Saudações.
Desta vez vou falar sobre o andamento da série Precure atual, Soaring Sky! Pretty Cure, exibida na Crunchyroll, agora em que chegou ao que pode ser considerado sua primeira metade.
Obs.: Nesta matéria uso as denominações e termos da versão em português, que podem ser diferentes de matérias anteriores.
Obs. 2: Contém informações sobre os rumos da trama
Vide também:
A série tem transcorrido bem, sem percalços, e com isso aparentemente conforme o planejado. Estamos vendo que Sora está percorrendo sua jornada para se tornar um Herói e retornar a bebê Ellee-chan a seus pais. Ao mesmo tempo em que encontra amigos que a ajudarão e que ela mesma ajudará.
Girl meets Girl
A primeira delas é Mashiro Nizigaoka, uma menina comum e estudante do ginásio, que mora na cidade Sorashido com sua avó, Yoyo. Seus pais trabalham no exterior e se comunicam com ela por vídeo chamadas. Vendo até aqui, ela lembra bastante a Honoka/Cure White da primeira série, Futari wa Precure, mas com algumas atualizações, especialmente tecnológicas.
Também é ela quem guia Sora, que se surpreende com várias coisas do mundo dos humanos, como escadas que se movem ou simplesmente com o fato de se existirem lojas em prédios altos.
Sora no começo tenta fazer de tudo para não envolver Mashiro e sua avó em seus problemas, inclusive hesitando em se hospedar na casa delas por achar que incomoda. Sora valoriza o dever e a honra e por isso se oferece para ser o Cavaleiro que protegerá Mashiro. Obviamente esta recusa e se oferece para ser sua amiga.
Yoyo, avó de Mashiro, no começo é uma personagem misteriosa, que aparentemente sabia de tudo o que iria acontecer e providenciou, além do quarto de Sora, fraldas e leite em pó, assim como uma mamadeira para Ellee-chan. Ela tem um estranho artefato que consegue ver tudo o que acontece e assim consegue acompanhar as lutas de Sora e Kabaton.
Logo no terceiro episódio, ela se revela como uma habitante de Skyland que veio ao mundo dos humanos há mais de cinquenta anos. Sendo assim, Mashiro também descende dos povos de Skyland e saber de sua linhagem acaba deixando-a perplexa no começo.
Também é Yoyo quem conta que Ellee é a princesa do Reino, algo totalmente ignorado por Sora até então, que não sabia por que Kabaton estava atrás da bebê. E por ser a Grande Erudita Lendária de Skyland, Yoyo pode desenvolver um meio de abrir um portal para o seu mundo, embora para isso sejam necessários vários preparativos, incluindo as Joias do Céu, pedras azuis que são usadas como fonte de energia no outro mundo.
Os três primeiros episódios apresentam as personagens, dão um panorama do(s) mundo(s) e mostram qual é a missão principal do começo, assim como os meios para cumpri-la. E nessa é Sora quem tem que lutar sozinha como a Cure Sky contra as investidas de Kabaton, ainda sem uma parceira. Mas isso mudará no quarto episódio.
Nós Duas somos Precure
No começo, Mashiro é a "mocinha" da história, sendo sempre salva e protegida por Sora/Cure Sky. E isso gera o desejo de ser mais útil para ela.
O problema é que Mashiro, além de não ter um bom condicionamento físico, tem alguns problemas de auto-estima como o fato de não ter um objetivo na vida como Sora ou sua amiga de infância, Ageha Hijiri, quatro anos mais velha, já adulta.
Tanto que quando Sora é capturada por Kabaton e surge diante dela a Caneta Miragem, Mashiro hesita no começo. Por achar que não é boa o suficiente e por não ser forte como Sora. Mas graças às palavras de Ageha de que sua força é sua bondade, e também de Sora de que Mashiro não precisa mudar, finalmente toma sua decisão e se torna a Luz delicada levantando voo suavemente, Cure Prism.
Diferente da Cure Sky, que usa mais ataques físicos e combate corpo-a-corpo, Prism usa mais ataques de longa distância com balas de energia e luz (embora também se valha de socos e chutes). E tem até um especial, o Disparo Alado de Prisma.
Sora no começo fica contente, mas depois de ter um pesadelo, vê que pode ser perigoso para Mashiro se tornar Precure. Ela não queria perder aquela que se tornou sua primeira amiga, pois desde criança ficou treinando sozinha para ser Herói, inclusive se afastando de coisas que meninas de sua idade gostam. E repetia para si mesma que "um Herói não tem medo de ficar sozinho", uma visão ultrapassada do conceito.
Porém, Kabaton cria um Ranborg mais poderoso que não pode ser purificado pelo Soco Alado do Céu, e Sora não pode com ele sozinha. Só depois de muita insistência por parte de Mashiro e ao ver que ela queria ajudar porque também se preocupava com sua amiga, a aceita como a "Cure Prism". Ao ver a união das duas, Ellee cria dois Tones que permitem que elas usem um novo ataque especial ao se darem as mãos.
Um ponto interessante é que sempre é mostrado as mãos das duas tremendo diante de situações decisivas. Mas depois que elas passam a se dar as mãos isso não acontece mais. Nesse arco compreendendo os episódios 4 e 5, se configura a parceria de Sora e Mashiro e com isso, as Duas são Precure.
Dias de Escola
Com o tempo, Sora passa ter necessidade de ficar mais perto de Mashiro, que tem de ir para a escola, onde não se podem entrar estranhos. Ela fica um pouco confusa no começo sobre seus sentimentos, já que nunca teve uma amiga, mas uma ajuda providencial de Ageha faz com que ela finalmente perceba o que deseja de verdade.
Mashiro também não deixava de pensar em Sora, enquanto estava na escola. E algumas vezes até perguntava sua opinião sobre algumas coisas, para perceber que ela não estava lá. Felizmente, depois de tirar Kabaton do caminho, uma diz o que realmente sente para a outra e Sora consegue ir para a escola, graças a Yoyo, que já deixou tudo arranjado.
Só que lá as coisas são um pouco difíceis no começo. Sora tem que esconder que veio de um outro mundo e ela tem o costume de falar a verdade sem perceber. A menina tenta não chamar a atenção, mas seu condicionamento físico excepcional faz com que logo fique conhecida.
Sora se deprime um pouco por na verdade querer fazer amigos. Nisso, Mashiro a leva para o terraço da escola e lhe mostra a grande árvore de cerejeira para animá-la.
E também lhe diz aquilo que ouviu de Sora uma vez: que não precisa mudar e está bem sendo ela mesma. Com isso se fecha um ciclo em que todos os eventos de até então convergem para o momento em que Sora faz sua verdadeira auto-apresentação para seus colegas de classe, que a aceitam como sua "Hero Girl".
Boy in the Wing
No episódio 8, somos apresentados a Tsubasa Yunagi, um menino da tribo dos Pássaros Puni, de Skyland, capazes de assumir formas humanas. Ele acabou vindo parar no mundo dos humanos e foi acolhido por Yoyo, ficando na forma de pássaro a maior parte do tempo, escondido até de Mashiro.
