Saudações.
Terminei de ver o episódio 4, disponível na Crunchyroll. Abaixo seguem um resumo e impressões.
Tela-título do episódio
Roteiro: Isao Murayama
Direção: Kohkun
Storyboards: Ryouji Fujiwara
Obs.: contém revelações sobre os rumos da trama.
No episódio anterior: Karen agora é médica e trabalha em um hospital, mas tem problemas com uma paciente, Nana Shinozaki, uma estudante do colegial que fraturou a tíbia e se recusa a fazer a reabilitação. Por um momento, Karen não sabe o que fazer, mas ao se encontrar com Kurumi, se recorda do porquê de ter resolvido seguir essa carreira e com isso consegue fazer com que Nana abra seu coração. O hospital é atacado por Shadows e para proteger a todos, Karen recupera seus poderes de Cure Aqua, e com a ajuda de Milky Rose consegue derrotar os inimigos. Ao se reunirem para beber com suas amigas, elas se encontram com duas pessoas inesperadas...
Again a Legendary Man Returns
Logo no começo já temos Bunbee (Wataru Takagi), ex-vilão das séries Yes! Precure 5, em um trabalho de reforma e recuperação de imóveis em um condomínio. Os poucos moradores são idosos, cujos filhos cresceram e deixaram a casa dos pais, que ficaram sozinhos. Assim, o local está cheio de sentimentos negativos para as sementes de energia das Trevas entrarem nas sombras das pessoas e gerar monstros Shadow, para a infelicidade de Bunbee, que logo é atacado.
Interessante ver que Bunbee não envelheceu nesses últimos anos. Achava que ele teria uns fios grisalhos, ou então um bigode e cavanhaque, mas não está nada diferente de quando apareceu pela última vez, no especial de cinema de Healin' Good. E pelo visto sua empresa, a Bunbee Company, não vingou, já que agora ele trabalha nessa empresa de administração de condomínios.
Choque para os Fãs
A próxima cena é com Mai indo para o trabalho, mas logo tem um flashback contando como foi o reencontro com as Precure 5 no bar, na noite anterior.
Mai agora trabalha em uma grande empresa de publicidade, a JPK Agency. Porém não faz exatamente os desenhos, mas sim o layout de materiais de propaganda. Isso é bem inesperado, já que ela era conhecida por gostar de desenhar, se concentrando tanto que nem prestava mais atenção no que acontecia ao redor. Era de se esperar que ela virasse uma artista plástica, mas não foi isso o que aconteceu.
Saki, por sua vez, está tocando os negócios da família, na padaria Pan Paka Pan, desta vez em um food truck. E revela que está noiva, mostrando seu anel, para o espanto das meninas, que se mostraram bastante empolgadas com isso.
Um detalhe interessante é que Kenta, o dono do bar faz um comentário relembrando que ele tinha uma queda por Saki na época do Ginásio, na série de TV, mas é logo moderado por sua esposa, Yuko, que fazia combinação com Saki no time de softball da escola.
Esta cena chocou os fãs de Splash☆Star, já que alguns deles veem as Cures como Idols (ou como suas "namoradinhas"), outros achavam que Saki ficaria com Kazuya, irmão de Mai, por quem ela tinha uma queda, ou com a própria Mai (é aqui que eu me enquadro). E mais tarde esses fãs teriam uma surpresa ainda maior...
Amor e Trabalho
A cena volta para Mai trabalhando. Dá para ver que ela faz as coisas com afinco, com uma expressão séria e de satisfação. Mai recebe a notícia de que uma colega vai sair em licença-maternidade e fica feliz por ela. Só que sua própria vida amorosa não está indo bem, com seu namorado lhe mandando uma mensagem sugerindo terminar com tudo.
Ou seja, Mai também tinha um namorado. E desta vez os fãs ficaram revoltados em saber que existe alguém capaz de dar o "fora" nela, ainda por cima por mensagem de texto ao invés de telefone ou presencialmente.
Atsuko Enomoto, que interpreta Mai, comenta que ao ler o roteiro ficou bem surpresa com o que ia acontecer. Que justo sua personagem ia ter uma crise afetiva. Mas nota que pelo teor das mensagens houve uma conversa cara a cara antes e que o tal namorado perguntou como ela se sentia, mostrando que se importava com ela afinal.
Já Orie Kimoto, a Saki, foi mais impiedosa e reprovou duramente o fato de se propor a separação por mensagem de texto. De certa forma ela foi a portadora da voz dos fãs.
