sábado, 25 de novembro de 2023

Power of Hope ~Precure Full Bloom~ Episódio 8

Saudações.

Terminei de ver o episódio 8, que está disponível na Crunchyroll. Abaixo segue um resumo e impressões.

Tela-título do episódio.

Roteiro: Deko Akao
Storyboards: Toshio Susukida
Direção: Matsuo Asami

Obs.: contém informações sobre os rumos da trama.


No Episódio Anterior: Urara não consegue uma boa performance na peça de teatro em que participa como protagonista e é informada que a diretora lhe deu uma semana de folga, o que a faz pensar que poderia ser demitida. Syrup vai visitá-la e faz com que ela perceba o que estava faltando em sua vida: a música. E com isso a ajuda a recuperar sua autoconfiança, que lhe permite se transformar na Cure Lemonade e eliminar os Shadows gerados por haters. A diretora vê que Urara finalmente recuperou sua força e aceita uma de suas sugestões.


Komachi passa os dias cuidando do canteiro perto de sua casa, ajudando na doceria japonesa de sua família e escrevendo artigos para o jornalzinho local. Ela tem seu esforço reconhecido pelos moradores do bairro, mas ao mesmo tempo pensa em sua situação atual em que não tem tido nenhuma ideia para escrever uma nova história.

Nisso, ao sair para uma entrega da doceria, vê uma ambulância na frente da lavanderia onde mora quem fez o pedido, que pelo visto caiu inconsciente. Há um boato de que foi depois de ver uma sombra misteriosa. Esses casos têm acontecido com frequência e Komachi decide investigar ao suspeitar que é obra dos Shadows.

Ela então percebe que os monstros aparecem só na cidade e em suas imediações. Komachi pensa se isso começou a acontecer só agora e pesquisa, relatando suas hipóteses a Nozomi e Coco. Eles então ouvem falar de uma pessoa que conhece bem a história da cidade. Uma velha senhora chamada Sanae...


Crise Criativa

Pelo visto a crise criativa de Komachi continua, mas sua criatividade não caiu, visto que ela consegue escrever artigos interessantes e de modos diferentes, como o de se colocar no ponto de vista de um gato de rua. Só que não chega a ser uma história como ela queria escrever. E as tarefas do dia-a-dia a deixam ocupada, cada vez mais longe do seu sonho de ser escritora.

Ela ainda tem a pressão inintencional dos moradores do bairro, como a Sra. Yamaguchi (Kikumi Umeda), simpática, bem humorada, sabe de várias coisas, e acredita que Komachi escreve profissionalmente. E ela fica sem saber o que dizer quando uma menina pede para ler um de seus livros, que ainda nem foram publicados ou não têm grande divulgação.

Essa é uma situação bem real, que muitos criadores de conteúdo experimentam. Eles se sentem pressionados a criar algo, mas não têm ideias ou mesmo tempo para isso. Porém é necessário produzir para poderem se firmar como tais. Tem aqueles que conseguem recuperar o ímpeto e outros que encontram outro sentido para suas vidas. E Komachi parece estar se dando bem ajudando nas coisas do bairro. Mas será que ela está realmente satisfeita com sua vida?


Ligando os Pontos

Komachi mostra outro lado de sua personalidade ao fazer investigações sobre os Shadows, usando todos os meios à mão, sejam digitais ou impressos. Parte de seu gosto por livros, já que ela lia vários e cuidava da biblioteca da escola quando era estudante.

Nozomi logo vai para o local onde os Shadows teriam aparecido, pois uma das vítimas é avô de uma de suas alunas. Um jeito interessante de justificar sua presença ao invés de outras Cures. Coco chega logo depois, sendo que ele consegue sentir a presença das Trevas. E desta vez o ponto de encontro não é o bar de sempre, mas um café local que foi mencionado no começo do episódio.

Eu achava que Nozomi lecionava Estudos Sociais, considerando que ela falava de Ecologia no primeiro episódio. Mas pelo visto é Língua Pátria, pois ela menciona Souseki Natsume, um dos grandes nomes da Literatura Japonesa. Isso foi confirmado em uma entrevista pelo produtor Takashi Washio.