O pássaro tinha um significado. |
Tsubasa é um menino de 12 anos de idade que tem um sonho: o de voar, pois sua raça perdeu essa habilidade em troca de poderem se transformar. É mostrado que ele era feito de bobo por colegas desde a infância, mas mesmo assim nunca abandonou o seu desejo. E para isso, estuda arduamente sobre aerodinâmica, que pode ser um meio de cumprir seu intento. É nesse ponto que Sora sente que ambos têm algo em comum e então o aceita como amigo.
Tsubasa também demonstra afeição por Ellee, tentando protegê-la dos perigos mesmo não tendo nenhuma força, inclusive oferecendo sua vida para salvá-la. E ao dizer o que pode ser considerado o seu Juramento de Cavaleiro, finalmente consegue o poder Precure, se tornando o Cure Wing, a Coragem que se eleva pelos Céus.
O desenvolvimento do episódio é interessante, pois Kabaton ataca do ar, sendo que Sora e Mashiro (surpreendentemente) não conseguem voar. A situação muda quando surge Cure Wing, que consegue alçar voo e enfrentar o Ranborg voador em seu próprio elemento. Uma situação altamente romântica que remonta aos antigos animes de Super Robots, como o Mazinger Z quando ele consegue o Jet Scrander, suas asas escarlates, sendo que até então o robô sofria para enfrentar inimigos voadores.
E o ataque especial de Cure Wing lembra o Shine Spark do Getter Dragon, de Getter Robo G, em que ele se envolve em energia para bater de frente com o inimigo e atravessá-lo. Ou seja, um golpe também muito romântico, e esse aspecto é reforçado pelo céu do entardecer ao fundo, como o Sharivan Crash do Policial do Espaço Sharivan.
A tradução sofreu um pouco, mas... |
Meninos também querem lutar
Assim, ele se tornou o primeiro Cure masculino titular de uma série de TV. Houve (e ainda há) espectadores que desdenharam dessa ideia, porém a sua transformação é apresentada de forma bastante natural, fluida, integrada com a história. Não é mencionado o fato dele ser menino e nem de que só meninas podem ser Precure. Tsubasa acaba se tornando Cure Wing ao desejar proteger alguém, como aconteceu com várias Cures antecessoras. E por ser alguém com um grande sonho e se dedicar a isso, é difícil não gostar de Tsubasa e de não torcer por seu sucesso.
Também é uma alusão interessante de que até então meninos não podiam ser Precure. |
A relação dele com Sora e Mashiro é altamente cordial, sem nenhum tipo de tratamento especial por ele ser um menino, sem discriminações. Eles são todos amigos, colegas unidos por um objetivo em comum, porém cada um com sonhos diferentes. Não tem essa de "ser menino" ou "ser menina". Ou seja, o tipo de comportamento ideal em um time.
Ele também não é birrento e nem nada. De fato, Tsubasa chega a ser tão polido e bem apessoado quanto Sora, sendo que em sua festa de recepção no time, ele tenta corresponder aos sentimentos dela e de Mashiro, que tentam recriar seu doce favorito, feito com materiais que só existiriam em Skyland. E em várias ocasiões é ele quem tenta ser a voz da razão e faz a moderação quando suas amigas pensam em alguma loucura.
Apesar de tudo, Tsubasa se comporta como um menino de sua idade, tentando se mostrar independente, especialmente para Ageha, que o chama simplesmente de "garoto". Mesmo assim ele não é antipático ou irritante. As conversas entre os dois são bem divertidas, visto que o menino simplesmente não pode com a garota mais velha. E pelo visto ela se tornará uma pessoa especial em sua vida.
O Vilão Solitário
Pouco se sabe sobre os inimigos, o Império Subtereg, sendo que até agora só apareceram dois de seus membros. O primeiro foi Kabaton, que se mostrou um inimigo poderoso no começo e ficou no posto de vilão principal no começo da série. Ou melhor, o único até então.
No original ficou parecendo com a frase de transformação do Ultraman Z. ご唱和ください (Goshouwa kudasai, "Peço que entoe"). |
Como dito em outra matéria, ele é sujo, trapaceiro e muito esperto. Seus Ranborgs foram ficando cada vez mais fortes e com maior variedade de ataques, mas ainda assim não eram páreo para Sora, que foi ganhando cada vez mais amigos para ajudá-la. E a bem da verdade, com o tempo as Cures nem dão tanta importância para ele, inclusive ignorando-o para resolverem suas próprias questões.
Nem sequer suspeitam de que ele esteja preparando algum plano maligno (não estava). E nem reparam que ele estava com muita munição (batata doce) para o seu ataque mais terrível. |
Não se sabe quais são suas motivações, o que o leva a fazer o que faz. Só existem pistas a partir de suas palavras, sendo que ele dá muita importância a ser "fortão", "overpower". E ele menciona que no Império Subtereg os fracos não têm vez. Que desde que era moleque teve que se mostrar forte para ser respeitado.
Assim como foi com Sora no primeiro episódio, Kabaton também faz pouco caso do esforço de Tsubasa, que não protege Ellee para obter lucro ou honrarias. Apesar de dizer que não entende isso, por um momento Kabaton fica visivelmente incomodado, e não dá risada e nem nada o que seria o usual. Pode ser uma pista de seu passado e talvez ele tenha sido como Tsubasa antigamente e tenha se dado mal ao fazer a mesma coisa que o menino.
O vilão tem uma luta final com Sora, em que demonstra desespero em raptar Ellee de qualquer maneira, quebrando as regras que ele mesmo impôs. Porém fracassa e é quase executado se não fosse salvo por sua oponente. E só nessa ocasião as Cures têm consciência da existência do Império Subtereg, de que há alguém por trás de Kabaton.
O Império Subtereg
Mas no fim o que é o Império Subtereg? Pouco é mostrado dos vilões, que simplesmente aparecem, atacam e fogem depois de fracassarem. Não se sabe quem é o líder deles, seja Imperador, Imperatriz ou o que for. Até agora, só duas vezes o que parece ser uma entidade superior se manifestou através de sua voz, aparentemente uma mulher, para dar um ultimato a Kabaton e para executá-lo por fracassar.
Não há mais aquelas reuniões entre os vilões debatendo sobre como eles vão raptar Ellee, como em outras séries anteriores, o que só aumenta o mistério. E pelo visto, mesmo o povo de Skyland simplesmente não conhece o Império. A única pista que existe é uma lenda esquecida que fala da invasão de um mundo sombrio e de uma guerreira lendária que surgiu, atendendo ao chamado da princesa. Essa guerreira seria Precure.
Yoyo pesquisa mais e descobre que Skyland e o Império Subtereg são opostos e que guerrearam uma vez, porém nunca mais se encontraram. Mesmo assim não se sabe por que eles querem a Princesa Ellee. E como eles não aparecem tanto, o mistério aumenta ainda mais.
