quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Toshihiro Iijima - O Criador do Alien Baltan

 Saudações.

Desta vez vou falar do diretor Toshihiro Iijima, falecido recentemente em 17 de outubro de 2021 de pneumonia. Ele é conhecido como o criador do Alien Baltan, mas na verdade foi uma figura imprescindível para a criação das séries Ultra. 


Para isso me baseio nesta matéria de Hideo Akita e em um depoimento do próprio Iijima no livro 証言!ウルトラマン (Shougen! ULTRAMAN, algo como "Testemunho"), além de outros materiais.


Toshihiro Iijima nasceu em 3 de setembro de 1923 em Tóquio. Ele ingressou na KRT (que mais tarde se tornaria a TBS) em 1957 e se tornou diretor no setor de cinema da emissora em 1963. Como ele mesmo conta, ia "de lá para cá" fazendo os mais diversos tipos de filmes.

Um dia, Iijima recebeu uma proposta do produtor Takashi Kakoi da TBS e de um colega, o renomado diretor Hajime Tsuburaya, filho de Eiji Tsuburaya, o Grande Mago dos Efeitos Especiais do Japão. O de fazer o roteiro para o primeiro episódio de uma nova série com monstros e efeitos especiais, Ultra Q.

Desde essa época, Iijima já fazia roteiros para peças televisivas como 月曜日の男 (Getsuyoubi no Otoko, algo como "O Homem da Segunda-feira") sob o pseudônimo de Kitao Senzoku. Esse nome foi tirado do bairro Kita-Senzoku no distrito Oota em Tóquio, onde ele morava depois que se casou.

E o diretor supõe que foi chamado por ser um ano mais novo que Hajime e por isso seria "fácil de pedir". 


O Desafio

Os dois então fizeram os acertos para a história, que se chamaria ゴメスを倒せ! (GOMESS wo Taose!, "Derrote Gomess"), na qual figuraria o monstro-título. Iijima perguntou se deveria fazer uma história como a de Godzilla, mas Hajime pediu que fosse algo o mais distante possível do Rei dos Monstros. Então, Iijima teve a ideia de criar um pequeno pássaro-monstro que o derrotasse, o Litra. Como que para mostrar que o pequeno pode derrotar o grande.

E Iijima continuou a fazer episódios de Ultra Q, tanto escrevendo roteiros como dirigindo, enquanto tocava outros projetos simultaneamente. Foram poucos, mas marcantes e em um deles figurou um dos alienígenas mais representativos das séries Ultra, o Kemur.


Kemur figuraria no episódio 2020年の挑戦 (2020 nen no Chousen, "O Desafio do Ano 2020") e apesar de ser um alienígena, foi idealizado como a forma do ser humano em um futuro distante. Com um corpo já deteriorado pela velhice, mesmo tendo uma tecnologia avançada e uma economia desenvolvida, contando com transplantes de órgãos e troca de sangue. Era uma velada crítica social que ele quis colocar no episódio, pois via o Milagre Econômico Japonês e se preocupava com o futuro da Terra e da humanidade. E essas seriam as bases para sua maior criação.

Meu amigo Kemur.
Simpática pelúcia do personagem que peguei em uma máquina no Japão.


O Nascimento do Alien Baltan

Iijima também trabalhou na série subsequente, Ultraman.

O roteiro do episódio 1, que contaria como Hayata e Ultraman se encontraram, estava atrasado e nisso, Iijima teve que ir filmando outros. E ele acabou inaugurando as filmagens com o episódio 2, O Ataque dos Baltans, em que figura o icônico Alien Baltan.


Baltan seguiria os conceitos de Kemur, de um alienígena com uma civilização avançada, tanto tecnologicamente quanto economicamente. Mas que acabou tendo seu planeta destruído por uma explosão nuclear, outra coisa que Iijima via com receio. Mais uma vez, um alerta para a humanidade, ainda que colocado nas entrelinhas. Como ele mesmo diz, "um mau exemplo", "um modelo de como não se faz". Mas ainda assim a intenção não era passar uma ideia pessimista e sim mostrar que no fim a inteligência e a sabedoria humana prevaleceriam para resolver esses problemas, restabelecendo a harmonia com a Natureza.

