S.H. Figuarts Pegasus Kouga

Saudações.

Desta vez vou falar da versão S.H. Figuarts de Kouga de Pégaso, o protagonista do desenho animado Saint Seiya Omega, feita pela Bandai.

1. Informações
2. Modelagem
3. Articulações
4. Acessórios
5. Ação



1. Informações

Muitos anos se passaram depois dos eventos de Saint Seiya. Saori Kido assumiu seu posto como Atena, a deusa guardiã da Terra e Seiya, o herói das guerras anteriores ascendeu ao posto de Cavaleiro de Ouro de Sagitário. Eles cuidam de um bebê, chamado Kouga, mas são atacados por um antigo inimigo, Mars, que veio para buscar o menino. Seiya se interpõe e em um embate de forças, desaparece junto com o vilão.

Os anos se passam e Kouga recebe treinamento para ser Cavaleiro, administrado por Shina. Mas não consegue despertar seu Cosmo, embora mostre um grande potencial. Nisso, Mars retorna e leva Saori, que deixa um cristal, a Cloth Stone com Kouga, que contém a Armadura de Pégaso.

Com o intuito de salvar Saori, Kouga parte em viagem, mas antes deve aprender a usar o Cosmo. Para isso, ele se dirige a Palaestra, um lugar onde são treinados os novos Cavaleiros.

Kouga foi interpretado por Hikaru Midorikawa, ator que teve bastante participação nos anos 1990 interpretando vários personagens principais em desenhos animados e jogos. Recentemente ele foi o Sakamoto em Sakamoto desu ga? (resenha dos quadrinhos e do desenho animado).

 

Saint Seiya Omega foi exibido no Japão em 2012, produzido pela Toei Animation tendo como base o desenho animado de 1987. O "Omega" do título foi colocado com o significado de "continuação", "apogeu" e foi feito para ser a sequência da série animada clássica (não da história em quadrinhos). O criador original, Masami Kurumada, teve pouca participação na produção e se limitou apenas a pedir que um dos personagens principais fosse uma mulher. Mesmo assim ele dava opiniões e rejeitou uma versão preliminar, bem calcada no original, dizendo que a equipe deveria fazer as coisas com mais liberdade.

Para o desenho dos personagens foi chamado o grande Yoshihiko Umakoshi, de Heartcatch Precure!, Ojamajo Doremi e recentemente My Hero Academia, escolhido em uma competição interna. Shingo Araki, o desenhista de personagens e diretor de animação da série clássica, também ia participar, mas acabou falecendo em 2011 pouco antes do desenho começar. Algumas cenas do primeiro episódio e da abertura que ele deixou foram seus trabalhos póstumos.

A composição da série ficou por conta de Reiko Yoshida, que teve em sua equipe Akatsuki Yamatoya e Michiko Yokote, de Gintama, assim como Isao Murayama, das séries Precure All Stars DX e Makoto Koyama, filho de Takao Koyama, um dos compositores da série clássica que é um dos maiores nomes no ramo. Para interpretar Seiya, foi chamado o ator original, Tohru Furuya e para Saori foi convidada a cantora multitalento Shoko Nakagawa, conhecida por ser aficionada na cultura otaku e por ser fã confessa da série (seu personagem favorito é o Shaka de Virgem).

Ainda, foi implementado o conceito de Elementos, em que cada Cavaleiro controlaria um. Eles seriam Fogo, Água, Vento, Terra, Raio e mais dois polares superiores, a Luz e as Trevas. Cada Elemento teria vantagem sobre outro, formando uma cadeia de forças, semelhante ao 陰陽五行 (Onmyou Gogyou), que também foi usado em Ushio to Tora. Mas no final, seria o Cosmo que determinaria quem é mais forte.

A série não teve boa aceitação por parte dos fãs antigos, que não conseguiram se adaptar aos novos designs e conceitos. Houve uma tentativa de se fazer uma segunda temporada com outra equipe, desta vez com Tatsuya Nagamine na direção (mais tarde em conjunto com Kouhei Kureta) e Yoshimi Narita na composição de série, sendo que Yuji Kobayashi também se juntou à equipe de roteiristas. Foram trazidos conceitos antigos de volta e a participação dos personagens da série clássica aumentou. Os personagens foram redesenhados por Keiichi Ichikawa, da Araki Production, com armaduras mais metálicas, mas isso não foi o suficiente para conseguir popularidade, o que motivou o cancelamento de várias linhas de produtos relacionados. 

O conteúdo da caixa. Só vem com peças de expressão e mãos intercambiáveis, pois os Cavaleiros de Atena usam apenas seu próprio corpo para lutar, sem armas.