E é justo uma das experiências de Nozomi que dá a Komachi uma linha de raciocínio de falar com alguém que vivenciou a História da cidade. Uma espécie de "chefe secreto", usando uma linguagem de games.

Nessa, quem fala sobre uma pessoa assim é a Sra. Yamaguchi, que estava passando por perto e ouviu só a parte do "chefe secreto". Isso dá uma sensação de que o roteiro foi bem planejado, ligando os pontos, em que nenhum personagem ou elemento está lá à toa. Deko Akao mostra sua habilidade mais uma vez.


O Anjo Caído

Komachi, Nozomi e Coco então se encontram com Sanae (Masako Nozawa) que lhes conta sobre a História da cidade onde eles vivem. O local foi bombardeado na Segunda Guerra Mundial, sendo totalmente destruído e deixando os poucos sobreviventes sem casa para morar e quase sem água ou comida. Mas milagrosamente, a Torre do Relógio não foi derrubada e seu sino tocou, dando esperança para todos reconstruírem a cidade. O sino teria uma gravura de um Anjo que seria o guardião da cidade. E segundo Sanae, seu nome seria "Bell", surpreendendo a todos.

Realmente o próprio nome "Bell" já era uma pista, pois é simplesmente "sino" em inglês. E ela estava na Torre do Relógio desde o começo, sendo que o sino tocava toda vez que ela agia. Assim dá para deduzir que ela era o Espírito Guardião da cidade, mas que que acabou caindo nas Trevas. Que ela presenciou a Guerra, a maior prova da insensatez humana, mas mesmo assim deu Esperança para o povo ao ressoar, como uma chance para que se recuperassem. E provavelmente se decepcionou ao ver que os humanos estão decaindo novamente com o passar dos anos.

Quando eles saem da casa de Sanae, a câmera mostra a placa com o nome da família que mora lá, que é "Yukishiro". Com isso fica confirmado que Sanae é mesmo a avó de Honoka Yukishiro, a Cure White. De fato, a divina Masako Nozawa voltou para interpretar Sanae neste episódio. Por enquanto é ignorado se Nagisa e Honoka aparecerão mais tarde na série. Sanae parece não ter mudado desde Max Heart e deveria estar próxima dos seus 90 anos. Mas todos sabemos que o Povo Saiya envelhece mais devagar...😏


Rokkonshoujou

Sanae é uma testemunha viva da época da Guerra. Esta parte não foi contada no episódio, mas ela também teve sua cidade destruída por bombardeios e seu pai era um dos soldados convocados para lutar, só que acabou desaparecendo em ação. Ele dizia que ao subir uma escarpa com uma árvore de Keyaki no topo, recitando a palavra "Rokkonshoujou", haveria Esperança. Mas quando Sanae foi para lá, só viu sua cidade totalmente reduzida a um campo queimado. E ela chorou ao ver que o que seu pai disse era mentira.

Mesmo assim é mostrado que ainda assim as coisas podem ser reconstruídas após uma devastação. Foi assim com a própria Sanae, que viu sua cidade renascer depois da Guerra ao subir mais uma vez a montanha e de lá ver as luzes das casas se acendendo. E depois de ter sua cidade reconstruída, teve que enfrentar empreiteiros inescrupulosos que queriam tomar a terra para construir um shopping, usando métodos escusos de intimidação mandando Yakuza para fazer o serviço sujo. Mas ela venceu, defendendo o que lhe era precioso e com isso pôde reencontrar seu pai, que voltou à sua casa por ela estar exatamente no mesmo lugar (eventos contados na versão em romance literário de Futari wa Precure).

É nessa que Komachi descobre a importância do canteiro que ela cuidava. Do desejo que foi colocado ao plantar flores por lá, de um futuro melhor, ainda que com escassez de recursos. Isso mostra que existem coisas que podem parecer triviais, corriqueiras, que não damos importância por não conhecer sua História, por não saber seu significado. Algo que realmente tem acontecido nos tempos atuais, na nossa realidade.