Em tempo, "Kemur" viria de Kemuri, "fumaça" em japonês, porque o alienígena desapareceria na fumaça. Já o nome de Baltan viria da região dos Balcãs, o "barril de pólvora da Europa". Até então era dito que veio da cantora Sylvie Vartan, famosa no Japão na época e isso foi uma ideia do produtor Kakoi e do setor de publicidade, pois o significado original era muito trágico e triste. Por um tempo, Iijima alegou que tinha se esquecido, que o nome veio do nada, à noite. Que talvez tivesse vindo da canção russa Под Звездами Балканскими (Pod Zvezdami Balkanskimi, algo como "Sob as estrelas dos Balcãs").

A forma de Baltan seria baseada em uma lagosta, pois na época se acreditava que esse era um dos seres que sobreviveriam em condições em que os humanos se extinguiriam. Curiosamente Iijima conta que foi usada a fantasia do Cigarra Humana de Ultra Q, mas existem teorias de que não foi isso. Mesmo assim ele conta que o visual do alienígena tem elementos desse inseto.

O episódio está disponível no Canal Oficial da Tsuburaya no YouTube.


A Marca do Herói

E não foi só o Alien Baltan que Iijima criou. Como O Ataque dos Baltans acabou sendo o primeiro episódio a ser filmado, ele teve que começar do zero. Os conceitos do Ultraman, dos personagens e da Patrulha Científica mudavam a cada reunião, o que o forçava a mudar o roteiro constantemente. Não havia nada definido e o diretor teve que pensar em muitas coisas na hora.

Uma delas foi o ataque especial do Ultraman: o Raio Spacium. Tanto o nome quanto a pose. Segundo ele conta, no começo era para ser com o dedo, mas não tinha impacto o suficiente. Depois foi saindo do braço, com a mão em lâmina, mas assim não ficava firme o bastante o que dificultaria para desenhar o raio. Daí se teve a ideia de colocar o braço esquerdo na frente, juntando os pulsos, estabilizando a mão direita. Isso acabou formando uma cruz e muita gente depois achou que tinha um significado religioso, mas não era assim. Foi apenas uma questão prática. 


O SHUWACH! do Ultraman também foi feito nessa hora após várias discussões sobre como seria, conforme conta Akio Jissouji em seu livro, ウルトラマン誕生 (ULTRAMAN Tanjou, algo como "O Nascimento do Ultraman"). O ator Masahiro Nakazone ficou noites em claro experimentando vários gritos em um microfone, sob a observação dos diretores, até encontrar algo que tivesse efeito.

E também segundo Jissouji, foi Iijima quem criou a cena de transformação do Ultraman, filmando um boneco por cima como se estivesse ficando gigante. Uma das maiores marcas registradas das séries Ultra usada até hoje por quase todos os Heróis. E é referência para muitas outras obras.

A criação de uma cena...
... que é usada até os dias de hoje...
... e é até referência para outras séries.

Iijima gostava de filmes de samurai quando era criança e trabalhou em vários deles, antes das séries Ultra. Nessa época não havia um encarregado de coreografar as lutas e então Iijima assumia esse papel quando dirigia, usando o que aprendeu. Foi nisso que ele inventou também a pose do Anel Cortante/Ultra Slash, com movimentos característicos.


E Iijima encontrou outro percalço nas filmagens do episódio 2 quando Susumu Ishikawa, o ator que seria o Ide, teve que sair da equipe. Em seu lugar entrou Masanari Nihei (também falecido recentemente) e Iijima ficou desconcertado, pois achou que o ator era bonito demais para o papel. Mas o diretor fez arranjos para mostrar o personagem de forma cômica logo no começo do episódio e deu certo, criando mais uma das marcas de Ultraman.