Obs.: Correntes, maças, garras venenosas, discos, chicotes, arco e flechas são apenas adornos das armaduras e por isso não são considerados "armas". O mesmo pode ser dito de arremessar o escudo de Dragão como um disco cortante e as Saint Cards e as penas de Fênix como dardos.😉

2. Modelagem

Visão de corpo inteiro. É o desenho tirado da tela, considerando apenas a modelagem. Bem fiel ao estilo de Yoshihiko Umakoshi, com linhas estilizadas, tendo em mente que o personagem vai ser animado. Por isso, o visual é bem sóbrio, sem detalhes excessivos para que possam ser feitos mais fotogramas, garantindo fluidez na animação.

Close da cabeça. A representação é muito boa, porém a pintura não é uniforme, sendo que o rosto tem um tom e textura diferentes do pescoço. 

Close do rosto. A expressão que vem de fábrica é neutra. A pintura do rosto faz com que ele seja vulnerável a marcas.

A segunda expressão é de raiva, com os dentes cerrados. 

A terceira expressão é ideal para lutas. 

Está incluída outra franja para representar o personagem sem a máscara. A peça com as asas deve ser removida nessa hora.
Em Saint Seiya, a peça da cabeça é sempre chamada de "máscara" mesmo se parecendo um capacete ou uma tiara. 

Ficaria assim. A linha divisória chama um pouco a atenção, mas só se vista de trás. 

A máscara tem vários elementos da antiga versão da armadura de Pégaso. 

A placa peitoral. É feito uso extensivo de pintura perolada. O formato é mais fiel à denominação original das vestimentas dos Cavaleiros de Atena, que seria "Cloth" ("roupa" em inglês). 

O pescoço é detalhado, com traqueia. Nos lados da gola existem tampografias dos símbolos de Pégaso. 

As ombreiras são feitas de material maleável, com cortes em determinados locais para não interferir no movimento dos ombros.

Apesar de se parecer com um traje, a placa peitoral tem arestas que lhe dão um aspecto rígido, mostrando que se trata mesmo de uma armadura. O enorme cristal do centro chama a atenção. 

Nos cotovelos e joelhos também estão presentes os detalhes feitos de material transparente. Eles seriam partes da Cloth Stone, o cristal usado para guardar as armaduras. 

A peça do ombro não é pintada e a coloração tem uma tonalidade diferente, destoante do braço. 

No dorso da luva existem protetores para as falanges.



O cinto é uma peça separada do corpo. Existe um tapa-buraco no quadril que serviria para ocultar o parafuso que prende as peças. Isso era bastante comum nas S.H. Figuarts da época, mas esteticamente não ficava muito bom e o projeto foi revisto nos modelos subsequentes.

Os pés são pontiagudos, com adornos no formato de asas, como nas versões anteriores da armadura. 

3. Articulações

A mobilidade do pescoço é surpreendente, mesmo com a gola, que não interfere tanto quanto parece. Mesmo assim é preciso tomar um pouco de cuidado, caso contrário o pescoço pode acabar se soltando do corpo. 

O cabelo tem uma articulação em dobradiça, que não ficou muito bonita. Mas é funcional. 

O ombro consegue se erguer bem e a ombreira não interfere. 

O mecanismo permite ajustes sensíveis.


Por outro lado, o fechamento para baixo não é muito bom, chegando só até o ponto mostrado na foto.

O antebraço pode ser girado. 

O cotovelo se dobra só até pouco mais de 90 graus. 

Os pulsos têm boa mobilidade. 

A flexibilidade do tronco é excelente, embora sofra interferência da placa peitoral ao se curvar para a frente. 

A abertura das pernas é quase total. 

O sistema de articulação das pernas é decente. 

Os tornozelos possuem articulações multidirecionais suaves, que permitem uma boa área de contato com o chão. 

4. Acessórios

Os únicos acessórios incluídos são mãos intercambiáveis. E um par delas é especial para as poses mais características do personagem. 

5. Ação

Mars rapta Saori e Kouga tenta salvá-la, mas é impedido por uma barreira de fogo.

Ele a golpeia, mas só consegue se queimar.

Mesmo assim, Kouga não desiste e nessa hora...

A Cloth Stone dada por Saori reage ao seu espírito de luta.

Kouga consegue a Armadura de Pégaso, que um dia foi do lendário Cavaleiro Seiya!

Ele desenha com as mãos a Constelação de Pégaso...

- PEGASUS!

- RYUSEIKEN!!!

...e dispara o golpe que era usado por Seiya! Mas no começo, ele não conseguia fazer isso de acordo com sua vontade.

- PEGASUS! SENKOUKEN!!!
Esse era seu golpe no início, usando seu elemento: a Luz.


Só em uma luta com seu amigo, Souma, ele conseguiu dominar a técnica.


- PEGASUS! SUISEIKEN!!!
E aos poucos ele vai aprendendo a usar os golpes de Seiya.


Quando vi essa cena pensei: "Chegou a hora!"


- PEGASUS! ROLLING CRUSH!!!


- HAAAAAA!!!


Esse é o golpe mais poderoso de Pégaso, que Kouga só aprendeu a usar na segunda temporada, quando vestia outra versão da armadura. É só que o inimigo não era o Rhadamanthys.

