domingo, 29 de novembro de 2020

Os Méritos de Kira Kira☆Pretty Cure A La Mode

Saudações.

Terminei de rever Kira Kira☆Pretty Cure A La Mode que está disponível por completo na Crunchyroll, com legendas em português. E resolvi discorrer sobre os méritos da série.


Não pretendo falar dos personagens e de seus méritos individualmente. Isso vou deixar na hora de apresentar as figuras. Sendo assim, vou focar na história, na temática e nas mensagens que a série deixa.

Obs.: nesta matéria uso as denominações e termos da versão em português, diferentes de matérias anteriores.
Obs. 2: contém revelações sobre os rumos da trama.


A Segunda Garfada

Admito. Quando vi pela primeira vez, achei que a série era muito irregular na composição apesar de gostar das personagens.

Ichika em especial é muito legalzinha, com várias caras e bocas.

De fato existem irregularidades e conceitos esquecidos no meio do caminho, assim como muita coisa que terminou sem explicação. Senti que faltou conflito entre as Cures, visto que uma das premissas era tratar de diversidade e individualidade, então alguma briga seria inevitável. Os vilões também não eram tão marcantes, com exceção de Julio e Bibli. E não é abordado o risco de se consumir doces em excesso. Ainda assim gostava, mesmo com todas essas irregularidades.

Ichika tem audição apurada mesmo sem se transformar.
Poderia descobrir a verdadeira identidade de Julio pela voz.

Mas quando vi pela segunda vez, percebi várias nuances que não conseguiria na primeira. O jeito como cada personagem se expressava, algo que foi dito uma vez, que não parecia ser algo importante na ocasião, mas vários capítulos depois é mostrado que era. E muitas outras coisas.

Pude ver que tudo seguia um plano. Havia uma estrutura, um direcionador para se passar uma mensagem e isso foi levado às últimas consequências. Só consegui entender isso vendo mais uma vez, na "segunda garfada".

Não parecia ser nada importante, mas notei essa pista só na "segunda garfada".


O "Doce" e o "Gostar"

Kira Kira☆Pretty Cure A La Mode (ou simplesmente PreALa, em sua contração oficial) é um enorme tratado sobre o "Gostar" e o "Não Gostar". E o tema é desenvolvido tendo os Doces como peça central. Na verdade até de forma insistente. Quando não há o que fazer, quando tudo parece perdido, elas vão fazer doces.

Focar nisso é o estilo da série. E esse "Gostar" é visualizável na forma de Kirakiral, uma força que é o grande elemento-chave. O sentimento de "Gostar" das pessoas é que gera esse Kirakiral, conforme contam os diretores Yukio Kaizawa e Kohei Kureta.


Um dos méritos da série é mostrar que o "Gostar" nem sempre é algo fácil. Às vezes precisamos nos empenhar, estudar, praticar. Foi uma boa ideia usar o "Doce" como pino-mestre, já que é algo gostoso, com ampla preferência especialmente entre as crianças, mas que na verdade exige habilidade e conhecimento para se preparar. Especialmente aqueles artesanais, com decorações e que se saboreia não só com o paladar, mas com os olhos. Por isso, também é preciso ter coração, sensibilidade.

Não sei quantas vezes já disse isso, mas Menina Mágica tem que ralar.

Isso é bem retratado no episódio 4, em que Ichika, Himari e Aoi tentam fazer um doce juntas pela primeira vez. Só que se trata de profiteroles, um dos doces mais difíceis de todos. Elas desanimam, se cansam no meio do caminho, mas Ichika ouve justo da pessoa que elas queriam presentear sobre a importância do "Gostar". De onde tudo começa. De se lembrar da sensação de quando se encontrou pela primeira vez com uma coisa que "gosta". E então Ichika ganha ânimo para continuar e finalmente conseguir, com a ajuda de suas amigas, que também encontraram seus motivos para tentar de novo.


A família de Mariko, a pessoa que elas queriam presentear, tinha uma loja de profiteroles, exatamente o mesmo doce que elas planejaram dar. Mas Ichika aproveitou uma oportunidade de criar uma decoração que falasse a outra coisa que Mariko gostava: o balé. E dali foi feito um profiterole com o formato de um cisne, que a agradou muito.

Então a decoração também se mostra importante, com Ichika tendo seus "brilhos de ins-kira-ção". É com isso que o doce se completa e passa a transmitir uma mensagem de forma mais direta, representando algo que fale ao coração de quem o recebe. E essa será sua marca registrada.