Só um parênteses, mas por alguma razão eu chorei nessa cena, com o povo reconstruindo a cidade depois do bombardeio. Com o mundo, que era preto-e-branco, ganhando cores aos poucos conforme as flores cresciam e o povo reconquistava suas vidas, passando pelo sépia e pelos tons de baixo contraste. Não sei dizer o porquê, mas as lágrimas caiam sem parar. Talvez seja o efeito dramático, a direção do episódio por Matsuo Asami. Ou pode ser por saber do passado de Sanae. Não tenho certeza.


A Nossa Cidade

Komachi, Nozomi e Coco vão à Torre do Relógio e até encontram a gravura do Anjo, que tem semelhanças com Bell, mas não há a presença das Trevas como seria de se esperar. E no fim não conseguem chegar a alguma conclusão, alguma ligação com os Shadows.

Uma curiosidade é que essa torre foi por um tempo a "casa" de Syrup. Talvez ele pudesse saber de mais alguma coisa. Se bem que o menino ficava mais passando frio, fome e medo de trovões enquanto estava lá, então não tinha muito espaço para investigar.

Só que realmente é mostrado que a energia das Trevas vem da gravura do Anjo, que desperta Shadows quando o sino toca. São Shadows do tipo "bruto", que passam a vandalizar tudo ao invés de simplesmente ficarem andando. E agora eles ganharam um novo tipo de ataque, disparando espinhos.

Ao ver a destruição causada pelos Shadows, Komachi recupera seus poderes e se transforma na Cure Mint. Apropriado, já que isso veio de seu desejo de proteger a cidade e essa era sua especialidade, que foi apontada por sua oponente, a Dark Mint, no especial de cinema de Yes! 5. Só que em GoGo!, ela ganha uma técnica mais ofensiva, o Precure Emerald Saucer, que é usado desta vez para derrotar os Shadows. E o desejo de proteger as flores tem a ver com seu elemento, a Terra.

Foi uma boa luta, inclusive com uma versão arranjada do tema da série clássica. E ainda bem que Komachi não usou o Precure Mint Shield para absorver e rebater o ataque dos inimigos, caso contrário poderia ter criado uma gigantesca vala na cidade, causando mais estragos. E diferente da série original, não é mostrado os danos se reparando magicamente.

Saber da História foi bom para Komachi, que percebeu que queria o bem-estar de sua cidade... ou de "nossa cidade", conforme dito por Nozomi. E isso pode ser a pista para uma nova história para escrever, já que ela viveu novas experiências e vislumbrou uma nova realidade, como Minori/Cure Papaya em Tropical-Rouge!. A história das pessoas que refizeram esta cidade, agora com cores vivas.


Mau Agouro

Desta vez foi mostrada uma Flor do Tempo se abrindo quando Komachi se transformou. E tinha uma razão para isso, pois quando tudo parecia ir bem, Nozomi desmaia. Deu para ver que sua Flor do Tempo se apagou nessa hora, mas oscilou e voltou a brilhar quando ela recuperou a consciência.


Os produtores Takashi Washio e Aki Murase disseram em uma entrevista que realmente aconteceria alguma coisa se as Cures continuassem a rejuvenescer para se transformarem. Isso significa que ter o poder Precure de volta provavelmente tem um preço e ele pode ser bem caro. Esse deve ser o tal "mau agouro" envolvendo as Flores do Tempo mencionado por Natts.

O que isso pode custar? O tempo de vida? As lembranças e memórias? A própria existência, como foi com Michiru e Kaoru uma vez? No momento atual não se sabe, mas é o suficiente para nos preocuparmos...

Em tempo, a ideia das Cures rejuvenescerem veio do livro A Coisa, de Stephen King, conforme conta Washio. E foi desse autor que ele tirou outras ideias para se fazer Precure Full Bloom.


No Próximo Episódio:

A padaria da família de Saki está a todo vapor, graças à divulgação pela Dark Night Light. Ao ver o trabalho de Saki, seu pai pensa em deixar a administração dos negócios da família com ela, o que é apoiado por seu noivo também. Tudo parece bem com Saki, mas Mai percebe que algo está errado com ela...

O próximo episódio vai ser com as Splash Star e talvez seja aí que elas vão se transformar. Mas o que será que aflige Saki? Agora será a vez de Mai lhe dar uma ajuda, confirmando os Laços das duas.



