domingo, 5 de julho de 2020

映画スター☆トゥインクルプリキュア~星のうたに想いをこめて - Star☆Twinkle Precure - O Filme - Um Desejo para a Canção das Estrelas

Saudações.

Desta vez vou falar do especial de cinema de Star☆Twinkle Precure. Abaixo segue um resumo e impressões.


Obs.: contém revelações sobre os rumos da trama
Obs.2: mas elas não conseguem estragar a experiência de se ver o filme



Nos confins do universo, uma estrela explode, espalhando inúmeros fragmentos. Alguns deles voam em direção à Terra, onde as Star Twinkle Precure estão enfrentando seus inimigos, os Not Raiders, na órbita do planeta.


Um minúsculo fragmento se choca no rosto de Lala e acaba entrando em seu cabelo. Nisso, surge a Policial do Espaço Mary Ann e ajuda as Star Twinkle a expulsar os Not Raiders.

Policial do Espaço! Mary Ann! (Rina Chinen) Da Polícia Estelar!
Só que ela não tem um Traje de Combate e nem uma Espada Laser.

Ann então persegue Yuni, por ser a ladra Blue Cat, que foge com o foguete de Lala levando Prunce consigo. Lala, ao perder seu lugar para morar, resolve ir para a casa de Hikaru, junto com Fuwa, até Yuni e Prunce voltarem. Ela até considera se não teria sido melhor ir para a casa de Elena ou Madoka, mas elas irão a uma excursão escolar para Okinawa.


O fragmento, que está vivo, sai do cabelo de Lala enquanto ela está dormindo e acaba caindo em seu estojo de Cosmo Gummies. Hikaru e Lala acordam, atrasadas para a escola e encontram o fragmento, que a princípio reage de forma hostil, mas depois se acalma nas mãos de Hikaru.


Depois da aula, elas voltam para casa e a criatura evolui, assumindo uma forma semelhante à de um animal. Ela tem poderes de voo em supervelocidade e atendendo a uma sugestão de Hikaru, leva todas para Okinawa, onde estão Elena e Madoka e se encontram rapidamente com elas, de relance. Mas depois de um desentendimento com Lala, a entidade se desgarra e todas saem para procurar o ser misterioso.


Fuwa é encontrada por Elena e Madoka, que depois se reúnem com Hikaru. Lala vê a criatura intrigada com uma caixa de música e tenta levá-la de volta. Depois de vários mal-entendidos, Lala e a entidade fazem as pazes e todos se reúnem com o grupo. Por se parecer com um Animal Misterioso Não-identificado, um de seus campos de interesse, Hikaru chama o ser alienígena de UMA (Unidentified Mysterious Animal).


Elena e Madoka ficam em Okinawa, e deixam a caixa de música com Hikaru, Lala, Fuwa e UMA, que então partem para uma viagem  ao redor do mundo para ver vários pontos exóticos.


Mas atrás de UMA surgem Caçadores Espaciais que pretendem capturar a entidade e vendê-la a altos preços. As Cures se reúnem e após uma luta muito difícil, conseguem detê-los.


Mary Ann então explica que UMA é um Fragmento Estelar, que um dia se desenvolverá para se tornar um planeta, e por isso deve ser devolvido ao espaço. Isso significa ter que se despedir de UMA, e Lala protesta, não desejando se separar do ser cósmico.


Nisso, um dos Caçadores Espaciais se liberta e tenta levar UMA, que exposto à sua má intenção, acaba se contaminando e se tornando um planeta de Trevas que ameaça engolir a Terra. Assim, as Cures devem partir para levar seus sentimentos a UMA e impedir que seu descontrole destrua o universo.


O filme foi dirigido por Yuuta Tanaka, que tem grande renome entre os fãs da franquia, conhecido por conduzir bem suas obras e saber administrar os recursos que tem em suas mãos. A produção ficou por conta de Aki Murase, que deu o tema de algo romântico, em um mundo brilhante, com um céu estrelado. E o roteirista, Jin Tanaka deu a ideia de se fazer a história do "nascimento de uma estrela".

Por isso, desta vez, o filme tem um teor diferente de outros da franquia. Lembra mais uma fábula, uma fantasia cósmica, que trata do Contato com o Desconhecido, de como nos comunicamos com seres que superam nossa compreensão. Os temas de Star☆Twinkle Precure.