Asas da Dúvida
Saki convida Mai para almoçar em seu food truck e lhe dá um sanduíche e um enrolado de chocolate, algo que ela sempre vinha comer, o que dá a entender que diferente das Precure 5, elas se encontravam com frequência. E Saki comenta que faz algum tempo que Mai não aparecia, talvez devido ao trabalho. Porém Mai esboça certa tristeza, e Saki nota que tem mais alguma coisa.
Mai então propõe ir junto com Saki ajudar nas vendas em um condomínio. Lá, ela se abre totalmente para sua amiga, revelando suas dúvidas. Mai conta sobre a proposta de separação de seu namorado, mas que ao mesmo tempo não está tão triste com isso. Ela na verdade se preocupa com o fato de não pensar em casamento, enquanto que suas colegas fazem planos para isso e também para maternidade. Coisas que para ela não são uma prioridade. De fato, ela consegue mais satisfação com seu trabalho, mesmo não sendo exatamente o que ela queria.
Essa parte é o grande cerne do episódio, pois mostra um dos grandes aspectos da vida adulta. O fato de algumas vezes nos deixarmos levar pelas circunstâncias e acabamos em um emprego que não era exatamente aquele com o qual sonhávamos ou estudamos para isso (ou simplesmente não tem nada a ver). E nele tiramos conquistas, sentimos que somos úteis, temos satisfação, mesmo com a sensação de que não era exatamente isso o que queríamos para nossas vidas.
Outro ponto interessante é que ao mesmo tempo, o condomínio se torna uma sombra sobre a validade de se formar uma família, já que o local é habitado por idosos cujos filhos foram embora, deixando-os para trás. O lugar é bastante mal-cuidado, com muitos sinais de abandono, como um cartaz anunciando o cancelamento de uma linha de ônibus local. Isso faz questionar se realmente vale a pena se casar e ter filhos. De certa forma um reflexo de como pensam os adultos japoneses de agora.
Só que também mostra outro problema do Japão, que é a baixa natalidade, visto que não há mais crianças brincando no parquinho, sem manutenção há muito tempo, inclusive com uma placa proibindo o uso dos brinquedos, para infelicidade de Saki, que senta no balanço com resultados previsíveis.
Precure VS Zombies?
Nisso, elas encontram um morador, que cai e dá origem a um Shadow. Pior, aparecem vários deles e as duas são obrigadas a fugir. Kurumi liga para elas, pois tinha se esquecido de comentar dos monstros na noite em que se reencontraram, mas só dá para avisar do ataque e de onde elas estão.
No caminho elas se encontram com Bunbee, que tenta fugir junto com elas, mas é pego pelos Shadows. Saki e Mai então vão para um supermercado local, que já está abandonado, com as portas e janelas fechadas por tábuas pregadas, e elas escalam para o terraço, mas acabam encurraladas.
A cena de perseguição novamente lembra aqueles filmes de zumbis, em que os protagonistas tentam a todo custo driblar os ataques e parece não haver escapatória, com as lojas fechadas. Até a parte em que elas encontram um morador lembra uma situação em que um transeunte de repente vira um zumbi. Quase dá para pensar que a Flor do Tempo vai se abrir e Saki e Mai vão se transformar, porém não é o que acontece. Elas são salvas na última hora por Nozomi e Kurumi, a bordo de Syrup, em sua forma de pássaro.
Ah, Bunbee também escapa, assumindo sua forma de batalha, inclusive relembrando que conseguia voar, como na série original em que ele é impiedosamente empurrado do alto do prédio da Nightmare por Kawarino. Ou seja, neste episódio foi ele quem se transformou. E me fez pensar no porquê dele não ter feito isso para dar uma mão às Cures nos filmes e nos episódios especiais em que ele fez uma aparição.
Time Precure Formado!
As Cures (e Bunbee) se reúnem no bar para discutir os próximos passos. Os Shadows aparentemente abandonaram o condomínio, deixando os hospedeiros para trás, inconscientes, porém sem perigo de vida, como Karen informa do hospital. Saki e Mai decidem então ajudar a deter a nova ameaça e com isso o Time Precure está formado.
À noite, Mai resolve telefonar para seu namorado para acabar com tudo de uma vez. Pois ela (re)encontrou o que realmente queria fazer.
