domingo, 24 de fevereiro de 2019

映画Go!プリンセスプリキュア~Go! Go!! 豪華3本立て!!! - Go! Princess Precure The Movie - Go! Go!! Gloriosa Exibição Tripla!!!

Saudações.

Desta vez vou falar sobre o especial de cinema Go!プリンセスプリキュア~Go! Go!! 豪華3本立て!!! ("Go! Princess Precure The Movie - Go! Go!! Gloriosa Exibição Tripla!!!" em uma tradução rudimentar). Abaixo segue um resumo e impressões.


Obs.: contém revelações sobre os rumos das tramas.



O especial de cinema desta vez consiste em três filmes: dois de curta duração em computação gráfica e no meio um longa usando animação convencional.

Entre cada filme há uma apresentação com os Mascotes Pafu (Nao Touyama)
e seu irmão Aroma (Shiho Kokido)


キュアフローラといたずらかかみ - Cure Flora e o Espelho Travesso



O primeiro é um curta metragem pantomímico de aproximadamente cinco minutos com Haruka Haruno já como a Cure Flora. Ela conseguiu uma linda tiara e vai na frente de um espelho para experimentar, mas por trás dele existe um grupo de cinco fantasminhas que adoram pregar peças...

Cure Flora e sua tiara nova.

Os Cinco Fantasminhas, que no começo não são muito camaradas.

O curta é todo em computação gráfica com as personagens em proporções reduzidas de mais ou menos três cabeças de altura. É bem engraçado ver os fantasmas se juntando para assumir a forma da Flora se passando por sua imagem no espelho (vidraça?), mas sempre com alguma coisa dando errado.

No meio tem cenas que lembram jogos usando a Luz Milagrosa.

No começo existe um clima de briga entre Flora e os fantasmas, com ela desafiando os oponentes a imitá-la no espelho, assumindo várias formas. Mas no fim tudo é sem maldade e todos ficam amigos. E até tem uma pequena participação das outras Cures. A computação é de boa qualidade, com os personagens se parecendo com bonecos, mas com movimentos fluidos. Uma boa demonstração das técnicas de computação gráfica da Toei.

A qualidade é boa, com reflexos na água.
Twinkle, Mermaid e Scarlet. Será que não saem umas Q posket delas?

A direção ficou por conta de Yukio Kaizawa, que mais tarde atuou em KiraKira☆Precure A La Mode e este foi seu primeiro trabalho na franquia. Segundo ele, foi um grande desafio fazer um filme mudo, uma vez que o que dá alma a um desenho animado atualmente são as vozes das personagens. Nisso, ele fez uso das músicas de fundo, de efeitos sonoros e de jogos de luzes para representar os estados de espírito dos personagens. Ele também revela que as expressões de Flora usam dados da dubladora e cantora Kanako Miyamoto, que interpretou várias canções da franquia e foi a Makoto Kenzaki/Cure Sword em Doki Doki! Precure. Mas não foi usada captura de movimento e sim apenas escaneamento de fotos de Miyamoto fazendo várias expressões.

A ideia de se fazer esse curta-metragem foi do produtor Takashi Washio, a quem é atribuída a criação da franquia e que retornou em Go! Princess. Ele é fã das obras da Pixar, em que todas tinham um curta-metragem de abertura, sendo que o seu favorito é A Banda de Um Homem Só, em Carros. Ele achou que seria uma boa ideia fazer algo parecido e então "empurrou" a ideia para Kaizawa.

As personagens são bem expressivas. E note a gradação do cabelo da Flora, de loiro para rosa.

Raiva, tristeza e alegria representados com a ajuda de jogos de luzes.

Esta foi mais uma brincadeira que serve de aperitivo para os outros dois filmes. Mas uma brincadeira muito bem feita e divertida, capaz de entreter os pequenos. A qualidade técnica é muito boa e eu mesmo fiquei com vontade de ter figuras assim. A história é simples e fácil de entender. Um bom trabalho.


パンプキン王国のたからもの - O Tesouro do Reino Pumpkin


Esta seria a parte principal, usando-se animação convencional em um longa-metragem de aproximadamente 50 minutos. Haruka/Cure Flora e suas amigas vão a uma doceria que foi inaugurada recentemente, a Pumpkin Cafe.

Haruka Haruno/Cure Flora (Yu Shimamura) e Kirara Amanogawa/Cure Twinkle (Hibiku Yamamura)
Minami Kaido/Cure Mermaid (Masumi Asano) e a Princesa Towa/Cure Scarlet (Miyuki Sawashiro)
Aroma, Pafu e Yui Nanase (Haruka Yoshimura)

Elas se maravilham com os doces e pedem a especialidade da casa: o pudim de abóbora. O doce chega para todas, menos Haruka que fica deprimida com isso. Mas mais tarde chega o seu pedido: um pudim King Size. Só que ao comer, ela sente algo estranho.