Em outras palavras, foi Iijima quem desenvolveu vários conceitos e elementos que tornaram o Herói famoso. Pode-se dizer que ele foi um dos criadores do Ultraman.

Iijima participou de vários outros projetos da Tsuburaya Productions, como alguns episódios de Ultra Seven, em que surge o Alien Guts, que derrotou o Herói, assim como em 怪奇大作戦 (Kaiki Daisakusen, "Operação Mistério"). E ainda em um filme comemorativo dos dez anos da Tsuburaya, Daigoro vs. Goliath, que fala sobre a amizade das crianças com o simpático monstro Daigoro e tinha efeitos especiais caprichados para a época. Nesse filme foi tratado do tema da convivência com os monstros, algo que lhe seria útil mais tarde.

Uma cena trivial de Daigoro vs. Goliath, com a mão com o copo "saindo" da imagem projetada.

Ele se afastaria do Tokusatsu por um tempo e se tornaria presidente da Kinoshita Productions produzindo uma série de enorme sucesso chamada 金曜日の妻たちへ (Kin'youbi no Tsumatachi e, "Para as Esposas de Sexta-feira"), que fala de dramas familiares e de infidelidade.


Atualizações e um Novo Brinquedo

Iijima voltaria às séries Ultra no filme Ultraman Cosmos THE FIRST CONTACT, com o Herói enfrentando sua criação, escrito e dirigido por ele mesmo. Desta vez trazendo uma mensagem de Diversidade, de não abandonar os Sonhos.

Mostrando que se atualizou nesses últimos anos, utilizando técnicas modernas, se adequando aos tempos atuais mas mantendo sua mensagem de advertência à Humanidade. Do que podemos nos tornar se nos deixarmos levar pela violência e pelo belicismo. E trazendo o conceito do Family of Man, no qual pessoas de raças, religiões, costumes e culturas diferentes podem viver juntas na Terra como uma família, e expandindo para Family of Space, para todos os povos do Universo.

Pode-se dizer que este foi o resumo de sua obra com Tokusatsu. Além de sua mensagem de Paz e dos prejuízos da Guerra, mostrou que não se deve deixar o "coração de criança" e sempre sonhar. Trouxe uma história de Pai e Filho contando sobre a infância de Musashi. E retomando o tema da convivência com seres diferentes, com as crianças enfrentando os adultos belicosos, como foi em Daigoro vs. Goliath.


E em Ultraman Max, Iijima também exerceu essas mesmas funções nos últimos episódios em que Baltan apareceu com destaque nas séries Ultra. Nessa ele se permitiu brincar com os novos recursos que tinha em mãos, como a Computação Gráfica. A equipe lhe disse que usando essa tecnologia poderia colocar até dez Baltans na tela, mas Iijima respondeu que queria mais. Queria um céu apinhado de Baltans, como desejava fazer há mais de quarenta anos.


Nesses episódios, Iijima parecia uma criança com um brinquedo novo, testando todas as suas possibilidades. Inclusive colocando cenas que nem teriam tanta importância na história, como quando aviões de papel flutuam indefinidamente devido aos poderes anti-gravitacionais de Baltan. Ainda assim um recurso para retratar um mundo de sonhos e fantasias.


Ele mostrou Baltan como um ser poderoso capaz de derrotar o Ultraman Max se quisesse. Mas, como alguém que já se satisfez de tanto brincar, arranjou uma solução para que Max e Dark Baltan fizessem as pazes, com um desfecho mais feliz. 

Um outro ponto interessante é que nessas duas ocasiões ele permitiu que o Baltan se modernizasse e se redefinisse, inclusive no visual, como no Neo Baltan de Cosmos, cheio de armas, ataques especiais e mudanças de forma, abusando do CG. E até figurando uma "Menina Mágica Baltan" em Max, algo quase impensável para fãs mais ortodoxos.

Porém, mesmo tendo a sua disposição técnicas e tecnologias modernas, Iijima conta que prefere usar efeitos práticos. Mas não por ideologia e sim porque fica mais fácil de visualizar o resultado final, sem passar pela pós-produção que a Computação Gráfica exigiria. Mais uma vez, questões práticas.