A estrutura também é um pouco diferente, em que as lutas ocupam uma posição secundária na trama, sendo que a maior já é no meio. De fato, a apoteose é com um enorme número musical, que tem sentido e traz a grande mensagem do filme.


Clamação Zodiacal

Mas isso não quer dizer que as lutas tenham sido deixadas de lado. Logo no começo já é feita uma apresentação simples das Cures e uma pequena demonstração do jeito de cada uma de combater tendo como fundo o tema de abertura e os créditos.

Hikaru/Cure Star (Eimi Naruse) usa socos e barreiras.

Lala/Cure Milky (Konomi Kohara) manda ver com choques elétricos de amplo efeito.

Elena/Cure Soleil (Kiyono Yasuno) derrota seus inimigos com chutes de fogo.

Madoka/Cure Selene (Mikako Komatsu) usa o arco e flecha.

Yuni/Cure Cosmo (Sumire Uesaka) vai com agilidade felina. Harasho!

As cenas de luta são outro ponto em que Tanaka costuma colocar muita força, com acrobacias e ângulos de câmera ousados. E são apresentados inimigos poderosos, cada um com características especiais, próprias.

Alien Nitro, Burn (Shunsuke Sakuya). Usa poderes de fogo e luta corporal.
Alien Water, Hydro (Yui Ishikawa). Muda de forma, se liquefaz e por alguma razão fala no dialeto de Osaka.
Alien Shadow, Dive (Jin Katagiri). Se funde às sombras e usa braços que lembram espetos.
Não se trata de um Gabra Cano.
Alien Mecha, Gyro III (Takayuki Hamatsu, astro de Plano Sequência dos Mortos). Usa várias armas escondidas em seu corpo. E ele mesmo é uma.
Alien Giant, Chop (Ryusuke Komakine). Além de seu corpo gigante, lança raios das antenas e usa uma barreira.

Um dos grandes atrativos na luta desta vez é que as Cures usam todos os seus poderes combinados com as Princess Star Color Pens, com motivos do Zodíaco, conseguindo formas especiais baseadas nesses signos. E não é algo fixo. Cada uma pode ter duas ou até mais dessas formas, como Yuni que tem quatro delas.

Soldier Dream!

Com isso elas ganham ataques especiais baseados nos Doze Signos, sendo que alguns se parecem com os de um outro desenho com o mesmo motivo. Um ponto interessante é que não existe signo mais forte ou mais fraco. Todos têm a mesma importância e cada um tem uma habilidade diferente. Isso bate com o conceito de Star☆Twinkle de Diversidade e ninguém de determinado signo precisa se sentir inferiorizado ou se achar superior. Isso foi intencional, conforme conta a produtora Murase.

Ataque de Aquário tem que ser assim! Só que desta vez o jarro é segurado por quem usa.
Câncer e Peixes têm seu momento de redenção!

Fazer todos esses vestidos foi um grande desafio para a Diretora de Animação, Kozue Komatsu, que trabalhou em outros especiais como Precure Super Stars!. E também foi ela quem fez os designs das roupas casuais das Cures no filme, que são diferentes da série de TV.



Um Ser Enigmático

O grande ponto do filme é a caracterização de UMA, que não fala, tem uma forma que parece instável e ainda por cima nem é possível determinar se é macho ou fêmea ou mesmo se esses conceitos se aplicam à criatura. Isso toca no tema de Contato com o Desconhecido. A possibilidade de se fazer amigos com algo que não conseguimos compreender no princípio. E que pode ser hostil ou amigável, dependendo de como o contatamos.


O único meio da entidade se comunicar é através de sons emitidos por ela que podem soar como ruído ou como música. O ser até demonstra algumas emoções com expressão corporal e usando o que parece ser seu olho, mas ainda assim não dá para saber exatamente o que UMA pensa. Porém é possível se comunicar com a criatura através da música e com atitudes que a tranquilizem.

A ideia, segundo o diretor Tanaka, veio do conceito de "SF" (Sukoshi Fushigi, "um tanto misterioso", trocadilho com Science Fiction), uma das propostas da série de TV e do famoso tema de Contatos Imediatos do Terceiro Grau. Algo que casa com o tema de Star☆Twinkle e que nunca foi feito na franquia.


Outro meio é usando a Luz Milagrosa, que em outros filmes serviria para levar os sentimentos das pessoas para as Cures na hora de maior perigo. E desta vez, a Luz transmite para UMA, ainda que de forma limitada, o que Hikaru e as meninas pensam.