As meninas então vêem um folheto de um Concurso de Princesas em um lugar chamado "Reino Pumpkin". E nisso elas são atacadas por um monstro Zetsuborg, enviado por uma figura que observava tudo. Haruka e suas amigas se transformam para enfrentar o monstro, enquanto Yui conduz as pessoas para um lugar seguro. Elas vencem, mas de repente, a doceria inteira é transportada para algum lugar levando as Cures e os Mascotes, deixando Yui para trás.

Surge um Zetsuborg.
As Cures se transformam para lutar.
Enquanto alguém observa tudo.

As Cures revertem à sua forma normal e despertam em um lugar que se parece com um enorme canteiro de abóboras e um castelo ao fundo. Esse era o Reino Pumpkin. E elas se encontram com pequenos Mascotes com  o formato de abóboras, Pun, Poo e Kin, que não falam a língua dos humanos.

O Reino Pumpkin
Pun (Misaki Kuno)
Poo (Tomoko Kaneda, que fez os monstros Desertrian em Heartcatch Precure!)
Kin (Tomo Muranaka, mais tarde a Aoi/Cure Gelato em KiraKira☆Precure A La Mode)

Todos vão para o castelo e são recepcionados por Warp, o Primeiro Ministro, que os leva à presença do Rei e da Rainha. Eles são extremamente gananciosos, ostentando ornamentos de ouro e jóias e só pensam nas vendas de pudim de abóbora para sustentar seus luxos. O Reino não tem uma Princesa e daí foi preciso realizar esse concurso.

O Primeiro Ministro Warp (Junichi Suwabe)
A Princesa Towa percebe que tem algo errado.
O Rei de Pumpkin (Cho)
A Rainha (Kaori Yamagata)
Eles não teriam filhos, mas então quem é essa?

Então são lhes dadas instruções sobre como vai ser o Concurso de Princesas. Cada uma irá participar de uma prova de Dança, de Desfile, de Música e de Culinária. Curiosamente, o campo em que cada Cure é a melhor. Elas então são levadas a aposentos para hóspedes por Mascotes-Abóbora que parecem estranhos, apreensivos e não falam nada. São dadas a elas indumentárias sob medida e de acordo com a prova. 

As Cures em belas indumentárias...? Não ligue, Haruharu...

E em seu quarto, Haruka encontra uma boneca debaixo da cama. Uma boneca que parece ter sido feita a mão para uma menina. Nisso, um dos Mascotes-Abóbora balbucia uma palavra: "Pumpleur".

Uma boneca com um pingente no formato de uma flor de abóbora.

É conduzido o concurso e Minami e Kirara vencem cada prova. Mas Haruka percebe que os três Mascotes-Abóbora se comportam de maneira estranha, como se estivessem agindo secretamente para se encontrarem com alguém. Ela os segue para a torre de vidro do castelo. Aroma e Pafu voam ao topo e encontram a Princesa Pumpleur, a filha de quem o Rei e a Rainha se esqueceram no meio de sua ganância desenfreada. E os três Mascotes-Abóbora traziam as notícias do mundo exterior a ela. 

A Princesa Pumpleur (Kana Hanazawa)

Pumpleur conta que antigamente seus pais eram bondosos. Sua mãe gostava de costurar e presenteou sua filha com uma boneca e os Mascotes com roupas. Seu pai pesquisava sobre abóboras, encontrando vários novos tipos. E a própria princesa preparava pudins com essas abóboras, fazendo a alegria de toda a sua família e de seu povo. Em troca, os Mascotes lhes deram um pingente com o formato de uma flor de abóbora, que Pumpleur colocou em sua boneca. Mas um dia, quando estava fora do castelo, viu seu lar sendo envolvido por uma força das Trevas que corrompeu o Rei e a Rainha. E a própria Pumpleur foi presa na torre de vidro.

Lembranças de dias felizes.

Investigando mais a fundo, Haruka descobre que os Mascotes se tornaram escravos, forçados a fabricar pudim de abóbora. O mesmo que ela experimentou no café e sentiu um gosto estranho. Era o sabor da tristeza dos Mascotes forçados a trabalhar.

Cena baseada em Tempos Modernos, de Charles Chaplin.