Coração de Menino

Iijima dizia que ao fazer histórias de Monstros e Ficção Científica, nunca deixava de lado o seu "coração de menino". Para ver as coisas como uma criança e saber do que elas gostavam. Por isso ele escrevia muitas histórias em que as crianças tinham grande participação, como o já citado episódio 1 de Ultra Q, Daigoro vs. Goliath e o filme de Ultraman Cosmos. Isso também aparecia em personagens como o menino Hoshino em Ultraman.

Mas apesar de ser um programa infantil, o diretor não fazia algo que fosse só engraçado e divertido, e sim que tivesse um conteúdo de alto nível, algo a ser passado. E ele se pergunta se as crianças de outrora que viram a luta do Ultraman com o Alien Baltan entenderam sua mensagem. Após mais de cinquenta anos, vendo o mundo cheio de guerras, desejou que as pessoas vissem mais uma vez para que se lembrassem de algo.

O Diretor/Roteirista quis nos alertar dos perigos do progresso desenfreado, tanto na tecnologia quanto na economia, e também ao mexermos com algo perigoso como as armas nucleares. E ainda mostrar que com isso podemos acabar deixando de ser humanos para nos tornarmos monstros. Mas ele deixa uma esperança, representada pelas crianças e seus sonhos. A mensagem antiguerra que permeia as séries Ultra.

Iijima era uma pessoa alegre, viva, com muita vontade de criar, de contar histórias. Como demonstrado no que se tornou sua última aparição pública no canal de YouTube de Hiroko Sakurai, a Akiko Fuji de Ultraman. Lá ele comenta sobre seus trabalhos mais recentes, como o filme Home Coming, de 2010, um drama humano falando sobre a velhice das cidades, reunindo gente que trabalhou com o diretor no elenco, inclusive das séries Ultra. E também Give me chocolate, um romance literário que fala da vida das crianças na época da 2ª Guerra Mundial.



Com isso tudo posso dizer que Toshihiro Iijima/Kitao Senzoku foi figura de extrema importância para as séries Ultra. Ele deu várias bases para dar identidade ao Herói como conhecemos hoje. E nunca deixou de criar, de buscar coisas novas, sempre colocando o Humano antes de tudo. Um sonhador, como todo mundo que trabalhou e trabalha na Tsuburaya Productions. E que tinha uma mensagem para passar, colocando-a nas entrelinhas, maquiando-a com Fantasia.

Um nome pouco conhecido por aqui e que não tem tantos holofotes, mas que merece ser lembrado e reconhecido. Pois ele foi o responsável pela criação de grandes ícones da Cultura Pop Japonesa que são conhecidos e imitados até hoje. Mais um Homem de Méritos, de Valor, que nos deu sonhos e o que pensar.

11 comentários:

  1. Escritora e excelente homenagem para o Toshihiro Iijima. Mais uma vez, mostrando o trabalho por trás das câmeras e que deu os toques para que "Ultraman" fosse o que fosse, mesmo depois de tantos anos. Tenho uma nostalgia grande pela série que deu o pontapé inicial da franquia, mais quando descobre como foram feitos as escolhas e as criaturas que temos até hoje. Os dois aliens que foram criados tem uma presença, um mais simples e outro mais detalhado; fora o trabalho deste em outras produções e imagino a alma infantil que foi mexer com Baltan no "Ultraman Max", deve ter sido muito divertido.

    E quem diria, "Mebius" no canal da Tsuburaya. O único porém fica para a legenda, espero que deem um jeito, pois tem sido fantástico assistir em imagem limpa. Se botarem a legenda em inglês, aí sim, passar pra português fica uma beleza. Se cuida e até a próxima!!!

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    1. Obrigado, Escritora!

      Foi graças a essas pessoas maravilhosas, que sonharam e queriam fazer as crianças sonharem, que temos as séries Ultra que tanto gostamos. Uma coisa que gosto é de mostrar o esforço que o pessoal faz nos bastidores. E que eles pensam bastante e tem algo para nos passar.