Imaginei que o motivo de se dar tão pouco tempo de tela para os vilões seria o mesmo de Star☆Twinkle Precure, de ser uma "armadilha narrativa", revelando depois que eles não seriam tão maus e teriam suas razões. Mas o Compositor de Série, Ryunosuke Kingetsu, disse em uma entrevista que seria para que as Cures aparecessem mais, pois era o que as crianças querem ver. Ou seja...
Uma frase metalinguística sem que os personagens percebessem... |
Uma Nova Missão
Ao retornar a Skyland e devolver Ellee a seus pais, Sora, Mashiro e Tsubasa são recebidos com honrarias. Nisso, Sora se reencontra com aquela que a inspirou a ser Herói: a Capitã Shalala, da Guarda Índigo, a tropa de elite que guarda o Reino.
Sora é convidada por Shalala a integrar a Guarda, que era o seu intento desde o começo, e passa a proteger o povo em problemas triviais como deter um animal desembestado e também das investidas de um novo inimigo enviado pelo Império Subtereg, o narcisista e sarcástico Battamonda, que tem um temperamento bipolar.
Parece ser um homem bonito e gentil... |
... mas essa é sua verdadeira natureza. |
O novo vilão cria um Ranborg agregado que é uma bomba que pode explodir todo o Reino. O monstro é detido pelas Cures, mas um enorme preço é pago. Shalala se sacrifica para que Sora e Mashiro possam purificar o Ranborg. E ainda, Battamonda coloca o Rei e a Rainha em animação suspensa com uma maldição e quase rapta Ellee novamente. Mas Sora chega a tempo e expulsa o vilão com toda a sua fúria.
Sora, Mashiro e Tsubasa resolvem voltar ao Mundo dos Humanos levando Ellee, pois sabiam que ela era o alvo principal dos inimigos. Com isso, eles deixariam o Reino de Skyland de lado, indo atrás delas. E Yoyo lhes conta que existe um jeito de salvar o Rei e a Rainha: coletando as energias geradas da purificação do Ranborg com o Mirror Pad. Assim começa a nova missão das Cures.
Este arco de episódios foi recheado de eventos em que foi possível conhecer mais de Skyland, assim como as famílias de Sora e Tsubasa. E a partir daí, surgiu um elemento bastante recorrente nas séries Precure atuais, que é o de recolher itens ou energias especiais para se realizar um intento, como foi com o Poder de Motivação de Tropical-Rouge!. Assim começa o que pode ser considerada uma nova fase da série.
Diário de Crescimento
Nesse meio tempo, Ellee vai se desenvolvendo. Já aprendeu a andar, inclusive ganhando seus primeiros sapatinhos, consegue falar, ainda que de forma rudimentar, e tem bastante decisão no olhar quando tenta ajudá-las, como quando Tsubasa se sacrifica para que ela possa fugir.
O grande problema é que seus pais, o Rei e a Rainha de Skyland, não podem ver isso e acompanhar seu crescimento ao vivo. Eles não puderam presenciar o momento em que sua filha se levanta, e a primeira palavra que ela diz, além de seu nome, é "Sora" ao invés de "Papai" ou "Mamãe", ainda por cima em uma situação de perigo. Ou seja, o seu rapto roubou as experiências que deveriam ser do casal real.
A situação piorou ainda mais com a maldição de Battamonda, sendo que antes eles podiam ver o desenvolvimento de Ellee através da tela, mas agora não estão nem mais conscientes. Depois de tudo isso terminar, vai ser bem difícil recuperar esse tempo perdido.
Mas Ellee está em boas mãos com as Cures, que contribuem para o seu crescimento. E ao mesmo tempo aprendem algumas coisas com ela, como não desanimar diante de momentos difíceis, cheios de incertezas, como quando elas armam um teatrinho de fantoches baseado no conto japonês de Momotaro.
Seria mais engraçado se Tsubasa fosse a espada de "Elleetaro". Ou se ele fosse o cachorro. Mas cada um coube direitinho em seu papel. Ageha, a "irmã mais velha" ficou bem fazendo as vezes do Oni. |
E o desenvolvimento de Ellee pode ser comparado com o das Cures, como Mashiro, que aos poucos descobre mais de si mesma, como se fosse um bebê começando a andar, conforme comenta Yoyo.
Agora, Ellee entrou em uma fase em que a bebê dá prioridade a si mesma e ao que ela quer. Assim a criança ensina as Cures a serem mais fieis ao que desejam de verdade, visto que elas sempre se dão demais para os outros em detrimento de si mesmas.
A Mais Poderosa Professora de Creche
Ageha aparece logo no terceiro episódio como uma amiga de infância de Mashiro, que teve que se mudar para outra cidade. Ativa, animada e cheia de energia, retornou para Sorashido para realizar seu sonho de ser professora de creche.
É Ageha quem aconselha Sora quando a aspirante a Herói está confusa quanto aos seus sentimentos em relação a Mashiro, inclusive dando uma carga de coragem com maquiagem, como em Tropical-Rouge. E em algumas lutas, ela dá ideias e planos, embora nem sempre deem certo.
Ageha demonstra bastante atitude em relação ao perigo, como quando é pega por um Ranborg de Kabaton junto com Ellee, e dá outra ideia, ainda que arriscada, para as duas escaparem. Ela também dá as caronas em seu carro, o Hummer que ela chama de "Piyo-chan". Ou seja, no começo ela fica mais no apoio, tanto dentro quanto fora das lutas, mais ou menos na posição de Mari-chan, de Delicious Party.
Era ela mesmo quem estava dirigindo na abertura. Agora foi revelado. |
Nesse meio tempo, Ageha não se vê como parte do time, sendo apenas mais uma "cidadã comum", mas ainda assim sendo bastante estimada pelas Cures. "Gente de fora", como apontado zombeteiramente por Battamonda.
Quando o vilão ataca a creche onde ela está fazendo estágio, a situação parece perdida com as Cures aprisionadas por uma armadilha do Ranborg criado por ele. Mas ao demonstrar coragem para proteger as crianças, Ageha finalmente consegue se transformar na Magnífica Energia que ascende, Cure Butterfly.
E ela já vem mostrando todo o seu poder e recursos, com um ataque comum, o Butterfly Kiss, uma bala explosiva em forma de borboleta, assim como uma barreira, a Butterfly Shade (nomes tirados de um tuíte da animadora Yu Yoshiyama, que desenhou a cena de transformação; não se sabe se são oficiais). E para derrotar o inimigo de vez, se vale de um golpe especial, a Prensa Alada de Borboleta.
Butterfly Kiss É bem o que o nome diz, só que explode. |
Butterfly Shade. Além disso, ela pode criar barreiras múltiplas, em camadas, movê-las remotamente e arremesá-la como um cortador. |
Prensa Alada de Borboleta. Pode não parecer, mas borboletas podem ser bem pesadas... |
Assim, temos a presença de uma mulher adulta como membro titular do time de Precure, sendo que Ageha mostrou que uma professora de creche pode se tornar um Herói aos olhos das crianças. E é bem o que elas são, visto que estão tomando conta de vidas, que não podem e nem devem ser negligenciadas. Algo que teve bastante aceitação por essas profissionais na vida real.