Quem está por trás de tudo é o Primeiro Ministro Warp. Ele é um "Colecionador de Desespero" e deseja adicionar as Cures ao seu acervo. Para isso, e só para isso, o vilão corrompeu o Rei e a Rainha e fez com que o Reino Pumpkin caísse no desespero. Tudo com o intento de atrair as Cures, que tentariam salvar a todos. O concurso também foi arranjado para que elas vencessem e entrassem em um camarim, que na verdade era uma prisão. Minami, Kirara e Towa foram capturadas e agora só restou Haruka para salvar a todas. Ela então decide participar da prova de Culinária e tem um plano...

Warp captura as Cures.
E o plano de Haruka é... Let´s La Cooking?!
Kira Kira Kiral KiraKiral
(O KiraKiral ainda não tinha sido descoberto nessa época)
Dekiagari!

A direção do longa-metragem é de Akifumi Zako, veterano da franquia que mais tarde trabalharia em HUGtto! Precure com o lendário Junichi Sato. O roteiro ficou por conta de Sakurako Akino, que é o pseudônimo da dubladora da Rainha de Pumpkin, Kaori Yamagata. O produtor Washio a conhecia de Yes! Precure 5 GoGo, em que ela interpretou a vilã Anacondy, e por acaso viu uma peça que ela escreveu e interpretou, pouco antes de planejar o especial de cinema de Go! Princess. Ele gostou do estilo de Yamagata/Akino, que falava das pessoas menos favorecidas da sociedade e pensou em como seria uma história assim, mas para a família inteira. E por isso a convidou. Talvez daí venha o fato de se ter os Mascotes-Abóbora feitos de escravos, mas ajudando as Cures e tentando reconquistar sua liberdade com suas próprias mãos.

Ainda segundo Zako, neste filme todos seriam protagonistas, incluindo o povo abóbora. E por isso haveria uma cena nos créditos com todos recebendo coroas feitas de flores de abóbora. Isso tudo tendo ao fundo a canção KIRA KIRA, da dupla Every Little Thing, cuja letra resume os valores que o filme quer passar.

Quebrando a prisão juntos.

A prova de que todos são protagonistas.

Em Go! Princess Precure, as lutas são feitas em vários planos com bastante luta corporal, marca registrada do diretor da série de TV, Yuta Tanaka. E esse aspecto foi emulado no filme, que tem cenas bonitas de combate, embora não sejam tão dinâmicas quanto as de Tanaka. Ainda assim o ritmo é frenético, sendo que é difícil acompanhar alguns movimentos.

Lutas em vários planos.
E bastante combate corpo-a-corpo. Nessas duas fotos, o mundo que existe em uma fração de segundo.
Note que Minami usa uma mão para apoiar o braço na hora de se defender de um golpe.
Essa atenção a detalhes é digna de nota. Foi preciso congelar a cena para notar.

As personalidades das Cures são bem representadas. Haruka, que normalmente é estabanada, mas tem entusiasmo e consegue perceber certas coisas. Minami, analítica, responsável e se surpreende com as coisas de Pumpkin, embora não demonstre de forma muito aberta. Kirara por sua vez se diverte com a situação, mas mostra profissionalismo ao desfilar pela passarela. A Princesa Towa fica sempre atenta e logo sente a presença das Trevas à espreita.

Esta sequência mostra bem as personalidades de cada uma.

Não só isso, como cada uma tem uma cena em que brilha, tanto nas lutas quando fora delas, especialmente no Concurso. Minami tem bastante tempo em uma demonstração de balé clássico, estranhamente bem animada. Kirara mostra como desfilar na passarela. Infelizmente não é mostrado a Princesa Towa tocando seu violino, mas sua cena de luta como Scarlet é intensa. Já a de Haruka cozinhando também é curiosamente real, com técnicas de cozinha de verdade.

Minami e Kirara esbanjam elegância.

A cena de cozinha é estranhamente realística.

Scarlet tem maior participação na luta.

Uma cena engraçada é quando Aroma acaba servindo de meio de comunicação entre Haruka e Pumpleur, que está no alto da torre. Ela deveria ser dramática ao explicar a situação, mas acaba se tornando cômica ao ver o pobre pássaro cansado de tanto subir e descer a torre voando e até carregando objetos, como a boneca.

Pumpleur conta sobre a tragédia que acometeu seu país.
Note o Aroma cansado lá no fundo.