      Imagino o Iijima se divertindo muito ao fazer o Max. Todas aquelas cenas com efeitos me lembraram uma criança com uma caixa de brinquedos. E no filme do Cosmos ele conseguiu emular direitinho o jeito dos Ultras mais modernos, embora tenha uns toques da Era Showa.

      Pena que Mebius não tem legendas. Esse é um seriado que precisava atingir um público maior. Mas deve ser dureza para a Tsuburaya, que não tem tanto dinheiro embora ainda assim se esforce bastante para divulgar o conteúdo. Só isso acho que já vale.

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  2. Mais uma resenha incrível, Usys!! Parabéns! Dia desses eu comentei com um amigo sobre a forma como os japoneses publicam suas biografias, sem falar quase nada da vida pessoal da pessoa. É sempre muito restrito ao lado profissional. No caso do Toshihiro Iijima e tantos outros gênios que ajudaram a dar a cara que o Tokusatsu tem hoje, sinto falta de um registro de como algumas obras moldaram seu estilo, suas influências e seu potencial criativo. Pode parecer trivialidade, mas informações básicas sobre a vida pessoal da pessoa ajudam muito a contar sobre suas respectivas obras, pois revelam informações interessantes sobre a mesma, além de tornar a biografia mais agradável.

    Ainda assim, taí um registro que, se não fosse aqui pelo blog e por seu impecável trabalho de traduzir/resumir pra gente, eu jamais teria conhecimento. Muito obrigado!

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    1. Obrigado, Bruno! E bom te ver de novo!

      Realmente é legal saber que influências os criadores tiveram para ter suas ideais. Nesse ponto as autobiografias de Tohru Hirayama, Takeyuki Suzuki e de Akio Jissouji foram muito elucidadoras. Perceber que eles eram pessoas de cultura, com muito conhecimento e sensibilidade artística.

      Eu queria mostrar para todo mundo o quão incríveis são essas pessoas. Que elas pensam bastante, planejam, veem se é possível ou não. E improvisam nos imprevistos, o que às vezes rende resultados muito melhores do que o esperado. Com isso, sinto que dá para curtir as séries e filmes em dobro. Tanto essas obras em si como ao saber do trabalho que deu.

      Agradeço mais uma vez!

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  3. Excelente, meu velho!! Toshihiro Iijima foi mais um da incrível equipe de gênios que Eiji Tsuburaya conseguiu reunir. Muita coisa que eu não sabia e é impossível fazer um estudo sério sobre Ultraman e a evolução do tokusatsu sem passar pela Casa do Boneco Mecânico. Parabéns e obrigado por compartilhar tanto conteúdo!

    Abraço!!

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    1. Obrigado, Nagado!

      A Tsuburaya foi uma verdadeira Casa de Ideias. Com todo mundo se juntando para conversar, discutir de modo descontraído, até. Recuperando o coração de criança. Foi muito legal ver como eram as coisas no livro do Jissouji.

      Fico maravilhado com essas coisas. E queria que mais gente soubesse de como eles pensam. Claro que a obra em si é o bastante, mas é legal saber mais. Cada linha que eu lia do depoimento do Iijima eu pensava "agora está explicado" ou "então foi isso". E essa sensação é que é boa!

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    2. Uma coisa que eu queria comentar é sobre "fatos retroativos". A origem do nome Baltan como uma romanização antiga para "Vartan", o sobrenome da cantora, é algo que já fora dito milhares de vezes. Até já vi a romanização "Alien Vartan" mais de uma vez em material oficial. E aí, agora surge essa revelação. Me lembra o caso sobre o nome do Sharivan. Diziam que era homenagem ao apresentador americano Ed Sullivan, o que faz sentido, já que Gavan e Shaider são homenagens a artistas, no caso Jean Gavin e Roy Scheider. Aí veio a informação do Susumu Yoshikawa dizendo que o nome vinha de "shine, van!", o que me soou muito forçado e uma tentativa de reescrever o passado. Mas nesse caso do Baltan, faz muito mais sentido do que a explicação oficial antiga.