Omotenashi: A Arte da Venda

Desta vez, as Cures têm uma loja, a Kirakira Pâtisserie, ou simplesmente "KiraPati". Para manter a loja e cumprir sua missão de criar um espaço onde "todos possam se reunir a qualquer hora e lugar, para sorrirem juntos", elas terão que saber como vender, embora não seja mencionado o dinheiro. E aqui se esconde mais um mérito da série, que também é um tratado sobre a Arte da Venda, o Omotenashi.


Isso aparece bem no episódio 9, em que as Cures ajudam um cliente a se declarar para a pessoa que ela gosta. Elas ouvem o que ele tem a dizer, se adequam aos seus gostos, desenvolvem um produto que não tinha no cardápio e até mudam a decoração da loja para recriar a sensação de quando eles foram para o zoológico quando eram crianças. E também houve a sorte e a oportunidade, pois os biscoitos quebrados também remeteram a essa época. 


Com isso, elas não venderam só biscoitos, mas sim uma experiência. Algo que realmente agradou e que marcou. Nisso, Ichika termina dizendo "Tratamento de sucesso!", que no original seria Omotenashi daiseikou!, literalmente "O Omotenashi deu certo". E esse é o segredo. 

Omotenashi é a arte japonesa de se servir e receber bem um cliente, buscando lhe dar a melhor experiência de sua vida. Isso foi abordado uma vez em Healin' Goodno episódio 17 com a Chiyu na pousada de sua família. Com esse pensamento, Ichika mostra grande talento para vender.


Com a chegada de Ciel, no episódio 19 há um aprofundamento da questão do Omotenashi. Ela é uma confeiteira renomada em Paris, na França, e é celebridade internacional. Tanto que Ichika acaba implorando para se tornar sua discípula. Ciel tem a técnica e o conhecimento de cada ingrediente, o que traz bons resultados, ao menos à primeira vista.


Porém ela aprende que para se agradar uma pessoa não é preciso que seja oferecida a coisa mais caprichada ou a mais luxuosa de todas. Isso acontece no episódio 20, em que as duas preparam panquecas. Ciel faz panquecas caprichadas, com muita habilidade e assim as pessoas produzem enormes quantidades de Kirakiral.

Já Ichika, que não tem técnicas, mas tem ideias e sensibilidade, cria panquecas comuns, com o formato de ursos de um livro infantil de um menino. Mais do que isso, elas são em três camadas, cada uma com um rosto diferente desenhado, exatamente como os personagens desse livro. Isso emociona o menino, o que faz com que ele e sua família gerem Kirakiral na mesma, ou em maiores proporções que os doces de Ciel. Com isso fica claro que o segredo é visar o coração das pessoas, o seu "Gostar".


Essa questão aparece novamente no episódio 37, quando Ciel confronta Madame Selene, a pessoa que a financiou quando estava em Paris. Selene não consegue se conformar com o fato de Ciel querer ficar em uma cidadezinha como Ichigozaka, ao invés de voltar para a Cidade Luz. As Cures tentam a todo custo mostrar a Selene que Ichigozaka pode ser um lugar tão bom quanto Paris, o que não a convence. 

Mas no final, Ciel mostra o que aprendeu ao criar um doce aparentemente ordinário (ao menos aos olhos da Madame). Porém adicionou um determinado ingrediente que falou ao coração de Selene, e assim ela percebeu que foi bom Ciel ter ido para Ichigozaka. 


Porque foi nessa cidadezinha que Ciel aprendeu com as Cures que fazer doces não é só escolher os melhores ingredientes e ter as melhores técnicas. É fazer algo que agrade o cliente. E isso é o Omotenashi. O que faltava para que Ciel pudesse ser... parfait.


E existe mais uma ocasião em que essa questão é abordada e fechada. No episódio 45, Yukari pede a Ciel que lhe ensine novamente a fazer macarons. Ela deseja algo como na Cerimônia do Chá, a arte de sua avó. Com a repetição, se aprende os métodos, as maneiras, as técnicas. E ao colocar o coração é que se completa o Omotenashi, para fazer as pessoas felizes, dando a elas o que elas "gostam" enquanto se faz o que se "gosta". É ter as técnicas para se saber como fazer, como Ciel, e ter o coração e o desejo de servir, como Ichika.