Apesar de não lutar diretamente, Pumpleur demonstra força de espírito ao não esmorecer nas dificuldades. E é ela que incita as Cures a não desistir diante do enorme poder da forma final de Warp. De certa forma, ela representa o aspecto clássico da figura da "Princesa", que fica presa até que alguém venha salvá-la, enquanto Haruka e suas amigas são o novo modelo em que elas batem de frente com seus inimigos e lutam com suas próprias mãos. Mesmo assim, é mostrado que é a união desses dois tipos de "Princesa" que opera milagres para vencer o vilão. Mais uma vez, Precure mostra seu caráter inclusivo ao não negar nenhum dos dois modelos.

Em Go! Princess é Princesa quem salva Princesa.
- Não desistam!
É Pumpleur quem anima as Cures e o povo na hora do maior perigo.
O Novo e o Clássico unindo forças.

Os únicos temas definidos eram "Amor Familiar" e "Dia das Bruxas". Nesse caso foi escolhido pegar apenas o lado divertido desta data ao invés de envolver fantasmas ou outros seres sobrenaturais (o que seria um tormento para Minami, que tem medo dessas coisas).

O diretor Zako revela em uma entrevista que a história no começo era bem diferente. O Rei e a Rainha seriam os grandes vilões e teriam criado Pumpleur com valores deturpados, e daí ela teria duas personalidades, uma boa e uma má. No fim as Cures enfrentariam o Rei e a Rainha, fazendo-os entender os erros de suas ações e Pumpleur se reunificaria, voltando a ser um bebê para que eles pudessem recomeçar do zero. Mas a ideia foi descartada por ser muito pesada ao colocar os pais como vilões e muito complicada para as crianças. Daí decidiu-se criar um vilão que os controlaria. O conceito da Pumpleur boa e da ruim foi abandonado pois acabaria ficando igual à da Princesa Towa/Twilight. Outro motivo dessas mudanças é que do jeito que estava, o foco ficaria nos personagens do filme e não nas Cures. O próprio Zako comenta que quando ele mesmo era criança preferia filmes em que os Heróis eram o principal e não gostava de histórias muito sombrias.

Talvez por isso, o vilão Warp seja retratado sem tanta profundidade, se limitando apenas a ser um "homem mau" que tem um plano complexo, mas que acaba não dando certo. Não é contado no filme, mas ele seria um desertor de Dysdark que abandonou o grupo por achar que não era valorizado o suficiente apesar de ter grande força, conforme é revelado nesta entrevista. Por isso ele conseguiria criar os monstros Zetsuborg, mas distorcendo os sonhos de suas vítimas ao invés de prendê-los em gaiolas como seus ex-colegas. O fato dele ser um colecionador seria apenas porque Zako queria que o vilão tivesse um objetivo e escolheu algum motivo que fosse bem anormal.

E também é explicado que sua forma final é baseada em um camaleão, já que o personagem usa vários objetos de vidro, transparente, que se confunde com o ambiente. E isso ainda é alinhado com os membros de Dysdark, cujas formas finais se baseiam em animais. Já seu nome foi escolhido por significar "distorção", que foi o que ele fez com os corações do Rei e da Rainha.

Warp. Colocado na última hora e por isso não tem tanta profundidade.

A direção de animação ficou por conta do Mestre Hisashi Kagawa, que também fez o design dos personagens exclusivos do filme. Ele conta que levou em consideração que o Reino Pumpkin não seria uma grande nação, mas um pequeno país agricultural, simples. E por isso, a Princesa Pumpleur não teria penteados complexos, e sim cabelos curtos, com o formato de uma abóbora. Mas ele deixou os contornos bem suaves, da mesma cor do cabelo para não parecer duro como um capacete. A imagem seria da atriz Suzu Hirose.

Já o visual de Warp foi baseado no ator Hiro Mizushima, quando ele trabalhou na versão live-action de Kuroshitsuji (O Mordomo de Preto) como Sebastian e também foi Souji Tendo, o Kamen Rider Kabuto.

Os contornos do cabelo de Pumpleur têm a cor do resto com tons mais escuros, ao invés de usar linhas pretas.
Para não parecer um capacete.

Os vestidos do Mode Elegant Halloween, exclusivos do filme, foram criados por uma designer profissional, Eiko Kobayashi e até foi feito um de verdade.

Mode Elegant Halloween. Exclusivo do filme.
Na cena de transformação os ornamentos desabrocham como flores de abóbora.

A luta final é empolgante. Um ponto interessante é que ela foi toda feita usando animação convencional. Até mesmo o ataque final, o Haloween Éclair foi feito sem computação gráfica, diferente da série de TV que usa esse recurso para os golpes especiais. Foi assim porque os dois curta-metragens foram feitos em CG e era necessário dar um diferencial ao longa.