O sistema de articulações é muito bom. Socos, chutes e até voadoras podem ser feitas sem problemas e de forma elegante. Uma pena que a linha foi cancelada. Uma Yuna de Águia com esses chutes ficaria muito bonita.


Usando-se todas as articulações é possível fazer uma pose assim.


Outra variante do chamado "pouso de herói".

Forçando um pouco dá para fazer esta pose , como na primeira abertura.




Com as articulações do tronco e do pescoço é possível fazer estas poses de esquiva. O rosto com os dentes cerrados é útil para situações de desvantagem.



A "Corrida de Cavaleiro" fica bem elegante. Parte disso é graças ao desenho de Yoshihiko Umakoshi, que desenha seus personagens com braços e pernas compridos.


Yoshihiko Umakoshi é um artista bem versátil. Em Saint Seiya Omega, ele fez mais uso de linhas retas e pontiagudas para representar os personagens, enquanto em Heartcatch Precure! predominavam formas mais arredondadas, suaves. E ambos os visuais são adequados para ação.


Seu primeiro trabalho com animação foi na fase de Asgard da série clássica Saint Seiya. Nessa época ele era apenas um dos muitos desenhistas, muitas vezes anônimos, que faziam os fotogramas. E também foi a partir desta fase que o traço de Shingo Araki ficou mais "andrógino", com personagens esguios, com pernas, braços e tronco alongados.


O desenho acabou não fazendo muito sucesso. Por isso foram feitos poucos produtos relacionados. Para ter uma Yuna, vou ter que me contentar com esta figura em SD.


O ano de 2012 foi bem curioso na Toei. Em Kamen Rider Fourze, os inimigos eram baseados em constelações, sendo que os mais poderosos seriam os Doze Signos do Zodíaco. Em Smile Precure! as personagens usavam elementos, quase os mesmos de Omega, com exceção da Terra.


Algumas fotos sem a máscara.


- A história do Cavaleiro (Saint) Seiya não vai acabar!
Frase da última luta da segunda temporada que achei muito bem pensada.

E esta foi a apresentação da versão S.H. Figuarts do Kouga de Pégaso, feita pela Bandai. A figura tem uma modelagem excelente, um projeto muito bom, com pouquíssimas falhas, mas com uma pintura bem irregular. O desenho estilizado de Yoshihiko Umakoshi foi bem representado e agora na figura dá para ver bem que se trata mesmo de uma armadura, embora mais esguia que as versões antigas. Isso permite que o Cavaleiro de Pégaso possa usar sua maior qualidade: a agilidade. As articulações são bem flexíveis e com elas é possível fazer poses até ousadas com a figura. Só que algumas vezes o pescoço pode acabar soltando se for muito forçado e em alguns exemplares as joelheiras se desprendem. A pintura perolada da armadura é muito bonita e dá a impressão de se tratar de um material misterioso. Por outro lado, a da pele é muito irregular, com diferenças de tonalidade e até textura. Uma peça com a cor da pele do personagem com uma camada fosca resolveria, mas por alguma razão foi usada tinta para isso. No total é uma figura muito boa, que recomendo para os fãs da série. E lamento terem parado...






Estúdios da Toei Animation, 07/2012

- Oi, Kouga!

- E aí, Miyuki? Como foram as filmagens?

- Ah, foi cansativo! A gente teve que ir até o Reino do Final Infeliz resgatar a Candy que foi raptada. E lá a gente teve uma luta de morte com os Quatro Generais!

- Que dureza!

- Mas com os itens que a gente coletou, deu para chamar o Pégaso e com isso ganhamos uma nova forma e vencemos o Imperador do Mal.

- Taí. Foi bem agitado.

- E como foi com vocês, Kouga?

- Ah, sim. O Souma perdeu a carteira com o nosso dinheiro.

- Daí a gente teve que trabalhar em uma pensão à beira do mar para conseguir grana para as despesas.

- Parece divertido. Será que não arranjam um episódio assim para a gente?

- Bom, tenho que ir, Kouga. Marquei com as meninas de ir comer okonomiyaki. Tchauô!

- OK. Até mais, Miyuki.

- (É. Ser Precure é dureza. Mas, gozado. Essa história que ela filmou não tinha que ser minha?)

Obs.: na verdade existe uma diferença de uma semana entre os episódios citados acima.

Estúdios da Toei Animation, 09/2013

- Então, Kouga. Os Jikochu espalharam uma praga que ia transformar todo mundo em monstro se a gente não os derrotasse logo. Daí foi uma corrida contra o tempo, os inimigos vieram com toda a força, quase que a gente é derrotado e...

- (Ih, tô vendo que a Sra. Narita andou usando um dos nossos roteiros...)

Curiosidade: o episódio de Doki Doki! Precure descrito pela Makopi foi escrito por Yoshimi Narita, que na época também estava fazendo a composição de série da 2ª temporada de Omega.