Literalmente ela diria "só assim se completa o Omotenashi para fazer as pessoas felizes".
Uma sugestão seria "só assim é possível proporcionar um tratamento que faça as pessoas felizes".

Assim, as Cures mostram seu talento para a venda, conseguindo o ganha-ganha em sua essência. Tanto que em episódios em que o povo se reúne, dá para ver que aparecem todas as pessoas que elas ajudaram até então. Todos são clientes satisfeitos que retornam. Esse é o resultado do Omotenashi.


Mais uma vez, "Omotenashi" não tem uma tradução específica e o melhor é realmente usar o termo que faça o diálogo parecer o mais natural possível. E também não é algo que se exige ou que seja fácil de se proporcionar na prática. É algo que vem de sentimento sincero, como o das Cures.


Caloria Vazia

Doces dão alegria às pessoas, mas como Himari uma vez teve que reconhecer são "caloria vazia", no episódio 33. Realmente, às vezes nos ocupamos com uma coisa que toma um tempo que poderíamos usar para "fazer algo mais útil". Mas ainda assim é algo que dá cor à nossa vida. Que nos dá ânimo, alento. Algo que... "gostamos".


E isso é representado em PreALa, mais uma vez, com os doces. Tanto que poderíamos trocar "doces" por "arte" ou "hobby" ou "entretenimento" e a mensagem faria sentido ainda assim. Porque não conseguimos viver só pelo "prático". E no caso de PreALa, foi graças a esses doces que as meninas se encontraram e com eles, conseguiam transmitir seus sentimentos às pessoas que amavam. Graças a algo que seria dispensável, sem utilidade prática ou algum valor nutricional. É assim que o "Gostar" circula.


Mas um outro aspecto de se "Gostar" é que ele pode se converter em "Não Gostar". É mostrado várias vezes que são faces da mesma moeda, visto que o Kirakiral se converte em Kirakiral das Trevas se manchado com sentimentos negativos.

Algumas vezes, quando alguém que gostamos nos decepciona ou quando ela não aceita nossos sentimentos, passamos a não gostar dessa pessoa. O mesmo acontece quando não conseguimos progresso com algo que gostamos, como foi com Julio. E mesmo as Cures estão sujeitas a isso, como Aoi quando seu show fracassou no episódio 27 e foi dominada por Elysio. E a bem da verdade, tudo começou com isso do "Gostar" se tornar "Não Gostar".


Por outro lado, é mostrado que o contrário de "Gostar" não é "Não Gostar", mas sim a Indiferença. A ausência de emoções, de coração. É só pensar no utilitário, no funcional, em que simplesmente se faz as coisas, sem gostar ou desgostar.

Isso aparece no episódio 47 em que o vilão cria um mundo em que esses sentimentos são negados e até mesmo considerados como crimes. Um mundo sem cor, sem emoções, em que as pessoas jogam no lixo as coisas que gostam e as mandam para um enorme incinerador. É negada a individualidade, sendo que todos usam roupas da mesma cor. Uma distopia, com uma polícia que caça sentimentos, tanto positivos quanto negativos.

Ao menos mantiveram as cores dos cabelos, os penteados e os enfeites.

Uma boa jogada nesse episódio foi mostrar que mesmo a raiva e o "Não Gostar" são neutralizados, e que não foi o Kirakiral das Trevas que dominou o mundo, mas sim a ausência total dos dois polos. Nessa vemos o que é realmente ruim, embora o vilão não seja mau. Ele apenas presenciou o que os sentimentos podem causar e chegou à conclusão de que o grande vazio é a solução pra que as pessoas vivam em paz. Suas razões são bem explicadas e compreensíveis.

Ainda assim, é esse mundo sem cor que as Cures negam. E Ichika dá sua resposta, mesmo sabendo que tantos "Gostar" e "Não Gostar" podem gerar conflitos e que um pode se tornar o outro. Na hora de reconstituir o planeta na última luta contra o vilão, elas misturam todos os sentimentos, tanto positivos quanto negativos. O "Let's La Misturar Bem" ganha um sentido maior nesta cena, pois prova que o mundo é constituído de várias cores, várias individualidades, vários gostos.



Let´s La Misturar Bem!

E esse é outro grande tema de PreALa: a Diversidade e a Individualidade. Tanto de temperamentos quanto de gostos. Cada personagem tem características e até interesses próprios, diversos um com o da outra. O ponto concêntrico são os Doces, e é o principal interesse para três delas, Ichika, Himari e Ciel, mas cada uma tem um jeito de abordar diferente. Aoi, Yukari e Akira têm motivações que não tem muito a ver com Doces (no caso de Yukari é algo indireto), mas ainda assim todas se juntam com esse elemento em comum.