As Cures em ângulos dinâmicos

O Princess Palace, que na série de TV usa computação gráfica,
é representado com animação convencional no filme.
Mesmo assim são usadas as cenas com CG da série de TV nos golpes especiais.
Digo... É computação gráfica, né? Em Precure já não consigo mais ter certeza.

No fim, o filme não tem tanta grandiosidade, se limitando apenas ao Reino Pumpkin e o inimigo não é uma ameaça ao resto do mundo. De fato, a escala é bem pequena e o objetivo de Warp não é lá grande coisa. Mas consegue passar sua mensagem de Amor Familiar. De que existem tesouros muito maiores que ouro ou jóias. E esse Amor Familiar é representado pelo Pudim de Abóbora, se alinhando aos motivos de Dia das Bruxas.


プリキュアとレフィのワンダーナイト! - Precure & Lefy's Wonder Night!



A boneca que Haruka ganhou da Princesa Pumpleur emite uma estranha luz e no momento seguinte, ela aparece já transformada em Cure Flora em um estranho mundo. Haruka então é perseguida por pequenos monstros Zetsuborg com cabeças de abóbora e é ajudada por uma menina misteriosa, que se parece com a boneca. As duas continuam a fugir e são salvas por Minami, Kirara e a Princesa Towa, também transformadas em Cure Mermaid, Cure Twinkle e Cure Scarlet.




A menina se apresenta como Lefy e explica a situação. Este é o mundo de Pumpkingdom, que teve a luz do dia roubada pelo vilão Knight Pumpkin. Ela mostra a Miracle Princess Light, um item que deve ser colocado em um buraco de fechadura no alto do castelo real, tomado pelo Knight Pumpkin. Haruka e suas amigas então decidem ajudar Lefy.


Lefy (Hinata Uegaki)
Knight Pumpkin (Ryusei Nakao)

Elas são encontradas pelos Zetsuborgs. Lefy fica para distrair todos enquanto as Cures correm para o castelo. Haruka volta para buscar a menina e descobre que ela é na verdade a princesa de Pumpkingdom, e quer salvar seus pais presos pelo vilão Knight Pumpkin. Flora promete ajudar Lefy, que então ganha forças e decide lutar até o fim sem desistir, para recuperar o que lhe é mais importante.




Este foi um grande experimento ao se fazer uma história com começo, meio e fim, e bastante ação como em um episódio da franquia. Tudo isso com animação em computação gráfica, que geralmente é usada de forma auxiliar só para alguns golpes especiais e nas danças de encerramento. E deu para ver que tiveram bastante cuidado com a produção. A modelagem dos personagens é diferente do primeiro curta metragem, se aproximando de desenhos animados ao invés de bonecos. Não só isso como também elas se machucam, dando uma sensação de sujidade.


Comparação com o modelo do primeiro curta-metragem.

As expressões das personagens são como as de desenhos animados.



Elas também se sujam e têm arranhões.

Às vezes dá a impressão de que são imagens de um jogo, com vários estágios e inimigos adequados a cada um. O Knight Pumpkin parece até um chefe de fase em sua forma final, com os enormes braços multi-articulados. Mas o tipo de jogo que dá vontade de jogar.

O Castelo do Drácula? Player One Ready!
Estágio de gelo (com chão escorregadio e tudo)...
... e inimigos a caráter.
Cena que lembra um jogo. Desse jeito lembra um de ação. Com um menu do lado vira RPG.

As cenas de luta abrangem a elegância e a luta "crua", aproveitando ao máximo as vantagens da computação gráfica, com angulações dinâmicas e ousadas, circundando os personagens, assim como tridimensionalidade, dando sensação de profundidade. Mas alguns efeitos lembram os de animação convencional, como os "rastros de movimento" em socos e chutes.

A elegante luta no gelo, com patinação.

A luta bruta e crua com Knight Pumpkin.

Rastros de movimento nos chutes, como em animação convencional.

Lefy era bem diferente no projeto inicial. Ela não falaria muito e haveria um Mascote que lembrava uma coruja com uma cabeça de abóbora que interpretaria o que se passava em sua mente. E só no final, ao firmar laços com as Precure, falaria com suas próprias palavras. Mas o produtor Washio achou que ela deveria ser mais ativa, com personalidade forte. De fato, do jeito original Lefy acabaria ficando parecida com a Princesa Pumpleur do longa-metragem e era necessário dar variedade. Essa provavelmente era a intenção de Washio, segundo depoimento do produtor de CG do curta, Atsushi Nojima.