      Existe até uma foto da cantora Sylvie Vartan recebendo flores de Baltan, uma brincadeira que deve ter sido meio constrangedora para ela, ah ah. Até mais!

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  4. Uma grande perda para a cultura pop japonesa.
    A ideia do Kemur é genial, e muito significativa. A imagem dele é bem como eu imagino um alienígena, acho que se eu tivesse visto algo sobre ele quando eu era moleque ficaria bem assustado. Legal que conseguiram fazer uma versão simpática dele em pelúcia!

    É interessante como antigamente criavam muitos personagens com a ideia de apontar problemas de sua sociedade atual. Ao mesmo tempo que o Stan Lee e o Jack Kirby faziam isso nos EUA, o Iijima fazia no Japão. E é bom ver que o Iijima também se divertia com seu trabalho, como esses detalhes em Ultraman Max

    Que legal saber que foi ele que criou essa pose ultra icônica do Ultraman! Taí algo que eu sempre tive curiosidade, quem era a mente por trás dessa ideia.

    Totalmente justo dizer que ele foi um dos criadores do Ultraman! Deu pra ver que sem ele a franquia não teria algumas de suas características mais famosas.

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    1. Obrigado, Ronin!

      Foi-se uma grande pessoa que criou coisas que marcaram a cultura pop japonesa. E nessa época era comum os criadores terem preocupações sociais. O Grande Mestre Shotaro Ishinomori, criador do Kamen Rider, tinha muito disso. Shozo Uehara, das séries Ultra e depois de Super Sentai e Jaspion também. Gente que cria tem essas coisas em mente, mas sabe dar um tom de alegoria e fantasia infantil para expressar suas ideias, ainda por cima brincando um pouquinho.

      Kemur é assustador. E em preto-e-branco, como era em Ultra Q aí que amedronta mesmo! É aquele tipo de coisa que a gente não quer ver à noite, no escuro! Mas a pelúcia ficou legalzinha. E tem também uma versão kids interpretada pela Megumi Han (olha ela aí de novo, nas séries Ultra).

      E vendo bem, esse segundo episódio tem quase todos os elementos que definiram o Ultraman e apareceram em séries subsequentes. Agora vejo que não é exagero dizer que ele foi o criador do Ultraman.

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  5. Que matéria sensacional. Gosto bastante dessas postagens contando a história dos diretores e curiosidades sobre os bastidores. O que me admira bastante é a simplicidade e a intenção em mostrar mensagens impactantes, que fizessem as crianças refletir.

    É uma pena que muita coisa bonita tenha se perdido com o tempo, como o diretor nos alertou sobre o progresso da economia e tecnologia. Um dia desses preciso separar um tempo para assistir a Ultraman, porque só vi aquele da Netflix.

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    1. Obrigado, Adelmo! Por se interessar.

      Porque esses dias percebo que cada vez menos gente parece querer saber sobre esses assuntos dos bastidores. De que teve gente que criou grandes símbolos culturais. Do que foi pensado quando tiveram essas ideias. Das mensagens que estão implícitas.

      O seriado inteiro está em exibição no canal da Tsuburaya (https://www.youtube.com/channel/UC5PBnSG7C0WXp5gjd4bzKtw). E eles não estão apagando os episódios, então é uma boa oportunidade de ver. A série é curta, tem só 39 episódios e dá para pegar de quase qualquer um. O mais incrível é pensar que isso foi feito nos anos 1960, com pouquíssimos recursos.

      Para ver com seu filho recomendaria Daigoro vs. Goliath. Dá para encontrar no YouTube, mas com legendas em inglês que não podem ser traduzidas. É uma fantasia muito interessante e engraçada. Mas com uma mensagem de superação.

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Peço que os comentários sejam apenas sobre assuntos abordados na matéria. Agradeço desde já.

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