É bem interessante também ver o desenvolvimento da relação de Lala com UMA, sendo que no começo ela vê a criatura com desconfiança. E UMA realiza somente os pedidos de Hikaru na hora de levar todas a algum lugar. Em determinado momento, Lala até diz que não quer mais saber de UMA depois de encontrar o ser que se desgarrou.


Só que diante da possibilidade de ter de se despedir, Lala, que em teoria seria adulta nos padrões do planeta Summern, acaba se comportando como criança. E é Hikaru quem tem que lhe dizer mais tarde que é preciso pensar no bem de UMA em primeiro lugar. Nesta cena existe uma inversão de papéis, sendo que Hikaru, que no começo do filme se empolgava como uma criança, agora se porta como adulta. E de fato, Lala acaba se tornando a protagonista, tendo seus sentimentos abordados mais a fundo.

Isso também foi intencional, conforme conta o roteirista Jin Tanaka, pois Lala poderia acabar ofuscada pela energia de Hikaru, que já tinha bastante presença graças, em parte, à interpretação de Eimi Naruse. Tanto que a produtora Aki Murase até chega a comentar que Hikaru não precisa fazer muita coisa para aparecer. Outra razão foi porque Lala, apesar de vir de outro planeta, conseguiria ver os fatos com a visão mais próxima de uma pessoa comum. Diferente de Hikaru, que é mais "maluca" e, ironicamente, parecida com uma alienígena. Isso facilitaria a narrativa.

Se ama, deixe ir.


Como Cães e Gatos

Outra personagem original que aparece no filme é Mary Ann, da Polícia Estelar, que vem em uma missão, mas acaba tentando capturar a ladra Blue Cat (Yuni). Ela é do tipo de personagem que tenta ser séria, mas acaba sendo atrapalhada. Ann tem grande apreço por sua missão de manter a ordem no Universo, mas devido à sua sanha, se enrola e não consegue fazer as coisas direito.


Ann apareceu pela primeira vez na série de TV, no episódio 36, o que fez com que fossem dispensadas grandes apresentações no filme. O episódio também foi exibido no Canal Oficial do YouTube por um tempo, durante a estreia, e então não foi preciso desenvolver tanto a personagem. Por outro lado, ela seria o único impeditivo para se recomendar este filme para quem nunca viu Star☆Twinkle. E no fim acaba sendo necessário saber por que Yuni é procurada pela Lei e o que uma ladra estaria fazendo entre as heroínas Precure.

Aparição no episódio 36 da série de TV.

Ainda assim a Policial do Espaço é indispensável para a trama do filme, pois é ela quem explica o que é UMA e por que a entidade é perseguida pelos Caçadores Espaciais. Também é ela quem traz (e perde) a Luz Milagrosa Estelar, item valioso que a princípio serviria para encontrar UMA. Além de tudo isso, Ann é necessária para prender e levar os Caçadores Espaciais à Justiça.


Ann foi interpretada por Rina Chinen, cantora e atriz de renome, nascida em Okinawa e está no meio artístico desde os 15 anos de idade. Ela conta que no começo tentou colocar sua própria imagem ao interpretar, mas recebeu instruções de falar com mais energia e entusiasmo, e no fim prevaleceu o lado desastrado da personagem. Isso funcionou, pois a interpretação lembra um pouco personagens dos anos 1980.

Mas na hora de falar com Lala para devolver UMA para o espaço, a atriz teve um cuidado maior, para não parecer estar dando sermões, sem negar o que a Alien Summern sentia. Por ter filhos, Chinen viu essa situação como quando a criança cresce e se separa dos pais. Por ser uma cena importante, foi bem difícil e ela gravou várias vezes até encontrar o tom certo.

A cena em que é dito que UMA deve voltar para o espaço.
O sol vai se pondo até ficar tudo escuro. Como que refletindo o que Lala sente a cada revelação.

O design da personagem também foi feito por Kozue Komatsu e a ideia dela se parecer com um cachorro foi o fato de Yuni ser baseada em um gato. Komatsu se esforçou para criar uma personagem que pudesse se misturar bem aos de Star☆Twinkle e puxando para o lado canino. Uma "pessoa com cara de cão". Uma curiosidade é que o design foi feito antes que a forma antropozoomórfica de Yuni tivesse sido criada e Komatsu ficou surpresa em ver essa aparência. Outro ponto que ela teve cuidado foi com os tiros da arma da policial, que teriam efeitos com formato de pata de cachorro na hora do disparo e quando acertam um alvo.