Para interpretar Lefy foi escolhida a atriz mirim Hinata Uegaki, que trabalha com teatro. A razão dessa escalação foi porque a equipe queria que a personagem fosse interpretada por um criança de verdade, que conhecesse Precure, que visse a série. E Washio recomendou Uegaki ao ver seu trabalho em um programa de TV. Ela seria perfeita exatamente por cantar bem e ter capacidade interpretativa.

Já o papel do Knight Pumpkin ficou com Ryusei Nakao, que foi Freeza nas séries Dragon Ball. E é contado que o personagem foi feito exatamente para ser interpretado por Nakao.

Para a cena em que Lefy distrai os Zetsuborgs era necessário alguém que soubesse cantar.
A canção é Happy Happening♪

O curta-metragem foi dirigido por Hiroshi Miyamoto, especializado em computação gráfica e esse foi seu primeiro trabalho no cinema, sendo que ele também fez o desenho dos personagens exclusivos. Miyamoto fez seu nome com o primeiro encerramento de Smile Precure! e desde então foi ganhando posição dentro da Toei. Outro de seus trabalhos fora da franquia foi como desenhista de personagens em Saint Seiya: Legend of Sanctuary, e Luffy's Endless Adventure, para um parque temático de ONE PIECE. Mas foi em Precure que ele conseguiu reconhecimento, sendo que o curta Wonder Night foi exibido no 28º Tokyo International Film Festival.

Segundo Miyamoto em uma entrevista, no começo o filme originalmente seria apenas com Lefy como protagonista, sem nada a ver com Precure, tendo como tema o Dia das Bruxas. Daí o produtor Takeshi Himi lhe deu a ideia de colocar no próximo especial de cinema da franquia, que teria o mesmo tema.

O projeto foi apresentado a Takashi Washio que logo colocou Miyamoto como diretor, pois se encantou com seu trabalho no primeiro encerramento de Happiness Charge Precure!. Ele ficou especialmente impressionado na parte em que as Cures estão em um gramado ao entardecer, e viu que é possível criar imagens emocionais com computação gráfica. E que havia alguém na Toei capaz de fazer isso.

Cena do encerramento de Happiness Charge!, tendo como tema Precure Memory.
Note a expressividade das personagens, assim como os efeitos de luzes. Trabalho feito com gosto.
Obs.: isso se move.

No começo, Miyamoto não estava muito seguro, pois teria apenas meio ano para completar o filme. Mas ele tinha o desejo de mostrar que animações em CG não se limitavam a ação e dança, como era feito até então, e que era possível dar dramaticidade e expressão, contando uma história com essa tecnologia. Esse era seu maior sonho desde o começo de sua carreira, e ele então aceitou.

Seus esforços foram recompensados quando o filme estreou de fato nos cinemas. Ele viu as crianças balançarem as Luzes Milagrosas e quando deu por si, estava chorando. Porque para as crianças, "as Precure não eram produto da imaginação, mas sim heróis de verdade", como ele conta em seu blog na época. E que por isso que ele não podia fazer um trabalho sem capricho, sem empenho. E como que refletindo esse esforço, Miyamoto ganhou o primeiro lugar na CG WORLD Awards em 2015, superando titãs do ramo como Hideo Kojima, das séries METAL GEAR.

O diretor também conta que a protagonista Lefy poderia ser considerada uma representação de si mesmo e o filme foi um retrato de sua trajetória. Antes de fazer este filme, Miyamoto pensou em desistir da carreira por não conseguir chegar aonde queria. Mas foi graças ao reconhecimento de seu trabalho em Precure que ele ganhou ânimo para continuar.

De fato, a animação em CG é tão bonita que Miyuki Sawashiro comenta que teve a impressão de ter visto uma imagem do futuro. Algo diferente do que ela chamava de "Anime" até então. Os movimentos e as expressões de Lefy eram muito bem feitos e com isso dava para notar que ela foi feita com muito amor pela equipe. Sawashiro também comenta que não costuma ver uma mesma obra duas vezes, mas abriu uma exceção para esta, que ela teve vontade de rever.

A trajetória do diretor Miyamoto continuou e anos depois ele fez o especial de cinema Precure Dream Stars!, combinando animação convencional com computação gráfica. E no ano passado, ele foi encarregado do filme comemorativo do 15º Ano da franquia, HUGtto! Precure ♡ Futari wa Precure All Stars Memories, que além de ter seu nome no Livro Guinness de Recordes, ainda por cima teve o maior faturamento dos especiais de cinema de Precure.

E mais tarde foi feito um romance literário contando eventos que aconteceram depois do filme, escrito por Sakurako Akino/Kaori Yamagata, a roteirista/atriz da segunda parte. Nessa foi aproveitada uma ideia que foi mudada: a existência de um artefato chamado Day Lock, que controlaria o dia e a noite e que no filme foi substituído pela Miracle Princess Light. E ainda tem outros detalhes que não puderam ser contados no filme, expandindo seu universo.