O que ela diz depois de um dia duro de trabalho, mostrado que gosta da coisa. |
Curiosamente, na versão em romance de Heartcatch Precure!, é retratado o outro lado desse aspecto, em que a vilã Sasorina foi feita da Flor do Coração de uma professora de creche que acabou caindo em depressão quando uma criança morreu devido a um descuido seu e sofreu devido à "justiça do povo".
Duas Duplas
Depois disso, ela se muda para a casa de Mashiro, passando a morar com o time. Nessa ela acaba dando de si mais do que consegue, o que logo é apontado por Tsubasa, preocupado com ela. Isso tudo era porque Ageha seria a "adulta" do time e queria ajudar a todos, que estão longe de seus pais, de suas famílias. Mas Tsubasa faz com que ela veja que pode contar com seus amigos de vez em quando. E isso é simbolizado pelo mural que ela faz com o menino e com Ellee.
Nisso, Battamonda ameaça o mural, vendo que o time não está todo reunido, só com Wing e Butterfly. Por um tempo ele tem a vantagem, mas a união dos dois faz surgir um novo item, o Mix Pallette, que permite a Ageha dar poderes especiais aos seus companheiros.
E também ativa um prodigioso e surpreendente ataque em dupla, que consegue derrotar o Ranborg. Assim, Battamonda descobre a duras penas que as Soaring Sky não são só um quarteto, mas também são duas duplas. E cada dupla possui poder de fogo o bastante para lidar com ele.
Um ataque bem "tropical", bem "rouge" e termina com um golpe altamente tradicional. |
As coisas mudam um pouco entre as Cures, e Ageha consegue mostrar seu lado mais desleixado, deixando parte dos trabalhos domésticos para seus companheiros. Nisso dá para ver que só porque ela é a "adulta" não significa que ela é a "líder" do time e nem nada. Cada um tem suas qualidades e habilidades e ninguém é maior ou melhor do que o outro. Como em uma aquarela, sendo que cada cor e a combinação delas abre novas possibilidades.
O arco-íris é bonito porque é composto de várias cores e não só de uma. |
E nisso, para financiar seus estudos, passa a fazer trabalho de meio-expediente na Pretty Holic local, que já é mostrada desde o primeiro episódio. Bom saber que esse projeto está indo para a frente, com uma variedade ainda maior de produtos, que são mostrados ostensivamente, criando uma sensação de envolvimento no mundo do desenho mesmo fora da tela.
Miyuki Suzumura, Mulher de Sucesso. |
Uma Tela Branca
Houve um arco que fala dos sonhos de cada Cure. Mashiro, que não tinha nenhuma ideia do que iria fazer no futuro, finalmente encontra um objetivo para sua vida.
Ela vê Ellee se recusando a emprestar seus brinquedos para uma outra criança e então decide participar de um concurso de livros infantis. Mas não necessariamente para vencer, e sim para passar uma mensagem para Ellee, para lhe ensinar de forma gentil e bondosa, com um exemplo, sem precisar repreendê-la. Mashiro se empenha nessa empreitada, se concentrando totalmente sem sair do quarto para desenhar.
No fim, ela acaba nem passando das eliminatórias, mas seu objetivo principal foi cumprido. É assim mesmo em Precure em que nem sempre se consegue pegar o primeiro lugar logo de cara, sendo necessário muito esforço.
Mas esse será o primeiro passo de Mashiro, que também descobriu em uma ocasião anterior, na corrida de revezamento da escola, que tem um lado que não gosta de perder. De perder para si mesma e prejudicar os outros.
Mashiro, como seu nome diz, era como se fosse uma tela branca. Não tinha nada, mas por outro lado era cheia de possibilidades e agora ela tem a oportunidade de pintá-la como quiser, junto com seus amigos, após se autoconhecer.
Além do Sonho
O episódio seguinte fala de outro aspecto do tema de "sonhos", porém de alguém que acabou por realizá-los. É Tsubasa, que conseguiu cumprir seu intento de voar ao se tornar o Cure Wing.
Só que por outro lado, ele se sentiu perdido, sem um sentido para a sua vida, vendo que as outras Cures tinham seus sonhos e objetivos. Claro, ele poderia cuidar de sua Princesa, Ellee, mas por quanto tempo ele seria necessário? E depois que ela crescer, já que ele percebeu que o tempo pode passar bem rápido?
O menino também sente que tudo o que ele estudou no fim não serviu para nada, já que conseguiu cumprir seu objetivo sem usar nenhuma das coisas que aprendeu. Mas é aconselhado por Yoyo que, usando exemplos práticos, mostrou que ganhar conhecimento nunca é em vão e que aprender uma coisa leva a querer saber de mais outra. E tudo o que foi visto pode ter utilidades bastante inesperadas.
Um dos temas da série. |
Foi o que ele viu na luta contra Battamonda, que enviou um Ranborg, desta vez voador também, como o que Tsubasa enfrentou em sua primeira transformação. Ao estudar sobre aerodinâmica, Tsubasa adquiriu conhecimento sobre os ventos e soube como usá-los ao seu favor, com isso indo até mais alto do que ele poderia só com o poder Precure.
Take me Higher! Além do ceú chuvoso! |
Com isso ele agora é como a Mashiro do começo, que não tem um sonho. Mas busca um, com positividade. Essa troca de papéis foi bem interessante e um ponto que a série ganha por abordar dois aspectos do assunto de "Sonhos". Mais ou menos como na versão em romance literário de Smile Precure!, com Miyuki e Yayoi.
A Menina que queria ser Herói
Nesse meio tempo, Sora também está se desenvolvendo e vemos cada vez mais e mais facetas da personagem.
Como dito em matérias anteriores, o grande objetivo de Sora é o de ser Herói, como a Capitã Shalala. Isso pode ser visto em sua forma Cure. E para isso treinou arduamente desde criança obtendo um excelente condicionamento físico, sendo que ela consegue rachar uma rocha ao meio só com um soco, mesmo sem se transformar na Cure Sky. No meio do caminho ela foi anotando o que pode ser considerado os seus "mandamentos do Herói", que ela segue à risca.
O original foi rasgado por Kabaton, mas Mashiro logo conseguiu um novo na Pretty Holic. |
Sora, ainda por cima, é bem-apessoada, educada, tratando as pessoas com respeito, ou seja, uma "boa menina", "certinha" até demais. Ela valoriza honra e deveres e tem senso de gratidão. Tanto que faz de tudo para retribuir o favor feito por Yoyo e Mashiro de se hospedar na casa delas, ajudando nas tarefas domésticas.
Porém, Sora às vezes se deixa levar pelas emoções e por seu zelo pela missão, levantando a voz. Mas logo cai em si e pede desculpas pelo que fez. Sendo assim, a aspirante a Herói ainda é imatura, como ela mesma diz a si mesma quando sente que falhou em alguma coisa.