Efeitos com formato de patinhas de cachorro.


As Maravilhas de Okinawa

No começo não havia o plano das Cures irem para Okinawa. A ideia era focar em Hikaru e Lala e para isso era preciso tirar Elena, Madoka e Yuni de cena. Yuni já tinha um jeito, sendo perseguida por Mary Ann junto com Prunce. Já com Elena e Madoka, decidiu-se colocá-las em uma excursão escolar. No Japão, os destinos para esses passeios geralmente são para Hokkaido ou Okinawa e optaram por essa última, que acabou pegando uma boa parte do filme.


Mesmo assim não foram medidos esforços para representar as maravilhas da província e todos os seus pontos turísticos. A equipe de arte, encabeçada por Miki Imai (não confundir com a cantora homônima) conseguiu transmitir direitinho o clima e a sensação de se estar lá, em uma terra cheia de maravilhas naturais e vários monumentos. Embora eu só conheça do jogo Ryu ga Gotoku 3 (Yakuza 3) e do especial de cinema do Ultraman Geed (em exibição no Brasil, na época desta matéria).

A estátua de Taiki, grande comerciante okinawano do século XIV, e no fundo o Farol do Cabo Zanpa.
A estação de monotrilho. Essa é obrigatória.
A típica arquitetura de Okinawa, com telhados vermelhos e os Shisa em todos os lugares.
Colaboração com a Blue Seal, famosa franquia de sorveterias de Okinawa.

A representação é fiel, mas existe uma parte que é fictícia: o enorme campo de Kwanso, flor nativa de Okinawa, onde Lala encontra UMA. Uma das cenas mais importantes do filme que marca um ponto de virada. Quando a equipe foi fazer pesquisas em Okinawa, não havia muitas dessas flores, mas eles encontraram vários parques e imaginaram como seriam se estivessem cobertas de Kwanso. E fizeram um ótimo trabalho, criando belas composições que seriam usadas em dois momentos do filme.

O campo de Kwanso em Okinawa, que não existe na vida real.
E isso teria sentido mais tarde.

Outra razão para se escolher Okinawa, foi porque de lá era possível avistar, ainda que vagamente, o Cruzeiro do Sul, constelação que foi importante para a série. E o céu estrelado dessa cena em si já é um grande espetáculo, com Hikaru, Lala, Fuwa e UMA olhando para cima.




A Canção das Estrelas

O título é altamente apropriado, pois o principal do filme é a cena musical, com Twinkle Stars, cantada no começo por Hikaru e Lala e aos poucos com as outras Cures se juntando para uma grande dança. Tudo isso para levar uma mensagem a UMA. E esse número musical é o grande resumo do filme. Todas as lembranças, todas as vivências de UMA aparecem para compor o planeta que o ser cósmico idealizou. E nessa parte são usadas cenas do começo do filme, quando Hikaru, Lala e Fuwa viajam pelo mundo com UMA, mas não parece um reaproveitamento. Nesse ponto, Yuuta Tanaka foi genial.

Nessa hora também, todos os espectadores participam, balançando as Luzes Milagrosas e, em algumas salas, dançando junto com as Cures. As Luzes serviriam para fazer exatamente como no filme, mandar os sentimentos de todos para UMA, junto com as Cures que também as usam. Com isso existe interatividade com o público.

Os fios de luz do fundo são várias Luzes Milagrosas enfileiradas.

No Canal Oficial foi disponibilizado um clipe com uma parte da canção, que na verdade é uma "versão beta", sendo que foram adicionados muitos outros elementos na versão final, no filme.


De acordo com o Diretor de CG, Yuusuke Oozone, a dança se passaria dentro da caixa de música que UMA ganha. E de fato é possível reconhecer vários elementos do cenário dentro dela. A caixa foi feita pelo próprio diretor Yuuta Tanaka na vida real, durante a visita a Okinawa para as locações.

A música tocada pela caixa é ながれぼしのうた (Nagareboshi no Uta, "Canção da Estrela Cadente"), que Hikaru diz ser uma canção infantil famosa. Mas na verdade, ela só existe no filme e foi composta especialmente para ele. A música é tocada também no começo do filme, quando a estrela explode, aumentando a sensação de uma Fantasia Cósmica.