Uma curiosidade é que na entrevista sobre a segunda parte, o diretor Zako até comenta que à primeira vista parece que houve uma falha de continuidade em relação à boneca de Lefy. Mas que talvez Pumpkingdom tenha sido criado pela mãe de Pumpleur, uma vez que foi ela quem fez a boneca. De certa forma não está errado...


Nos Bastidores



Nos extras estão incluídos cartões com cenas do filme e um livreto com um resumo e entrevistas com as dubladoras e o produtor Takashi Washio. Esse material deixei espalhado na matéria.

E existem vídeos do evento de estréia, no qual a dubladora Masumi Asano conta uma história bem curiosa. Em várias cenas as Princess Precure dizem a frase de transformação e dos golpes especiais em uníssono. Só que era muito difícil fazer isso, e todas acabavam se desencontrando, sendo necessárias muitas tentativas. E isso piorou quando Miyuki Sawashiro se juntou ao time, algo semelhante ao que aconteceu em Fresh Precure!.

Nisso, Asano se encontrou por acaso com Masako Nozawa, a lendária dubladora que fez as vozes de Son Goku (e todos os homens da linhagem do personagem) nas séries Dragon Ball. Asano perguntou a Nozawa como ela fazia nas cenas de "Fusão", quando dois personagens se combinavam em um enquanto diziam essa palavra (ex: Gotenks, Vejitto). A veterana dubladora então respondeu que era simples: um dos dubladores olhava para o desenho enquanto o outro olhava para a boca do colega e acompanhava seus movimentos. Asano levou essa dica a suas colegas e finalmente elas conseguiram fazer as frases sem grandes problemas.

Nota: é ignorado se essa técnica foi usada na versão brasileira de Dragon Ball Z/GT/Super.


A produtora-auxiliar Risa Nikaido comenta em uma entrevista em uma edição especial da revista Animage o porquê do tema ser o Dia das Bruxas. Ela mesma morou por um tempo nos Estados Unidos em sua infância e conheceu lá essa festividade, que passou a ser difundida também no Japão. Nikaido tinha boas lembranças de comemorar essa data com a família e vestia fantasias feitas por sua mãe. Por isso, para ela a festividade ficou marcada como um evento familiar.

O Dia das Bruxas é bastante associado à abóbora, que se tornou o motivo comum a todos os filmes deste especial. Segundo Nikaido, a roteirista Yamagata/Akino fazia pudim de abóbora com a família quando era pequena. A abóbora traria a imagem de algo que transmite um calor gostoso, macia quando cozida ou assada. O calor da família. E fazer doces seria uma atividade que as crianças gostam e que poderia ser compartilhada com os pais. Isso casou com o tema de Amor Familiar.


Só que a abóbora transmitiria uma imagem de algo rural, com cheiro de terra, algo que normalmente não combinaria com uma Princesa. Mas Haruka seria uma menina comum, "do povo", que tem o sonho de ser Princesa e se esforça para se tornar uma, às vezes tendo que rolar na lama e se machucar. Por isso houve uma identificação de Haruka com a abóbora.

Foram todos esses fatores se associaram e resultaram neste filme triplo. Elementos que à primeira vista parecem não ter relação um com o outro se juntaram para formar este especial de cinema.


6 comentários:

  1. Taí uma forma bem diferente de exibir um filme! Até pensei que se tratasse de uma trilogia, mas vejo que os curtas são mais complementos do filme principal do que filmes por si só. E agora dá para entender bem qual foi a base de "A Aventura de Hana e Lefy".

    O CG do primeiro curta é bem carismático, e por ser mudo deve dar uma impressão de estar assistindo uma cutcene de jogos mais antigos como Final Fantasy VII. E realmente, as personagens lembram a linha Q posket! Será que o traço foi baseado nas figuras ou é só coincidência?

    Hmm, acho que seria interessante a história com os pais vilões, tá certo que teria um drama pesado mesmo, o que seria ruim para a criançada, mas seria interessante. Aliás, é curioso ver como muitas vezes os roteiristas e diretores dos filmes infantis mencionam que no começo os roteiros são bem mais sombrios e acabam sendo amenizados na versão final, até na Disney isso acontece, o roteiro inicial de Zootopia era até meio assustador.