6 comentários:

  1. Olá! Este episódio foi emblemático, o próprio título e a mensagem passada nos permite pensar no seu sentido mais amplo de cidade, diria até que seria algo como o "Nosso Lar". Talvez por isso da Sanae aparecer, pois para que a Komachi pudesse desvendar o mistério era preciso compreender parte da história que envolvia a Torre do Relógio. O fato de uma cidade ser devastada por uma Guerra, sendo que os sobreviventes precisam se reerguer para reconstruí-la, tirar forças de onde não têm; e isso nos faz a pensar que, de certo modo, diz respeito ao que a Komachi está passando. Para escritores/desenhistas ter um bloqueio criativo é algo terrível, é como caminhar sem saber em qual direção está indo, sem saber por onde começar ou de quê forma fazê-lo. Como uma sensação de desestruturação, tal qual são para as pessoas vítimas de Guerra em que são lançados ao desconhecido. E ao final de tudo precisam enfrentar obstáculos, o tempo que levar para reescreverem suas histórias/lar, assim como a Komachi deseja um dia ser capaz de escrever ou contar histórias. Sem dúvidas, uma abordagem sensível, principalmente nos tempos de hoje.
    E que bacana essa revista! Parece ser uma fonte interessante para se informar sobre os rumos de OtonaPre; inclusive, linda capa! Torcendo para que não hajam problemas irreversíveis para as meninas, e que tudo acabe bem...

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    1. Obrigado, Melissa!

      Uma colocação bem interessante, isso de comparar o bloqueio criativo com sobreviver a uma guerra. E é bem por aí, essa sensação de se estar sem rumo, sem saber por onde (re)começar. Um bom jeito de se pensar e interpretar o episódio e faz sentido!

      A revista só fala dos eventos até o episódio 5, pouco antes da Rin se transformar. Mas dá algumas pistas, como essa dos efeitos colaterais da transformação. Também tem a proposta da série e de como tudo começou. Vou ver se abordo conforme for pertinente em cada episódio.

      E o negócio é torcer para o Natts encontrar a resposta. Engraçado que tanto ele quanto a Komachi estão fazendo pesquisas sobre o caso, cada um em seu mundo. E assim, de certa forma, os dois estão conectados. Ia ser horrível se acontecesse algo como no Revice. A Nozomi olhar para o Coco e dizer "quem é você?" ou para as meninas e "quem são essas pessoas?"...

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  2. Obrigado, Escritora!

    Criar histórias não é uma coisa fácil. Especialmente para serem publicadas. Um outro risco que se corre é o de ter o seu trabalho roubado. De alguém se apropriar do que você escreveu e ganhar os méritos no seu lugar. É uma coisa que acontece bastante.

    Algumas vezes é bom saber a história do local onde se mora. Daí também pode-se tirar inspirações, além de dar mais valor.

    De acordo com outra entrevista, Precure Full Bloom seria só um dos futuros possíveis para as Cures. E esta provavelmente é uma linha de tempo em que pelo menos as três primeiras séries coexistem. Vamos ver o que vem por aí.

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  3. Gostei bastante do episódio, o retorno da vovó Yukishiro foi surpreendente e trazendo logo esse ponto de sua história, confesso que senti uma pontada no peito relembrando essa história dela, a Komachi tá passando por algo que reverbera demais comigo hoje em dia, faço algo que não me apetece, não incentiva minha criatividade sabe, pois o que mais amo e desejo fazer é contar histórias, espero um dia superar essa fase.

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    1. Eu não me emocionei nesse episódio apesar de achar bem bonito em mensagem, mas lembrei do quão tocado fiquei no episódio de flashback da Sanae em Futaria wa, aquilo me deixou bem surpreso.

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    2. Obrigado, André!

      Tenho passado por isso esses últimos tempos também. Está difícil pensar em novas pautas ou ganhar ânimo para apresentar figuras. A única coisa que dá para fazer é esperar e ver se é isso mesmo o que queremos fazer.

      Acho que eu me lembrei dessa cena na série original e por isso acabei chorando. Mas sinto que também foi o jeito como a cena foi construída. Nessa eu vi que teve planejamento e cuidado, coisas que prezo nas séries.

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