Note dentro da caixa um foguete, as nuvens, o mar e duas figuras nas cores de Lala e Hikaru, com o Arco-íris no fundo.

A parte musical com Computação Gráfica foi feita com muito esmero, sendo que cada gesto tem um significado. Um que Lala faz, significa "sempre" ou "eternidade" na linguagem de sinais do Japão, e é executada sem que as partes dos dedos "afundem" entre elas. Já a coreografia foi escolhida em uma audição que contou com a presença da produtora Murase e do diretor Tanaka. Ganhou por unanimidade a de Yuka Ishikawa, da Office Wild, por ter gestos que combinavam com a letra.

Os dedos se juntam, sem atravessar. E sim, isso é CG.
Cada gesto tem um significado, como neste em que na letra diz "Desenhamos livremente".
O efeito de Arco-íris foi baseado nas cores da saia da Cosmo.

A canção foi composta por Hiroshi Takaki, que também fez os efeitos vocais de UMA, usando sua própria voz distorcida em um sintetizador. A ideia era que soasse como um instrumento musical, o Teremim, um instrumento eletrônico com um som peculiar, parecido com o de filmes antigos de ficção científica e terror. Abaixo um exemplo de uso:


A letra foi feita por Shouko Oomori (brave heart em Digimon Adventure) e combina, ou melhor, é a mensagem do filme e da própria série Star☆Twinkle. "Nós somos todos Estrelas. Somos totalmente diferentes uns do outros. Mas todos temos Vida" e "Qualquer que seja o seu desejo, diga-o para nós, a sua 'Verdade'. Porque o seu Sonho é o nosso Sonho também".

Twinkle Stars também é cantada no final, durante os créditos por Rina Chinen em um tom de despedida, emocional. Ela comenta que achou que deveria cantar como se falasse com as crianças. Mas fez isso de forma natural, com seus próprios sentimentos, como que envolvendo cada espectador e fazendo-o se relembrar das cenas do filme. Chinen também gostou muito da letra, especialmente da parte que diz "Com intensidade, mesmo em um instante, vivendo a Vida".


A Criança Estelar

Várias interpretações podem ser feitas deste filme. Uma, que é bem óbvia, é que se trata de uma metáfora da criação de um bebê, conforme conta Rina Chinen, que se emocionou por ser mãe de uma criança de 1 ano de idade. De certa forma, UMA é a criança de Hikaru e Lala, que ao crescer pode se tornar algo benigno ou maligno, dependendo de que influências ela sofra.

E de fato foi isso o que o roteirista Jin Tanaka conta que teve em mente, pois tanto ele quanto o diretor Yuuta Tanaka tinham acabado de se tornar pais de suas respectivas filhas. Jin conta que isso foi inconsciente, que no começo até tinham descartado essa ideia, mas o filme acabou conduzido nesse sentido, de se desenvolver uma criança. Pelos olhos de um pai.

"Não pode!"
Às vezes é necessário dizer isso para orientar a criança.

Seria por isso também que foi feita a viagem ao redor do mundo, pois UMA é um "filhote de planeta" e ao ter contato com as maravilhas da Terra, consegue ter um modelo do mundo que quer ser. E ainda, de acordo com Jin, é preciso que o Fragmento Estelar tenha contato com outras vidas para se tornar um planeta fértil, pois senão ele se torna apenas um mundo deserto, como vários outros. Por isso foi importante que UMA tivesse se encontrado com Hikaru, Lala e a Mascote Fuwa, que também teve influência.

Jin conta que essa cena foi fundamental, pois nela UMA teria contato com o núcleo da Terra.

Sendo assim, outra interpretação é de que UMA é como o nosso planeta. Caso não cuidemos bem e não o desenvolvamos direito, o nosso mundo pode se tornar um planeta de trevas, inóspito, e se voltar contra nós. O mesmo acontece caso nos deixemos levar pela ganância, como aconteceu quando os Caçadores Espaciais tentaram tomar UMA para si.


O que é um Filme?

O filme estreou no Japão em 19/10/2019, conseguindo o 3º Lugar de arrecadação na primeira semana. E figurou no 1º Lugar na pesquisa de satisfação do público no site Filmarks. A arrecadação foi de 160 milhões de ienes, um valor mediano para a franquia e bem menos que o anterior, Precure Miracle Universe (248 milhões).