E ao longo da série cada uma delas interage com a outra, ora suprindo uma deficiência, ora dando inspiração, ideias e influências. Uma outra estratégia muito boa foi em um arco colocando as Cures com pares diferentes do habitual e com isso expondo novas facetas de cada uma. Ou seja, foi feita uma enorme mistura que foi benéfica para todas. É a proposta que aparece na letra da abertura, em que "misturamos os nossos sonhos, o seu com o meu".

"Misturando o seu sonho com o meu"
Uma parte que gosto muito. Não colocaram legendas na abertura, mas...

Uma parte desse tema de "misturar" é mostrada nos próprios visuais das personagens, combinando animais com doces, algo a primeira vista impensável, mas que na verdade é mais trivial do que se pensa. Vide os vários doces com formatos de animais que encontramos em confeitarias e docerias.

De fato, o visual é outro grande ponto em que a série acertou, fundindo os elementos de "Doces", "Animais" e "Confeiteiras". E cada uma delas tem um visual completo em que não é necessário tirar, nem por e nem mudar nada, méritos da desenhista Marie Ino.

A Cure Whip é um bom exemplo, com orelhas de coelho, enfeites de morango e um avental de confeiteira. A "cauda de coelho" atrás da saia é um creme de chantili.

Os rabos-de-cavalo parecem feitos de creme, mas também lembram patas de coelho. Os pufes também se parecem com creme. E os sapatos são integrados com pernas de coelho.
Mais detalhes na apresentação da figura: S.H. Figuarts Cure Whip

E existem toque bem sacados mesmo nas formas normais, como a meia de Ichika, no formato de um morango.

As roupas da confeitaria também tem um design muito bom. É simples, porém gracioso e elegante. Combina com qualquer personagem até mesmo de outra série. A prova está no especial de cinema Precure Miracle Universe, em que Lala/Cure Milky usa essa roupa.

O trajes são muito graciosos. E cada uma usa uma gravata e tem detalhes com cores diferentes, representando a Individualidade dentro da Uniformidade.
Lala, de Star☆Twinkle. A roupa combina até com quem é de outra série.

E outra demonstração do espírito da Diversidade e da Individualidade foi separar as Cures no final. Apesar de serem amigas e terem um interesse em comum, cada uma tem sua própria vida e seus próprios sonhos. E para realizá-los, é preciso trilhar seu caminho sozinha.



Ganhando o Mundo

E o maior mérito de PreALa é ser a primeira série Precure a ser exibida na íntegra, com seu conteúdo original, para todo o mundo. Houve outras séries como Futari wa Precure, que foi exibida em alguns países simplesmente como Pretty Cure, mas não englobava todos (o Brasil, por exemplo, ficou de fora). Smile Precure! e Doki Doki! Precure foram adaptados como Glitter FORCE, e Glitter FORCE Doki Doki, com várias mudanças e episódios cortados. E em todas essas versões, as personagens tiveram os nomes mudados.

Com Kira Kira☆Pretty Cure A La Mode foi diferente. Os nomes, conceitos e o áudio foram mantidos. É certo que faltou o especial de cinema, mas ainda assim já é um grande avanço. Juntando com o que está disponível no Canal Oficial do YouTube, temos bastante coisa por aqui.


O fato dessa ser a primeira série de exibição mundial teve um grande sentido, pois dentro do desenho também, Ichika decide partir pelo mundo afora, espalhando sorrisos para todas as pessoas. E agora ela ganhou a oportunidade de fazer isso junto com suas amigas.

As palavras de Ichika acabaram se tornando realidade.

Mais uma vez, a Crunchyroll fez um bom trabalho, adaptando os diálogos e deu para ver que houve uma extensa pesquisa sobre os termos da cozinha, que são muito importantes para a série. Ainda assim existem irregularidades, talvez por ser uma série longa e não ter havido tempo hábil para uma revisão mais precisa. Algumas partes ficaram muito boas com uma tradução que ficou bem melhor do que algo literal. Mas em outras não, até invertendo o sentido em alguns casos.

Aqui, fazendo uma tradução literal, seria simplesmente "O que é 'gostar'".
O sentido da frase ficou bem mais claro.