Essa boa educação se reflete em seu jeito de falar, altamente polido no original em japonês. E ela usa essa formalidade mesmo diante de amigos, sempre chamando-as pelo nome, com o sufixo "-san" (algo como "Sr.", "Srª", "Srtª"), inclusive Mashiro, com quem ela tem bastante intimidade. É diferente de algumas séries Precure em que esse sufixo e mesmo o "-chan" é dispensado quando duas Cures ficam mais próximas, chamando uma a outra só pelo nome ao invés do sobrenome, e dependendo da caracterização.
Só que quando tomada por uma enorme fúria, como quando perdeu a Capitã Shalala na invasão de Battamonda, Sora perde a compostura e deixa os aspectos formais de lado, usando o imperativo sem terminar os verbos com "-kudasai" ("por favor") ou terminando de forma mais suavizada (ex: usa "ugokuna!", ao invés de "ugokanaide!" ao dizer para parar).
Isso contribui bastante para a caracterização de Sora e também para dar mais dramaticidade em algumas cenas, mas não há um meio de se traduzir isso. E acredito que colocá-la falando como um cavaleiro medieval ou como um asgardiano (usando algo como "tu és" ou "vós sois") não funcionaria, pois ela fala de forma polida porém sem ser arcaica.
Deixando de lado a postura formal nesta cena, para mostrar o quanto Sora está furiosa. |
Por outro lado, Sora está longe de ser inteligente como as outras Cures de azul. De fato, Ela tem vários momentos cômicos e isso não é só devido ao fato de ser de um mundo diferente do nosso. A aspirante a Herói gostou muito da comida daqui (especialmente se for feita por Mashiro) e fala disso em várias ocasiões.
Herói que se preza come Curry, uma iguaria que conquistou até seres de outro planeta, como o Ultraman Mebius. |
O que é Herói?
Um ponto que tenho gostado no desenho é que ele é fiel ao tema de "Herói" e mostra o que é preciso para se ser um, ao mesmo tempo em que questiona alguns aspectos do conceito.
Um deles é a de que "o Herói luta sempre sozinho". No começo Sora fica presa a essa ideia, visto que treinou sozinha desde a infância. E quando Mashiro se tornou Precure, temeu por sua segurança, chegando até mesmo a destratá-la.
A composição de cena é ótima, com as duas separadas pela rua com o farol vermelho. Como que representando o que Sora sente, impedindo Mashiro de ir com ela. |
Mas isso é coisa do passado... ou não. Pelo menos desde o primeiro Ultraman, o Gigante de Luz sempre teve a ajuda da Patrulha Científica, sendo que houve muitas vezes em que o Herói teria perdido a luta se não fosse por eles. E mesmo o primeiro Kamen Rider tinha a ajuda de amigos valiosos como Toube Tachibana e mais tarde Kazuya Taki e o segundo Kamen Rider.
Nos tempos atuais isso tem ficado mais forte, de um Herói não precisar enfrentar sozinho uma ameaça que ele não pode vencer só com sua própria força. A diversidade de visões e de habilidades é o que leva à vitória. Mais do que isso, agora tem gente que também se preocupa com o Herói, teme por sua segurança e quer o seu bem estar.
Uma composição de cena parecida, desta vez com um abismo entre as duas. Mas que dá para pular por cima. |
Quando Sora volta a Skyland e se junta à Guarda Índigo, ela enfrenta um de seus membros, Beryberie, que duvida de sua capacidade e a desafia para um duelo. Porém Sora vence, dizendo a ela que conseguiu por estar certa e Beryberie errada.
A Capitã Shalala então a ensina que realmente um Herói deve fazer o que é certo. Mas que algumas vezes isso não é um conceito absoluto e nunca se deve deixar de pensar se o que está sendo feito é certo ou não, o que é bem difícil. Nisso Sora cai em si e vai se desculpar com Beryberie.
O que é certo e o que é errado? São conceitos absolutos? Nunca deixar de pensar é um ensinamento que existe desde os tempos antigos. |
No episódio em que Ageha vai ter aulas práticas em um jardim da infância, ela se encontra com um menino, Takeru, que foi salvo por Cure Wing e desde então almeja ser um Herói também. Só que Takeru se vale de violência para provar que está certo, agredindo coleguinhas que fazem alguma coisa errada aos seus olhos. Aqui se vê o que pode acontecer se não for ensinado direito o que significa ser Herói. Uma preocupação que já existia há bastante tempo em programas de Super Heróis.
É Ageha quem mostra com seu exemplo o que é ser Herói, arriscando a vida para salvar Takeru de um Ranborg mesmo sem ter superpoderes. E diz o que é o mais importante para um Herói. O que significa ser o mais forte.
Isso foi dito uma vez por Gai Kurenai, o Ultraman Orb, em um show. |
Sora e Mashiro ainda mostram que ser Herói não é necessariamente derrotar um inimigo, mas ajudar as pessoas. Como quando elas se transformaram para levar uma senhora, vinda de Osaka, para o aeroporto a fim de que ela pudesse chegar a tempo de se despedir da família de seu filho, que estava se mudando para o exterior. E também é uma oportunidade delas terem mais certeza do que uma sente pela outra e de encarar a possibilidade delas terem de se separar um dia.
E se existem pessoas comuns no meio, as Cures dão maior prioridade à evacuação delas antes de enfrentar o Ranborg, se esquivando de seus ataques primeiro até ver que todos fugiram, para só então revidarem com força total. Porque danos causados ao terreno e a construções são magicamente reparados, mas não se sabe se isso acontece com pessoas e pelo visto elas não estão dispostas a arriscar.
Mesmo com o desdém do inimigo, que não entende o que elas realmente priorizam. |
A Prova do Herói
E agora, Sora passou pela sua maior provação para ser um Herói de verdade.
Como último recurso, Battamonda usou a Capitã Shalala como material para construir um Ranborg. E o pior: purificar o monstro não a libertaria, pelo contrário. O vilão encontrou a Capitã Shalala derrubada pelo ataque do Ranborg que ele criou para explodir Skyland. Ela estava à beira da morte, então Battamonda injetou energia Subtereg em seu corpo para mantê-la viva, dependente dessa energia. Caso as Cures purifiquem o "Shalalaborg", a capitã dentro dele morrerá.
Nessa, Sora se encontra diante de uma situação altamente desesperadora. Isso quebra seu espírito de luta, de modo que ela fica totalmente indefesa, sem saber o que fazer, chamando pela ajuda de Mashiro, mesmo em sua forma Cure.
E Battamonda revela o porquê de fazer isso: quando ele foi forçado a se retirar ao ter medo diante da fúria de Sora no ataque a Skyland, isso abalou seu orgulho e seu enorme ego. Por esse motivo ele quis se vingar e vendo bem agora, em todas as suas aparições no Mundo dos Humanos, o vilão não tentava raptar a Princesa Ellee, que é o intento original do Império Subtereg, mas sim derrotar as Cures que o humilharam.
Assim Sora finalmente encara um inimigo realmente mau, algo que um Herói tem que enfrentar um dia. Alguém com má intenção que visa prejudicá-la, destruir o que ela tem de mais importante da forma mais desumana possível. Tudo isso só por rixa pessoal e não por seguir ordens como Kabaton. E olhando de camarote ao invés de lutar ele mesmo, atestando sua covardia. Nesse aspecto Battamonda também é totalmente diferente do vilão anterior, que ao menos desafiou sua oponente para um duelo de um contra um, ainda que quebrando suas próprias regras no final.