O anúncio foi feito com dois pôsteres que lembram ilustrações de livros infantis, de autoria de Makiko Inatome e daí já dava para ver que haveria uma abordagem diferente dos filmes de até então. Houve bastante expectativa entre os fãs, gerada também pelo nome de Yuuta Tanaka.

Posteres promocionais do anúncio do filme, em aquarela.
Note a sombra de Fuwa, ainda em sua forma inicial.

E realmente esse foi um filme magnífico. Teve todos os elementos de um especial de cinema de Precure, mas desviando um pouco do usual. Uma enorme Fantasia Cósmica, com várias interpretações possíveis e trazendo muitas mensagens.

Um aspecto fascinante é que mesmo sabendo de toda a história e de todas as surpresas, ele continua sendo bom. Eu mesmo acabei lendo várias revelações pela internet sobre o que é UMA na verdade e o que acontece, mas isso não me impediu de derramar lágrimas na cena da apoteose quando Hikaru e Lala tentam se comunicar com UMA através da canção. E continuar a chorar mesmo no final.


Nessa eu vejo que não é só a história que faz um filme. Como disse Mikako Komatsu na cerimônia de estreia, um filme é composto pelas imagens, pelos sons e pela interpretação dos atores, além da história. Todos esses elementos em conjunto dão uma experiência de imersão para o espectador. E foi isso o que o diretor Yuuta Tanaka provou com esta obra.

Testemunho de Mikako Komatsu. E ela estava certa.

E interpretação foi o que o elenco colocou no filme, chegando até a influenciar a equipe de animação. Como em uma das cenas do final, em que Hikaru manda seu bordão, o Kira☆Yaba~. No roteiro constava um tom empolgado, mas Eimi Naruse interpretou de forma emocionada, como se estivesse chorando, e o diretor achou melhor assim. Por isso, nessa cena adicionaram lágrimas nos olhos de Hikaru. Nessa se vê que é a participação de todos que faz um filme.

Originalmente não tinha as lágrimas.

A propósito, existe uma surpresa, sim. Mas essa eu não posso contar. É o que elas estão vendo no foto abaixo, lá no final do filme. Isso é algo que é melhor que cada espectador veja com seus próprios olhos.

O que Hikaru, Lala e Fuwa construíram.

E recomendo ver também o penúltimo episódio da série de TV. Procure bem na multidão. Está lá.


Extras do Blu-Ray



No estojo do Blu-Ray vem um livreto que contem comentários da equipe de produção, além de filipetas com desenhos das Cures usando as formas dos Doze Signos. As filipetas não são cartões, e sim feitas de papel mesmo.

O livreto também tem ilustrações promocionais e materiais sobre os personagens.
Filipetas de Capricórnio, Aquário e Peixes.

Como comprei na Amazon do Japão, também veio uma sacola de pano com uma ilustração das Star Twinkle. Do mesmo material da que veio com All Stars Memories.

Resistente, de boa qualidade, mas não dá vontade de usar.

No próprio disco, além do filme tem vídeos da cerimônia de estréia e de instruções de dança para o número musical. Todos eles estão disponíveis na internet, no Canal Oficial e em canais de imprensa, como o maidigitv. Tem também trailers com cenas que não foram usadas no produto final.

Trailer com cenas que não foram ao ar.

Rina Chinen dando uma amostra de Twinkle Stars, emocionando Eimi Naruse.

Este é um filme que posso dizer que valeu cada centavo da compra do disco. Só para variar, o preço final acabou sendo o dobro do original, mas ainda assim sinto que até veio um troco. Entra fácil em uma lista de melhores filmes da franquia.

4 comentários:

  1. Olá!
    Este é, com toda a certeza, um dos melhores filmes de toda a série Pretty Cure. Está entre as cinco melhores. Que baita animação, cada detalhe feito com esmero, tudo bem planejado. A Lala merecia destaque no filme, ela foi responsável por arrastar fãs para Star Twinkle, conquistou muita gente. O contato da Hikaru e Lala com UMA foi fenomenal, eram praticamente monólogos, pois este misterioso animal alienígena emitia apenas sons, isto trouxe um toque a mais pro enredo. A música também é uma linguagem, capaz de conectar povos e aproximar pessoas. Simplesmente fantástico!
    Ah! E não se pode esquecer as paisagens de tirar o fôlego, cada imagem bonita! Até tivemos a visita das meninas nas Cataratas do Iguaçu. Os cenários de Okinawa ficaram fiéis ao local, deve ser in crível poder ver tudo isto de perto. No site da Blue Seal tem o cardápio, lá consta ter uma vasta variedade de sorteves, inclusive o de Choco Menta. Preciso experimentar! (quem sabe algum dia...).