Foi bem interessante a cena no bar, com a televisão mostrando o noticiário falando do condomínio, que no fim ficou sob suspeita de um vazamento de gás, com a equipe médica e policial usando trajes de proteção para vistoriar o local. Lembrou até uma cena de alguma série Kamen Rider, nas investigações sobre os monstros. Porém ainda assim a existência dos Shadow continua desconhecida do grande público, que ainda os vê como uma lenda urbana. E mesmo que eles ainda estivessem lá, não poderiam aparecer nas câmeras. Nesse meio tempo, a Dark Knight Light ainda tenta alertar a população.
A noticia do ataque dos Shadows chega a Coco, agora Rei de Palmiere, através de Syrup. E ele vai tomar ação...
Outro ponto interessante no episódio é a conversa entre Nozomi e Kurumi pelo telefone. Nozomi comenta que envia cartas para Coco através de Syrup e assim dá para ver que eles ainda se falam. É gostoso ver que Kurumi já aceita a relação dos dois, dando apoio, ainda mais considerando a versão em mangá em que a Mascote era uma espécie de rival amorosa.
Amor e Justiça
Este episódio foi bem interessante por focar nas Splash Star, deixando as Precure 5 um pouco de lado. Inclusive, Saki e Mai são incluídas na cena final da abertura em que só tinham as Precure 5 juntas. Outro serviço é na vinheta de encerramento, desta vez com as Splash Star, até com a música da época.
O roteirista é Isao Murayama, veterano que participou das três séries, além de ser Compositor de Série em várias outras, inclusive Maho Girls!, que terá uma segunda temporada no ano que vem, isso sem falar em vários filmes, rivalizando com Yoshimi Narita o número de trabalhos nas séries Precure.
E ele fez um bom trabalho, especialmente no diálogo entre as Splash Star no parquinho, com Saki tentando fazer de tudo para animar sua amiga, mesmo sem entender direito o que se passa em sua cabeça. E ainda assim ajudando-a a encontrar seu caminho, exatamente como na série original, atestando a amizade eterna que foi firmada na Grande Árvore do Céu. Não há distorção de personagens, algo que tem sido seguido a risca.
Com tudo isso, deu para sentir o amor pela equipe à Splash☆Star em um episódio que faz justiça ao seriado, que por muito tempo ficou em segundo plano e não teve o sucesso que merecia. Uma série que figura entre minhas favoritas até agora, junto com Smile! e Healin' Good.
No Próximo Episódio:
O Time Precure finalmente começa a ação para deter os Shadows. Natts também vêm para o Mundo dos Humanos, pois a Flor do Tempo indica um mau presságio. E não é só ele que virá...
Extra:
Desde a semana passada, Orie Kimoto e Atsuko Enomoto passaram a fazer lives para comentar o episódio da semana. É de lá que tirei os depoimentos delas que aparecem na matéria. A exibição é aos sábados, por volta das 11h da manhã, só que por razões óbvias, não tem legendas em inglês, diferente de outros vídeos falando dos bastidores de Splash☆Star que elas transmitiram anteriormente.
Enomoto conta que interpretou no episódio sempre tendo em mente que Mai tinha um problema e tentou transparecer isso. Ela teve sucesso.
Realmente é difícil de pronunciar o meu codinome. Talvez seja melhor colocar a leitura em katakana da próxima vez...
Lembro que a Atsuko Enomoto também é divorciada. Devo imaginar que ela se identificou com a Mai nesse momento.
ResponderExcluirObrigado pela visita!
ExcluirA Atsuko Enomoto deve ter colocado isso na interpretação, embora não tivesse mencionado. Realmente ela parece ser do tipo que se preocupa mais com o trabalho. Se for, funcionou bem!
Escritora ao dispor e desejando tudo de bom pra sua pessoa: siga um passo por vez, sem pressa e no seu devido ritmo.
ResponderExcluirCerteza que esta produção trás fortes emoções e nos faz questionar o que é estar na fase adulta, que nem sempre as coisas são o que planejamos ou pensamos que seja. E vou defender o Bunbee com todas as minhas forças, não é complicado entender porque não ajuda as Cures, afinal, o cara ainda é um vilão, ele não regenerou ou mudou de lado, só tem vivido sua vida como todos nós. Diferentemente dos vilões que a franquia tem que mudam mesmo de vida, apesar que no "Hirogaru Sky! Precure", temos algo semelhante ao Bunbee no grupo de vilões da vez. E de não envelhecer, bem, o cara não é humano, mesmo tendo aparência de um.