    O visual do segundo curta é lindíssimo! Gostei muito dos modelos em CG, tem bastante profundidade e belas cores. Eu jogaria fácil um game com esse visual aí! Pra Miyukichi que faz bastante trabalhos em video games deve ter sido bem interessante dublar um anime em CG, a sensação deve ser bem parecida.

    Miyukichi e Kana Hanazawa na mesma obra é algo mágico! Pena que a Hanazawa não é Precure, então ela não deve ter participado da confusão das vozes em uníssono hehehe.

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    1. Obrigado, Ronin!

      A ideia era fazer algo como na Pixar, mas descambou para o Toei Manga Matsuri, em que exibiam vários filmes em seguida. E quem imaginaria que iriam fazer uma continuação?

      Difícil dizer se eles se basearam nas Q posket, que era recente na época. Mas se fizessem modelos das Princess Precure acho que muita gente iria torrar grana nos fliperamas para tentar pegar uma. Parece que vão soltar de outras séries além da primeira, então quem sabe não saiam de verdade?

      Quando li sobre a ideia original, achei até que fazia mais sentido. E acho que antigamente até seria assim mesmo. Mas os tempos mudaram e era preciso acompanhar isso. No especial de cinema de Max Heart várias crianças saíram chorando do cinema ao ver a Black e a White lutando entre si. Desde então eles passaram a tomar mais cuidado. Mas é interessante saber que isso acontece em obras ocidentais também. Não é fácil fazer programas infantis, pois é preciso saber dosar as coisas.

      Uma coisa interessante do segundo curta é que apesar de ser CG, foi feito algo diferente de obras de outras empresas, como a Pixar. Foi feito para parecer desenho animado mesmo. Esse é o estilo de Hiroshi Miyamoto. E eu me esqueci de dizer, mas os atores gravaram os diálogos primeiro para então a equipe sincronizar as imagens. Ou seja, um processo ao contrário. E talvez até mais fácil para as atrizes.

      Fazer teste para Precure é jogo duro. Mesmo feras como a Miyukichi ou a Mikako Komatsu tiveram que batalhar muito para conseguirem seus papéis. Kana Hanazawa e Yuuki Aoi só se limitaram a personagens de especiais de cinema. Ayana Taketatsu ainda não conseguiu. Mas eu ainda sonho em vê-las na série de TV como protagonistas. E o Tomokazu Sugita como vilão, junto com o Yuuichi Nakamura e o Mamoru Miyano. Ou pode ser como Mascotes mesmo.

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  2. Olá Usys!
    Muito boa essa matéria, agora ficou claro o backstage do longa-metragem e como se dá a elaboração, preparação dos seiyuus. Estou encantada com a "técnica" da Nozawa, de fato é simples mas faz toda a diferença no momento da dublagem.
    Pelo visto o diretor Miyamoto cresceu de forma progressiva, mostrando todo seu potencial enquando programador de CG, trouxe alegria às crianças e famílias. Provavelmente deve ter sido emocionante ter visto tantas crianças balançaram as lanternas na sala do cinema. Parabéns à ele, se empenhou ferrenhamente e colheu bons frutos!

    Gostei de saber mais sobre a perspsctiva da Sawashiro. Não sabia que ela tinha o costume de ver apenas uma única vez as obras, e abriu a exceção à Pretty Cure! Que bom!
    Os filmes reúnem aspectos bons, como animações CGs de qualidade, enredos interessantes e divertidos. Mesmo ainda tendo preferência ao filme de Heartcatch, este conseguiu me entreter bastante!

    Abraços!

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    1. Obrigado, Melissa!

      Isso tudo é para ver que não é fácil fazer um desenho animado e que existe toda uma preparação. Todo mundo usa suas habilidades para criar algo bom, que entretenha. E Masako Nozawa não é lenda à toa. Essa é tarimbadíssima! E com isso tem mais um ponto de convergência entre Precure e Dragon Ball.

      A história de Hiroshi Miyamoto é comovente e segue o espírito de Precure. Ele ralou muito, recebeu muito "não" na cara e quase desistiu, mas seu valor foi reconhecido. Por isso, para mim ele é um grande Herói, merecedor de todas as honras.

      Tenho que conseguir o de Heartcatch ainda. Esse também é muito bonito e pretendo falar dele um dia. A história do Olivier com o Barão Salamander é muito bonita, assim como a do menino com a Tsubomi.

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  3. Caramba que filme fantástico, não paro de me impressionar com o trabalhos da equipe de modo geral nessa franquia.
    Ótima matéria.

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    1. Obrigado, André Silva I!

      Eles botam bastante força e empenho nessa série. É uma coisa que eles cultivam do zero e continuam a ter apreço mesmo depois de sair da Toei. Impressionante!

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