alienígena inocente, o Alien Mates (no qual, curiosamente, foi usada a mesma máscara de Zeran com algumas alterações).
Nessa eu acredito que uma resposta possível seja o próprio Ultimo Desejo de Ace.
Ou seja, ter bondade para ajudar os outros, mesmo que sejam de raças, origens ou etnias diferentes, mas tendo discernimento para saber quais merecem ou não. Um "caminho do meio" evitando extremos e ufanismos. E mesmo que não dê certo, não deixar de acreditar e se manter aberto.
Algo como em Zenkaiger, no episódio final, em que é proposto ao protagonista, Kaito/Zenkaiser, isolar todos os mundos paralelos e fechar as fronteiras de modo que seus povos não tenham mais contato entre si. Kaito viu que havia um risco de deixar entrar seres mal-intencionados como os Tozitendo, mas ao mesmo tempo isso implicaria em não fazer amigos, como os outros Zenkaiger, a família de Zochs/Twokaiser e Stacy. De fato, os outros Zenkaiger eram Kikainoides, do mesmo mundo e da mesma raça dos Tozitendo, sendo que Vroom/Zenkai Vroom e Stacy faziam parte dos vilões, e ainda assim se juntaram a Kaito.
Então o Herói recusa a proposta e insiste em manter as portas abertas para ter contato com outros mundos, outras visões, outros valores, porém enfrentando aqueles que tentem invadir ou destruir o dele.
"É por existirem outros mundos que seus pais foram raptados e o seu foi invadido" "Só existem algumas pessoas que são ruins. Os mundos em si não são". De Zenkaiger Ep. 49. Devemos "abrir" ou "fechar"? |
Outros ecos podem ser vistos em Kamen Rider OOO, que mostrou as consequências da bondade desmedida, que acabou tendo resultados desastrosos. Em Healin' Good ♡Precure, foi mostrado que devemos ter bondade para ajudar, mas também tomar cuidado com os que tentam se aproveitar da boa vontade dos outros, tendo discernimento e parcimônia.
E em Kamen Rider BLACK SUN, pude ver um pouco de Shinichi Ichikawa no questionamento do que é o Bem e o que é o Mal, além da afirmação de que nem tudo o que um Herói faz pode ser considerado Justiça. Mais um aspecto em que esta série reflete os antigos. Isso sem falar nas consequências de se deixar levar pelo ódio e segregar os outros só por serem diferentes, usando uma máscara de pretensa justiça e colocando outra, desumanizadora, nos outros. Esse sentimento de racismo e xenofobia ainda existe no Japão (e em outros países do mundo), sendo que há gente que contesta a validade do Último Desejo toda vez que é citado.
Essa é uma questão que perdura até os dias de hoje e é por isso que este episódio é fascinante.
"Não percam a bondade.
Cuidem dos que são fracos e ajudem-se uns aos outros.
Não percam a vontade de fazer amizade com pessoas de outros países,
mesmo que essa intenção seja traída centenas de vezes.
Este é o meu Último Desejo."
Consegui o livro ウルトラマンAの葛藤 (ULTRAMAN ACE no Kattou, algo como "Os Conflitos de Ultraman Ace"), por Masahiko Shiraishi, de onde tirei alguns dados. Trata-se de uma análise da série contando sobre seus bastidores, com depoimentos da equipe. É um material muito rico e pretendo falar dele um dia, com detalhes sobre a gênese de Ultraman Ace, que é bem curiosa.
Legal demais Usys! Por favor traz mais conteúdo desses livros, tem MUITA informação bacana que a gente simplesmente não encontra por aí, minha vontade é aprender japonês só pra ler tudo kkk
ResponderExcluirMuito bom saber mais dessas “intrigas” de roteiristas, de fato quando você olha Ace como um todo, a série parece ser mesmo um pouco dividida, não tanto quanto outras, tipo 80.
Isso só me faz amar mais ainda Mebius, que consegue juntar todos os temas e pontos principais de Ace no belíssimo episódio 44 que homenageia o nosso Ás (acho que nunca assisti esse episódio sem chorar)
E por fim, por mais que seja uma versão mais “simplória” da visão de Ichikawa, esse legado pacifista do Ace continuou em sua participação em Z, com ele desejando que Z fosse o último guerreiro, responsável por trazer um fim à todos os conflitos.
Um dos meus Ultras favoritos!
Obrigado, Joneus!
ExcluirO livro tem bastante material, inclusive com muito mais detalhes sobre como foi a criação do seriado. Se bem que resumidamente é o que escrevi na matéria. Explica por que houve reformulações e a troca de roteiristas e os percalços que aconteceram no caminho.
O problema é que tem partes que podem desagradar seguidores de determinada ideologia política e atiçar os da ideologia oposta. Mas uma coisa é certa: o pessoal da Tsuburaya não pensava todo mundo igual. Tinha gente de várias correntes ideológicas e isso se reflete em algumas histórias.
Uma das razões pelas quais respeito Hiroyasu Shibuya é essa de tentar amarrar as pontas no Universo Ultra. E tudo isso foi base para o Multiverso Ultra que conhecemos agora. Aquela do Z foi muito bem pensada e creio que é isso o que Ichikawa queria para o seu personagem. Que ele fosse um mensageiro da paz.
Já tinha tido a impressão de que a produção da série havia sofrido com discordâncias entre os roteiristas quando assisti pela primeira vez e essa matéria confirma minhas suspeitas. Estranhei muito na época a derrota precoce de Yapool e principalmente a remoção de Yuko, que ao meu ver fez com que o seriado perdesse sua identidade. Gostava bastante da química entre os protagonistas, uma pena. Bom trabalho!
ResponderExcluirObrigado pela visita!
ExcluirConhecendo o que acontece nos bastidores, a gente consegue ter uma compreensão do porquê das coisas terem ido daquele jeito. Que houve motivos e não foi por nenhum surto de loucura.
Acho que até dava para continuar com os dois, adotando técnicas de roteiro de seriados em dupla, como em Iron King que tinha dois protagonistas que eram parceiros. Na verdade o Ichikawa até tinha planejado o último capítulo com os dois juntos no final, mas com a mudança de linha, teve que descartar a ideia.