Aqui o certo seria "Não estou perguntando a opinião delas, mas a sua".
Yukari joga uma das grandes questões que Akira enfrentaria mais tarde, já que ela se deixa levar pela opinião de outras em detrimento de si mesma.

A frase de efeito de Ichika, "Whip, step, jump" ficou sem ser traduzida, pois é quase impossível. Seria um trocadilho com "Hop, step, jump", estágios do Salto Triplo,  trocando o "Hop" por "Whip", que viria de "Whipped Cream", o "creme batido". Já Let's La Maze Maze virou "Let´s La Misturar Bem", talvez porque é como um japonês sentiria que ficou a frase, já que mistura inglês (Let's), francês (La) e japonês (Maze Maze, "misturar bastante"). E o Kira tto Hirameita ficou "brilho de ins-kira-ção", provavelmente um trocadilho usando "inspiração" mais o "kira" ("brilho", em japonês).

A tradução da palavra 妖精 (yousei) também ficou bem interessante. Chamaram os indivíduos machos de "duendes" e as fêmeas de "fadas", sendo que essa última palavra é a tradução literal do termo em japonês. Foi uma boa saída, embora remeta para Glitter FORCE, em que Candy acabou se tornando um "duende", o que é engraçado pois ela é fêmea.

Eu já coloco "Mascote" mesmo.

No total, estou muito contente por ver uma série Precure por completo aqui no Brasil, traduzida, legendada e o melhor: legalizada. E torço para que continuem no ano que vem e tragam mais séries anteriores. Por exemplo, Smile! merecia um tratamento melhor, inclusive trazendo os episódios perdidos em Glitter FORCE. E também aproveitar o gancho do aparecimento da Hana/Cure Yell no último episódio de PreALa para trazer HUGtto! Precure.

Apesar de ter um longo caminho no Japão de quase 18 anos, a franquia Precure ainda não é muito difundida por aqui e muitas vezes é até ignorada. Difícil saber se essa situação vai mudar, mas é um grande passo. E com isso também, o intento de Akari Yanagawa, de exibir as séries internacionalmente, começa a ser cumprido. Sendo assim, é...




A série tem ainda mais um mérito. O de mostrar como tirar aquele plástico que envolve o bolo em algumas confeitarias. Obrigado, Mizushima.

Ainda assim é bem difícil e requer prática.



4 comentários:

  1. Essa foi a primeira série Precure que assisti. Foi uma boa experiência, achei bem divertida e as personagens muito carismáticas, com designs muito bonitos e bem pensados.

    Interessante, eu via o kirakiral meio que como a "essência" do doce, quase como o carinho que foi colocado em sua preparação, e que se espalhava pelas pessoas que recebiam a alegria de vivenciar bons momentos com esses doces, e era esse sentimento que os monstros tiravam dos doces. Mas agora, ao ler a matéria, concordo que a sua visão do kirakiral como "gostar" faz bem mais sentido e se encaixa bem com os acontecimentos da série, realmente muita coisa está relacionada com gostar e não gostar, e com o Omotenashi. E agora até dá uma vontade de rever alguns episódios com essa visão em mente, acho que a experiência seria um pouco diferente.

    Pior que quando elas abriram a loja eu logo fiquei pensando na parte financeira da coisa, de onde saiu o capital pra isso e por que parecia que todo mundo pagava os doces apenas com sorrisos, mas foi aí que lembrei que a série tem as crianças como público alvo e que eu estava pensando em muita complexidade hehehehe.

    A mistura personagens foi algo que gostei bastante. Algumas parecem não ter nada a ver umas com as outras, com propósitos e gostos bem diferentes. Algumas vezes eu até questionava se a interação entre elas daria certo, mas no final das contas funcionou bem, e me surpreendeu. E também gostei como as diferenças entre elas se refletiu no final, com cada uma buscando seu próprio caminho.

    Acho que a minha maior critica é o estilo de combate das garotas ser muito parecido. No começo até parece que cada uma vai ter um estilo próprio, mas no final das contas todas acabam sempre usando aquele tipo de laço de creme, e só a Aoi usa um estilo bem diferente com seus poderes de gelo. De fato é uma série que tem lá suas inconsistências, mas esse foi o único contra que ficou na minha cabeça, pois de resto foi tudo bem agradável. Acho que eu assistiria novamente de boas, ainda mais com essa nova visão que você proporcionou.

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    1. Obrigado, Ronin!