Como, se você não tem coração? |
Ageha arma uma estratégia, porém Sora tem medo demais de tentar e falhar e não consegue confiar nesse plano dado por suas amigas. Nisso, sua Caneta Miragem se desintegra e seu Sky Tone perde seus poderes, fazendo com que Sora não consiga mais se transformar na Cure Sky.
É Hora de ser Herói!
Desiludida consigo mesma ao ver que não consegue ser um Herói, Sora volta para sua casa em Skyland e é recebida por sua família. Seu pai, Cid, a leva para o lago onde ela fez sua decisão de ser Herói ao fazer um pedido às estrelas, em que ela relembra do porquê disso. E dá a sua filha tempo para refletir e chorar, respeitando seus sentimentos.
Battamonda manda o Shalalaborg mais uma vez, agora para destruir o que Sora tem de precioso: seus amigos e a cidade Sorashido. Mashiro parte com Tsubasa e Ageha para impedir isso e resgatar a Capitã Shalala. Mas antes pede a Yoyo que entregue uma carta a Sora.
Nela, Mashiro não a exorta Sora a voltar. Pelo contrário, mostra compreensão com o que sua amiga sente e não nega isso, desejando apenas seu bem estar, mesmo que não volte. Tudo o que foi construído desde o primeiro episódio até então passa pela cabeça de Sora, que após externar seus medos, sua tristeza, a sua decepção consigo mesma e o que ela realmente quer fazer, decide retomar seu sonho.
Sora recupera seus poderes para salvar seus amigos, em especial Mashiro que ainda a chama de Herói e é o que ela sempre será.
Eu posso não ser. Mas se você me chama assim... |
... então eu serei o seu Herói. Sempre! |
O plano de Ageha no fim dá certo e a Capitã Shalala é salva. Quanto a Battamonda, como ele mesmo não tinha nenhuma força, é deixado de lado, totalmente humilhado e desta vez sem nenhum jeito de reagir, já que sua última cartada falhou. A derrota total e completa, sendo desprezado por Sora, que agora tem confiança para rebater qualquer maldade que venha, é a punição adequada para alguém com um ego tão grande.
Vendo bem, este foi mais um episódio que falou de sonhos, como os anteriores, com Mashiro e Tsubasa, desta vez mostrando o que acontece quando ele é destruído. Como diz o pai de Sora, um homem sábio, o sonho não vem só uma vez. Ele pode ser retomado várias vezes.
Uma curiosidade é que o jeito que Mashiro salvou Sora é bem parecido com o que outra personagem interpretada por Ai Kakuma, Rabirin, fez por Nodoka/Cure Grace em Healin' Good. Deixando para que sua amiga encarasse seus sentimentos verdadeiros para então tomar uma decisão tirando suas próprias conclusões. E sempre ficando do seu lado, não importa qual seja essa decisão.
Foi com esse espírito que Mashiro encarou Battamonda. E venceu. |
O Vigésimo Ano
Uma coisa que não foi esquecida foi o 20º Ano das séries Precure e isso é mostrado na série de TV, sendo que as Cures principais da séries anteriores fazem pequenas participações pouco antes do encerramento em novos modelos de CG. Felizmente isso não foi cortado na exibição da Crunchyroll e mesmo as Cures que foram adaptadas como GLITTER FORCE na Netflix puderam aparecer.
Miyuki aparece como a Cure Happy e não como a Glitter Lucky. |
Também existem outros projetos em andamento como a minissérie キボウノチカラ~オトナプリキュア'23 (Kibou no Chikara~Otona PRECURE' 23, algo como "O Poder da Esperança~Precure Adultas'23"), que será exibida na NHK a partir de outubro de 2023 no Japão, tendo como protagonista Nozomi/Cure Dream, de Yes! Precure 5, já adulta. Além dela foi revelada a participação de Rin/Cure Rouge, também de Yes! 5, que não poderia faltar. A grande surpresa é a presença de Saki/Cure Bloom/Cure Bright e Mai/Cure Egret/Cure Windy, de Splash☆Star! Todas interpretadas pelas atrizes originais.
A série será dirigida por Takayuki Hamana, que fez seu nome com The Prince of Tennis e também trabalhou em Arte. A Composição de Série ficará por conta de Yoshimi Narita, que exerceu a mesma função nas três séries em que essas personagens aparecem (em Splash☆Star foi no percurso).
Atsuko Nakajima é a Desenhista de Personagens, veterana no ramo que trabalhou em clássicos como Ranma 1/2, You're Under Arrest, GetBackers e mais recentemente em Sakamoto Desu ga?, Hatsukoi Monster e Hakuouki. Ou seja, alguém com habilidade em transpor personagens de obras de outras mídias para desenho animado. Toshie Kawamura e Akira Inagami constam como os desenhistas originais das personagens. Seria interessante se incluíssem Masayuki Sato, o que indicaria a participação de personagens de Happiness Charge!, também trabalho de Narita, mas ele não figura nos créditos.
A minissérie será voltada para o público adulto, porém ainda não foi divulgada a história e se virão mais personagens. O site oficial está no ar, com algumas informações (em japonês), assim como o trailer no Canal Oficial no YouTube.
E a grande cereja do bolo será o especial de cinema Precure All Stars F, programado estrear nos cinemas japoneses em 15/09/2023.
A direção ficará por conta de Yuuta Tanaka e o roteiro será de Jin Tanaka, a mesma dobradinha de Go! Princess Precure e do fabuloso especial de cinema de Star☆Twinkle Precure. O Diretor de Animação e desenhista dos personagens originais do filme será Nishiki Itaoka, que já firmou sua posição na Toei Animation e é conhecido por seus trabalhos cheios de movimento. Sendo assim dá para esperar bastante coisa.
Só que diferente de All Stars Memories, em que anunciaram que todas as atrizes participariam, em F foram confirmadas as presenças de poucas atrizes das séries anteriores. Entre elas estão Hana Hishikawa (Nagomi/Cure Precious) e Ai Kayano (Amane/Cure Finale) de Delicious Party, Fairouz Ai (Manatsu/Cure Summer) e Rina Hidaka (Laura/Cure La Mer) de Tropical-Rouge!, Aoi Yuuki (Nodoka/Cure Grace), Suzuko Mimori (Asumi/Cure Earth) e Haruka Shiraishi (Rate) de Healin' Good, Rina Hon'izumi (Saaya/Cure Ange) de HUGtto!, Konomi Ohara (Lala/Cure Milky) de Star☆Twinkle, Saki Fujita (Yukari/Cure Macaron) de PreALa, Saori Hayami (Ha-chan/Cure Felicity) de Maho Girls!, e Yuu Shimamura (Haruka/Cure Flora) de Go! Princess. Todas serão divididas em times, tendo como líder(?) cada membro das Soaring Sky.