Já o foco deste episódio foi na dupla de "Splash Star" e pelo visto, a inserção delas é mais que válida. Mostrar uma faceta entre sonhos conquistados e sonhos perdidos, a reação que temos perante as dificuldades pessoais e como enfrentar foram os pontos da vez. Saki e Mai são grandes amigas e o tempo não mudou a amizade da época, o que prova que existe amizade verdadeira. Agora, o motivo que "Splash Star" não ter emplacado na sua exibição, pelo que li nas postagens do Fábio Mexicano no Facebook (tem no Discord do Clube do Anime & Podcast) da história do mahou shoujo, que recomendo que dê uma olhada, foi ser muito semelhante demais ao estilo das séries anteriores, causando a 1ª crise da Franquia Precure, mesmo tendo novidades. Só não quer dizer que a série ficou no limbo, com o tempo, foi ganhando o seu valor. E a maior comprovação que não foram esquecidas estamos vendo nesta produção. Animada pro próximo episódio e até a próxima!!!
Obrigado, Escritora!
ExcluirBunbee é um personagem bem interessante e até ajuda algumas vezes, como em All Stars DX2, como parte da torcida segurando duas luzes milagrosas. Ou mesmo no final de Yes 5! GoGo!. Se bem que eu nunca entendi o que era a Nightmare realmente, se eram humanos reforçados com poder das Trevas ou de outro mundo mesmo.
Splash☆Star enfrentou vários problemas, como o que chamo de "Crise do Sucessor", em que entra uma outra série no lugar daquela que gostamos e por isso não conseguimos aceitar bem. Foi o que aconteceu por aqui com Corrector Yui ou mesmo com Flashman.
Mesmo assim, Splash☆Star definitivamente não era uma série ruim ou "cópia" da anterior como costuma dizer por aí, algo que até hoje me deixa possesso. Só não foi compreendida na época, mas mesmo assim foi a partir dela que Precure realmente se tornou uma franquia, que não ficou só em Futari wa Precure e em Max Heart. E em Yes! 5 se desenvolveu mais, dando as bases para como conhecemos as séries Precure agora.
A série tem caminhado muito bem, há uma sequência fluida das personagens. Imagino o tamanho estrondo que deve ter sido a transmissão para os fãs de Splash ☆ Star do Japão ao saber que a Saki está noiva, embora ache algo natural (e entendo a expectativa em vê-las juntas como casal). Diferentemente do caso em que o namorado da Mai tenta findar a relação daquela maneira, algo inaceitável, mas é ali que percebemos a maturidade dela ao encontrar a solução para este problema. Quanto mais os anos se passam, mais se percebe o quão divertido é ver o Bunbee na tela. E conforme o tempo passa, mais o currículo dele fica extenso, algo que não é distante da experiência adulta, o fato da instabilidade no trabalho. Ótimas análises!
ResponderExcluirObrigado, Melissa!
ExcluirMais uma vez, observações bem pertinentes. Mai era o lado "racional" da dupla e agiu como tal ao lidar com o rompimento. Sinto que este foi o episódio mais adulto da série até agora ao mostrar que a vida continua, que às vezes toma rumos que não esperávamos, mas ainda assim temos satisfações. E pelo que vi, muita gente se identificou com o que a Mai disse no parquinho.
Desde a série original, Bunbee mostrava as durezas da vida adulta. De como um executivo do alto escalão de uma empresa decaiu e como ele teve que se levantar. Por isso muita gente deve ter gostado dele, além da magistral interpretação do Wataru Takagi.
Falando nisso, me esqueci de colocar o crédito dele! Acho que ainda dá tempo.
Obrigado, André!
ResponderExcluirDigo várias vezes, mas Splash Star é uma série muito boa, mas altamente desvalorizada. Mas tem gente que gosta, como as irmãs Futago Kamikita, que na versão em mangá deram a entender que as duas se gostam, mas de um modo que é muito mais do que amizade. Foi a que eu senti que elas mais se empenharam, além de Maho Girls!, em que elas levaram para esse sentido também.
As pessoas crescem e tomam rumos que não se esperava, tanto nós aqui vendo de fora como elas mesmas. E realmente tem bastante gente que não corre tanto atrás de casamento ou algo parecido. Não tem nada de errado ao meu ver e acredito que cada um é livre para viver sua vida do jeito que quiser. Embora no Japão a situação esteja bem crítica...
E agradeço mais uma vez por se preocupar. Agora mesmo não pude ver o episódio da semana devido a circunstâncias fora do meu controle, consequentemente atrasando a matéria sobre ele. Nem deu para começar nada. Talvez eu tenha que publicar junto com a do próximo capítulo, mas vou ver como vou fazer.