      No começo eu via sem pensar muito. Até entendi isso de "gostar", do "não gostar" e da "indiferença". Mas quando eu revi o episódio 9 e analisei as ações delas, que acendeu uma luz na minha cabeça. Percebi que era nesse sentido que eu tinha que ver a série. Tendo o "Omotenashi" em mente e que era por isso que era uma loja. Oferecendo o próprio "gostar" para proporcionar o "gostar" dos outros. Ver Healin' Good também ajudou já que tem capítulos que trazem essa mesma questão do "Omotenashi" e do "gostar ser difícil". A parte da caloria vazia também foi outro ponto que me fez ver alguma coisa.

      Pior que em Ojamajo Doremi até tinha um brinquedo que era uma caixa registradora. Então em teoria não haveria problemas em colocar dinheiro na coisa. Até pensei em abordar essa questão, supondo que o que elas ganhavam era Kirakiral, que podia ser usado como matéria prima para a decoração e como material de limpeza. Só que não tinha como conseguir ingredientes para os doces, que a gente via elas comprando no supermercado mesmo.

      A questão de trocar os pares também foi algo que notei só na segunda vez. E tendo em mente aquilo de "misturar". Não deu para fazer todas as combinações possíveis, mas ainda assim o resultado foi bom. Himari e Aoi que o digam.

      A parte das lutas é que foi o ponto fraco, ao tentar tirar o confronto corporal, embora eu visse como Cures que usam artilharia. Foi uma boa tentativa e tiveram umas tiradas boas, como o chute-broca da Ichika, mas faltou alguma coisa. Algo que utilizasse mais as características delas.

      E é uma boa ver novamente, sim. Para notar algo que passou batido. Prestei bastante atenção nos diálogos da Yukari e do Julio em especial. E vi que lá estava a prova de que havia um planejamento. Mesmo com as irregularidades é uma das séries que mais gosto. Queria que tivesse mais episódios com elas.

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  2. Olá!
    Essa série Precure tem seu diferencial com relação as outras em vários aspectos. Kira Kira possuí uma atmosfera bastante agradável como se estivéssemos experimentando um doce saboroso. Embora tinham cenas mais tensas, aquelas que representavam o cotidiano das personagens eram suaves e extremamente revigorantes. Nos ensinavam muitas coisas. Era prazeroso assistir! Os personagens são altamente carismáticos, bem selecionados e desempenham seus papéis perfeitamente. Uma das coisas que mais chama a atenção é a criatividade, o design das roupas e também das transformações são muito atrativas.

    Há pessoas que se apegam as inconsistências das séries e deixam de enxergar a beleza que os animes tentam transmitir. Digo, nenhuma obra é perfeita e sempre haverá algo questionável. Mas Pretty Cure é delicioso de acompanhar, ainda mais quando se trata de PreALa (literalmente). Acho que um dos pontos que poderia ter sido revisto é a forma como a série retratou as lutas, tinham poucas cenas de ação (em comparação com a franquia Pretty Cure, no geral) e mais uso de ataques especiais a longa distância. Sentia falta dos chutes e socos seguidos dos ataques especiais. Mas nada que desfavorece a obra.

    Foi uma honra ter visto enquanto ela estava sendo transmitida, até porque era divertido ver as novidades em tempo real. Jamais esquecerei o último episódio em que tive a exclusividade de tradução simultânea. Foi legal! Rs
    Mas realmente torço para que a Crunchyroll amplie o catálogo e preencha com todas as que restam. Fé que um dia teremos até os filmes disponíveis!

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    1. Obrigado, Melissa!

      Outro ponto legal da série é que ela é bem colorida. Os tons são fortes, acentuados e dá até para sentir o gosto. No começo eu só sentia, mas vendo de novo tive a certeza de que tudo era planejado. É uma série que vai ficando cada vez mais gostosa quanto mais se vê.

      Em Precure Dream Stars dava para ver que PreALa tinha bastante potencial nas lutas, criando vários tipos de ataques com o creme. Ainda assim dava para ver que na série de TV uma cobria a outra, montando plataformas ou almofadas para amortecer impactos. Só que faltava alguma coisa...

      Tomara que a Crunchyroll traga mais séries. Pode não ser todas (ia ser legal se fosse), mas que deem mais espaço à franquia que tem muito potencial. Vai ter muitas barreiras para superar e vai ser difícil, já que é "desenho pra criança" (e na minha opinião é exatamente por isso que não deve ser subestimado), mas torço mesmo assim.

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