Nodoka estará no time de Mashiro, junto com Rabirin. Uma situação que eu sempre quis ver. |
Existem novos personagens como a Prem/Cure Suprem e o que parece ser seu (sua?) Mascote, Puhka. Ainda não foi divulgado quem irá interpretar. A canção-tema うれしくて (ureshikute, algo como "estou tão contente") será interpretada pelo grupo Ikimonogakari. E a abertura, For "F" será cantada por Ami Ishii e Machico.
Ainda não se sabe o que significa o "F" do título. Uma teoria é "Forever", um trocadilho com o título da canção de abertura. Outra seria 復活 (fukkatsu, "ressureição"), que é o nome das Luzes Milagrosas, que retornam mais uma vez. E no final do trailer está escrito bem grande a palavra 繋がる (tsunagaru, "conectar").
O site oficial já está no ar com várias informações (em japonês), assim como o trailer no Canal Oficial no YouTube.
Foi anunciado ainda um musical chamado Dancing☆Star Precure, em que todos os membros são homens, programado para estrear no teatro, no outono de 2023, no Japão.
O desenho de personagens e dos trajes é de Toshie Kawamura, de Yes! 5 (e GoGo), Smile! e HUGtto!. Desnecessário dizer que isso gerou certa controvérsia, especialmente entre os fãs masculinos, assim como o fato de ser voltado ao público adulto e o de que menores não poderiam entrar no teatro para assistir. Mas o produtor Takashi Washio, considerado o "Pai de Precure", conta que é porque as séries Precure surgiram para quebrar conceitos preestabelecidos, e assim desbravar novas fronteiras apresentando sempre novas possibilidades.
O site oficial está no ar, com mais informações (em japonês).
Algo que pessoalmente acho digno de nota é que o elenco conta com a presença de Raiga Terasaka, o Kengo/Ultraman Trigger como o Cure Kagura. Ia ser legal se chamassem o Atsuki Mashiko e o Hideya Tawada, que têm experiência não só com séries de Super Heróis, como também com teatro nas versões em musical de The Prince of Tennis.
De Ultraman para Precure, um feito notável para um ator masculino.
O personagem aparenta ter uma personalidade oposta a do Kengo.
Outro projeto em andamento segue com o título provisório de "Maho Girls Precure! 2". Presumidamente uma continuação da série de TV, que teve boa aceitação e ainda hoje tem fãs cativos. Mas ainda não foram divulgados detalhes a não ser que será exibida em 2024 na TV Asahi, como as séries de TV regulares, porém no quadro ANiMAZiNG, exibido de madrugada, e já foi dito que será voltado ao público adulto, como Otona Precure. Estão previstos 12 episódios.
Muitas séries desse quadro passam na Crunchyroll (ex: The Great Jahy Will Not be Defeated, Miss KUROITSU from the Monster Development Department etc.), então quem sabe...?
E assim, Maho Girls! ganha mais uma série derivada. Tem muitas mais além das que estão na foto. |
A Jornada Continua
A série está quase em sua metade e felizmente não ocorreu nenhum acidente de percurso e com isso aparentemente as coisas estão indo como o planejado. Cada personagem teve bastante tempo para ser apresentado e desenvolvido, assim como as relações entre eles.
Mas existem algumas perguntas que ainda não foram respondidas. Segundo Yoyo, tempestades
fortes em Skyland fazem abrir portais para o mundo dos humanos,
porém somente na cidade Sorashido. Tanto que é assim que
algumas vezes caem Joias do Céu e até mesmo habitantes de
Skyland por elas.
Mas qual seria o motivo? Por que somente lá? Desde quando isso acontece? Como Yoyo
veio há cinquenta anos, seria pelo menos desde essa
época. E ainda, o personagem-símbolo da gincana do episódio 11 se parece com um
Pássaro Puni. Será que existem outros habitantes de
Skyland morando incógnitos em Sorashido?
Felizmente agora ficou mais fácil trafegar entre os dois mundos, sendo que Sora e seus amigos trouxeram várias Joias Azuis quando elas foram para Skyland pela primeira vez.
Isso deve dar. Mais incrível é saber que essas pedras podem ser compradas em liquidações em Skyland. |
Uma novidade é que Ageha, que faria parte da formação inicial do grupo, só se tornou Precure no episódio 18, em que normalmente apareceria uma Guerreira Adicional. E ainda por cima trazendo um item individual, um "novo brinquedo". Sendo assim seria natural pensar que ela já é a Adicional.
Mas foi anunciada a linha Cutie Figure de Soaring Sky! em que há uma "Personagem A" que não foi revelada. No novo encerramento aparecem cinco rastros de luz, ao invés de quatro, e existe o que parece ser um espaço vago no palco em que as Cures dançam. Talvez venha mais alguém por aí, mas quem seria ela (ou ele)?
O novo encerramento. Começa com um tom um tanto melancólico, mas depois ganha um quê de City Pop.
E o que será de Battamonda, agora que seu plano final fracassou? Na luta com Kabaton, Sora acaba salvando-o de ser executado. Ela mesma não sabe por que fez isso e apenas agiu por impulso, pois não achava certo abandonar alguém que estava em apuros. Mas como será com Battamonda? Houve muitas cenas com Kabaton experimentando as coisas do Mundo dos Humanos, inclusive fazendo amizade com um, o dono da barraca de Oden. Já com Battamonda não há nenhuma cena assim. Como Sora reagirá caso o vilão encare a mesma situação que seu antecessor?
Kabaton na barraca de Oden, o lugar onde se cria vínculos. E ele passou a ter um com o Mundo dos Humanos. |
No próximo episódio, pelo visto será revelado o segredo de Ellee e com isso talvez possa se saber o real motivo do Império Subtereg querer raptá-la.
E até lá...
Nada muito importante, mas parece não haver um consenso sobre como traduzir o título da série/nome do time. Mesmo assim acredito que seja para mostrar as várias interpretações possíveis.
Se ainda contar que o título do desenho ficou como "Soaring Sky! Pretty Cure"...
Traduzir isso aqui é muito pior que "Suletta Wasuretta".
Explicando um pouco, trata-se um jogo de palavras com "tanuki" (tipo de guaxinim japonês), sendo que "nuki" pode ser traduzido como "tirar". Daí é tirar as sílabas "ta" da frase para decifrar o enigma. É praticamente impossível traduzir isso de modo que a fala fique natural.
A versão em espanhol tentou dar um jeito, mas... A resposta ficaria "Pista Deportiva".
Obs.: neste blog não se fala de "leaks" e nem se comenta sobre eles.
Escritora ao dispor e como é bom falar isso: "Hirogaru Sky! Precure" tem sido uma boa temporada de Precure. Não que a franquia tenha ficado ruim nem nada, apenas que precisava respirar ares novos sem perder sua identidade própria. Depois de uma temporada mediana e chata que foi "Delicious Party Precure", que sim, vi inteira e que foi uma experiência bem similar com "Avataro Sentai Donbrothers": assim, pra mim, ambas foram séries que senti que faltava algo, mesmo ciente do andamento e ideias propostas de cada uma. E admito, não recomendo nenhuma delas e olha que mesmo tendo visto certas temporadas de Precure e Super Sentai, falar assim é raro, então, é uma questão mais minha do que das produções. Respeito quem gostou delas.