    Além disso, foi inevitável conter as lágrimas, principalmente nos momentos finais (sem contar spoilers!). Essas explicações de bastidores, expressões corporais, gestuais ajudou a entender o sentido por trás da construção. Que bacana! Sábias palavras da grande Mikako Komatsu, já admiravam esta mulher, agora nem se fala!

    Parabéns pela compra do dvd, relíquia! Cuide com carinho.

    Ótima matéria! *Aplausos*

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    1. Obrigado, Melissa!

      Esse filme foi um espetáculo! Mikako Komatsu não exagerou quando disse aquilo. E agora a gente sabe por que ela foi escolhida para ser a Arte. Com essa sensibilidade e senso artístico... Falando nisso, não pouparam esforços. A direção de arte e animação deste filme são fenomenais! Tentei destrinchar o máximo que pude com os depoimentos da equipe, o que ajudou a ver mais coisas, embora o filme em si já seja o suficiente.

      Choco Menta é uma delícia e o da Blue Seal parece ser muito bom. Os de Maccha e Tiramisu também. Mas o que me interessou foram os que usam produtos exclusivos. Uma pena que só conheço Okinawa de filmes e jogos. Parece ser um lugar muito bonito.

      Pior que eu vi o filme já sabendo de tudo o que ia acontecer, além do que é mostrado nos trailers, que já revelam bastante coisa. Mesmo assim não adianta. Eu choro com Twinkle Stars. Esse é aquele tipo de filme a prova de spoilers, porque é ver (e ouvir e sentir) para crer. Por isso que contaram quase todo o filme nos trailers. Genial!

      Esse disco fica junto com o de All Stars Memories na minha estante, outro que também é ver para crer. Esse eu também sabia da grande surpresa do Miden, mas ainda assim me emocionou. Ah, agora que viu a primeira série, recomendo ver de novo o All Stars Memories! Aquela parte com a Nagisa e a Honoka vai ganhar um sentido ainda maior!

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  2. Parece bem divertido esse filme! Rachei de rir ao saber que a Yuni deixa a galera na mão e se manda com a nave hehehehe!
    É legal que exploram bem esse lado espacial, e até aproveitaram as constelações para botar o Zodíaco no meio, aproveitado franquias da Toei hehe!

    Pior que quando falam em UMA eu me lembro de The Witcher, onde também tem um ser chamado UMA. Só que eu acho que aquele UMA poderia assustar um pouco o público infantil, então que bom que esse é bem diferente. Aliás, é interessante que conseguiram fazer um ser que consegue se expressar mesmo sem falar, tem que ter habilidade pra fazer personagem assim.

    Pô, se fosse uma Okinawa espacial estaria tudo pronto para um crossover com RobiHachi XD

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    1. Obrigado, Ronin!

      Esse filme puxa mais pro lado emocional, mas tem uns momentos cômicos. E o diretor até contou que no começo ia fazer uma aventura no espaço, passando por vários planetas. Mas daí a produtora entrou com esse tema. Na série de TV as meninas até passam por um planeta-praia como Okinawa. E pode até ser que a Yuni tenha levado o Robby no bico alguma vez, embora se passe em uma época diferente.

      O pessoal soube usar bem os poderes do Zodíaco. Aries tem uma barreira e Escorpião usa um tipo de Ferrão Escarlate. E a Hikaru também manda um Grande Chifre nas fuças do inimigo. Não mencionaram, mas deu para ver que houve influências.

      Fui dar uma olhadela no tal Uma de Witcher e é bem feio! Mas vendo bem, tentaram fazer algo parecido com o UMA do filme, tratando como se fosse mercadoria. Yuuta Tanaka tem bastante cultura, então vai que...

      Comunicação com um ser que não fala é coisa recorrente em ficção científica. Tem um episódio do Ultraman Max em que ele tem que lidar com um ser assim. E a solução até foi parecida.

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Peço que os comentários sejam apenas sobre assuntos abordados na matéria. Agradeço desde já.

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