ResponderExcluirSaindo do tom agridoce, esta temporada de Precure tem feito muito bem o papel de casa; tem sua personalidade, elenco de personagens bem colocados e uma narrativa contínua que faz querer esperar pelo próximo episódio. Se em Delicious ficava deixando pra ver por último ou no outro dia, Hirogaru assisto antes de outros animes dominicais, sim, porque vejo todo domingo. A volta do Washio e de uma maior atenção da produção estão ajudando a dar uma boa imagem pra série, porque esta franquia mahou shoujo merece. As legendas desta matéria pontuaram muita coisa da Franquia Ultra e só de curiosidade: amei "Ultraman Decker", entrou na minha lista de séries Ultra favoritas e o primeiro episódio de "Ultraman Blazar" foi peculiar, senti vibe de "Shin Ultraman" no meio; fora que a minissérie do Regulos está muito bem.
Enfim, curtindo muito a temporada atual de Precure e espero que continuem mantendo o bom ritmo. Tudo de bom pra você e até a próxima!!!
Obrigado, Escritora!
ExcluirHirogaru tem se mostrado uma boa série, que se mantém fiel ao seu tema. E tem uma narrativa que prende o espectador de modo que queiramos ver mais.
Dá para fazer vários paralelos com outras séries de Super Heróis. E em alguns pontos, não consigo deixar de pensar que a equipe de Hirogaru viu Don Brothers. Por que será que tinha que ser justo Oden e não lamen ou outra comida de rua?
Opa, mais um ótimo texto!
ResponderExcluirJá é meu quinto ano acompanhando PreCure (e vendo as séries anteriores) e já alcancei 13 séries assistidas por completo, Fresh tá sendo uma experiência muita acima do que eu esperava, eu tinha um pré-conceito por conta dos visuais das meninas não serem do meu agrado, e continuam não sendo meus favoritos, mas as personalidades delas, e o senso de humor besta me pegaram demais, a trama tambem tem seus toques muitíssimos bem bolados (adorei o episódio 12 que tem um ótimo storyboard e animação, a trama sobre perucas para pets definitivamente é um conceito estranho rs).
Já Hirogaru Sky desde seus primeiros minutos me fisgou com toda força, a dinâmica de personagens, a direção de arte, o roteiro enxuto e bem humorado tem feito meus domingos muito felizes.
A entrada de um PreCure garoto deu um quê diferenciado que tenho curtido, e espero que não só isso volte a aparecer, como tambem PreCures de outras nacionalidades e/ou etnias.
Tokusatsu no geral estou um pouco mais lento rs, tô uns 10 episódios de Geats e King-Ohger devendo a assistida, e venho acompanhando Ultraman Blazer e Kamen Rider Kuuga e V3, todos muito bons, sem tirar nem por.
Oh é claro Kamen Rider Black Sun, Shin Kamen Rider, Shin Gojira e Shin Ultraman, foram o ápice no quesito apresentar algo curto e impactante.
Ano passado foi muito gratificante acompanhar Revice e DonBrothers, a trama do Momoi Taro é o meu Super Sentai favorito e vai ser difícil algum tirá-lo do caminho, Gorenger foi uma experiência excelente mas, tinha outra vibe.
Enfim, assistir e falar de heróis japoneses é sempre bom né? Aé a próxima!
Esqueci de comentar sobre, mas tô muito ansioso pelas sequências de PreCure Yes 5 e Mahotsukai, espero que um dia, meu amado HeartCatch ganhe um mimo desses alem do recente filme (que ainda não vi por sinal!).
ResponderExcluirE outra, eu não tinha ideia dessa peça de teatro com um quinteto de Boys Magia (literalmente rs), que venham mais formas de se apreciar a franquia!
PS. sou só eu vendo coisas ou, desses rapazes o Cure Amarelo é A CARA do Wakamiya Henri, o Cure Infini de HUGtto!?
Obrigado, André!
ExcluirFresh tem uma boa composição de série e acho uma das melhores. E o episódio 23 em especial tem uma das maiores lutas da História das séries Precure. E o que vem depois, então... Gostei bastante do filme também.
Hirogaru Sky também tem uma composição de série competente, mostrando o que eles querem mostrar, passando uma mensagem. As interações das personagens brilham e nunca vi um time tão integrado assim desde Healin' Good.
Tsubasa ficou tão bem incorporado ao time que até dá para esquecer que ele é o primeiro menino titular da série. Mais ou menos como dá para esquecer que o Kijino foi o primeiro homem de rosa de Super Sentai, em Don Brothers. Nessas fica provado que o mais importante é a caracterização. Fazer o personagem ser interessante.
E é verdade. O amarelo de Dancing☆Star se parece com o Henri. Em parte talvez pela desenhista ser a mesma de HUGtto!. Fiquei tão focado no Terasaka que nem tinha percebido.
A safra de séries e filmes está muito boa, tanto em Anime quanto em Tokusatsu. Godzilla -1.0 promete bastante. Blazar tenho curtido bastante, assim como King-Ohger que está bem intrigante, tocando em temas que podem ser aplicados à vida real.
Espero poder ver Otona Precure, que também promete bastante. Para isso estou revendo Splash☆Star e fiquei impressionado com o primeiro episódio que é muito bem construído, completo. Os cenários também são bonitos e esse não perdeu nada, mesmo depois de passados tantos anos. A música é outro ponto que impressiona. Acho que é uma das minhas trilhas sonoras favoritas, junto com Healin' Good.
Até mais!
Sobre o Ranger Rosa e o garoto Cure assino embaixo, o que importa é ter bons personagens, até entendo o pessoal não curtir o Kijino pelos seus atos bem questionáveis, mas justamente por isso é um dos meus favoritos da série. Tsubasa tem se mostrado um baita personagem que nem rouba a cena das meninas, como tambem não fica apagado.
ExcluirSobre Splash Star, é uma das minhas séries mais marcantes, fiquei impressionado com a qualidade das trilhas, lutas e a trama em si, tudo muito bom, até como o nível de violência é um tanto acentuado, sobrando principalmente pras fadas que sofrem pacas. Tô curioso pra saber qual vai ser a dinâmica delas com as meninas do Yes 5.
Grande momento pra ser fã de tokusatsu, até sinto pena de quem "depende" de Marvel e DC pra se divertir com gente colorida com super-poderes.
A parte do menino batendo nos coleguinhas pra mostrar que é um herói me lembrou uma cena de Kamen Rider Kuuga, no episódio que ele alcança a Forma Titã (a roxa). E a Ageha provavelmente teve aulas com os Fiveman
ResponderExcluirObrigado, Luis "Duff" Paulo!
ExcluirNessa a gente vê que tem coisas que não mudam com os tempos. Que tem algo que é passado, mas que com o tempo perdemos de vista.
Talvez a professora da Ageha tenha trabalhado com os Fiveman. Ou ela mesma foi a instrutora de algum deles na faculdade. A Ageha tem um pouco da Remi.